O que virá depois do Renault Kardian no Brasil?
Marca francesa aguarda anúncio da nova fase do Rota 2030 para começar ciclo de investimentos
Durante o lançamento do Renault Megane E-Tech, em São Paulo, a reportagem de Autoo ouviu o presidente da marca francesa no Brasil, Ricardo Gondo, falar sobre o novo ciclo de investimentos no Brasil, que deve ser anunciado após a divulgação da segunda fase do Rota 2030, o "Mobilidade Verde".
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Essa nova fase do Rota 2030 será anunciada nas próximas semanas e mudará o critério para o cálculo energético, passando a considerar o que o carro emite de carbono do poço à roda e não mais apenas do motor à roda. Isso deverá levar a incentivos aos modelos eletrificados que são mais econogicamente corretos se for levado em conta até as emissões para conseguir as fontes de energia que os movem.
Segundo Gondo, "não pode haver desequilíbrio no mercado. Incentivos existem para desenvolver novas tecnologias e isso deverá estar na nova fase do Rota 2030 para ficar igual para todas as fabricantes instaladas no Brasil". A Renault anunciou que vai investir R$ 2 bilhões para fabricação de modelos feitos com a nova plataforma CMF-B, que vai estrear com o SUV Kardian, no final de outubro próximo.
Mas além desse anúncio dos R$ 2 bilhões, feito em junho do ano passado, deverá vir mais outro, que depende do "Mobilidade Verde" para dar continuidade ao que a marca francesa tem chamado de "Renaultution", que prevê a mudança da estratégia do Renault Group de volumes para valor, que entra na fase "Renovation" com a chegada de novos produtos.
Sobre a nova fase da marca, Gondo também comentou que "a última vez que tivemos uma plataforma que originou uma família de carros foi com o Logan. A CMF-B teve investimento grande e a gente quer ter crescimento grande com uma nova família de modelos. Depois do Kardian virão novos carros", lembrou ele.
Depois do lançamento do Kardian, a filial brasileira da Renault já pleiteia uma nova fase de investimentos. "Estamos trabalhando um novo ciclo e em breve teremos novidades", também disse Gondo. Mas, quais deverão ser esses novos modelos? Se realmente houver incentivos para modelos eletrificados no Brasil, com o "Mobilidade Verde", algumas das novidades deverão ter algum tipo de eletrificação, provalmente híbrida leve, durante uma longa fase de transição até chegar nos 100% elétricos fabricados no país, mas isso vai demorar.
Então, depois do Kardian, deverá chegar a nova geração da picape Renault Oroch, que desta vez terá mais força para brigar com rivais como Fiat Toro, Chevrolet Montana, Ford Maverick e companhia. Esse carro deverá ser feito na Argentina, conforme chegou a mencionar José de Mendiguren, Secretário da Indústria e do Desenvolvimento Produtivo do Ministério da Economia do país.
A picape seguirá a nova identidade visual da marca, com linhas bem mais arrojadas que as da Oroch atual, como mostram as projeções do designer Kleber Silva. Feita sobre a nova plataforma CMF-B, a futura geração da picape será equipada com o motor 1.3 turboflex, que passará a ser nacionalizado.
Logo depois do nova Oroch, a marca deverá lançar o novo Duster, em 2025, baseado no protótipo Bigster, portanto, um pouco maior que o atual e com visual mais moderno. Será equipado com o mesmo motor 1.3 turboflex, da Oroch e com chances de contar com pelo menos uma versão híbrida leve.
Os três principais novos produtos feitos com a nova plataforma CMF-B deverão ser o Kardian e a segunda geração de Duster e Oroch. Com eles, a Renault pretende ganhar participação no mercado brasileiro, hoje em 5,7%, atrás da Jeep (6,5%) e na frente da Honda (4%), conforme dados da Fenabrave (Federação dos Distribuidores de Veículos) no acumulado de janeiro a agosto de 2023.
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