O futuro dos carros de luxo
Rolls-Royce nos dá sinais de como serão os modelos mais refinados dentro de 20 a 30 anos
Muito mais do que apenas ter que se preocupar em desenvolver carros, as indústrias automotivas se tornarão nos próximos anos empresas especializadas em oferecer também soluções de mobilidade.
O grupo BMW, que reúne as marcas MINI e Rolls-Royce, recentemente divulgou seis pontos fundamentais sob os quais estabelecará sua estratégia para os próximos anos. Segundo o conglomerado alemão, a mobilidade nos próximos anos será cada vez mais versátil, ou seja, as pessoas se utilização de diversas formas de transporte para chegar ao seu destino. Além disso, essas formas de deslocamento também serão cada vez mais “sob medida”, com soluções que pesquisem automaticamente os melhores meios de transporte de acordo com as necessidadades específicas da pessoa.
Em uma afirmação forte e polêmica, o grupo BMW acredita que no médio e longo prazos tudo estará conectado. Segundo a empresa, a digitalização e a inteligência artificial só fazem sentido se servirem aos seres humanos e permanentemente melhorar nossa qualidade de vida. Na mesma linha, a tecnologia deverá tornar-se menos técnica e complexa, devendo ser mais humana e familiar. Além disso, os dispositivos devem ser capazes de se adaptar e aprender com os humanos.
Um ponto importante, a maioria dos veículos deverá utilizar somente energias limpas e, do ponto de vista corporativo, as empresas deverão assumir sua parcela de responsabilidade pelo meio-ambiente e também pelo lado social de seus funcionários e atividades.
E como ficam os carro nisso tudo?
Depois da BMW apresentar o Vision Next 100, chegou a vez do Rolls-Royce Vision Next 100 mostrar como serão os futuros carros de alto luxo. E a responsabilidade é grande, já que Sir Henry Royce, quando fundou a empresa em 1904, deixou uma mensagem importante: “se esforce ao máximo para buscar a perfeição em tudo o que faz. Pegue o que existe de melhor e o aperfeiçoe ainda mais. Quando essa referência não existir, a crie”.
Duas perguntas fundamentais foram feitas pela equipe da Rolls-Royce para seguir a linha o ensinamento: qual é o futuro do luxo? Quais serão as demandas dos clientes da marca nos próximos anos?
Com isso em mente, o Rolls-Royce Vision Next 100 conta com uma avançada plataforma de baixo peso e um conjunto mecânico baseado em propulsão elétrica de alta performance. A marca iglesa também acredita que a evolução nos compostos de materiais e novas tecnologias de produção permitirão atingir um alto nível de personalização nos modelos.
Um ponto que a Rolls-Royce já deixou claro, e naturalmente deverá ser seguido pelas rivais, é seus carros no futuro terão propulsão completamente limpa. A tradicional montagem a mão dos carros também deverá ser mantida para manter o toque de exclusividade superior aos modelos.
O interior dos modelos deverá atingir um nível de requinte tão elevado que a marca pretende tornar o habitáculo dos futuros Rolls-Royce um santuário. Chamado de “Grand Sanctuary”, o Rolls-Royce Vision Next 100 conta com elementos como a madeira no tom Macassar, carpete especial para o assoalho e demais detalhes na cabine com um toque que lembra seda.
Além da propulsão limpa, outro ponto que parece definitivo nos futuros Rolls-Royce será a condução autônoma. Tanto é que a marca já considera elementos como o volante e demais instrumentos no painel como algo supérfluo. Logo, eliminando esses itens é possível oferecer muito mais espaço para motorista e passageiros. A transformação será tão radical que a única peça de instrumentação será um relógio análógico logo abaixo do para-brisa panôramico para servir como um “lembrete de que o tempo não desperdiçado é a maior forma de luxo”, nas palavras da Rolls-Royce.
Mas como o carro será controlado? Bem, assim como o seu iPhone conta com a Siri, o Rolls-Royce do futuro contará com a Eleanor, uma assistente virtual que cuidará de toda relação entre os ocupantes e o carro. Basta você pedir que ela cuidará da climatização, os ajustes de som e, obviamente, acionar a condução autônoma do veículo. O nome da assistente é uma referência a Eleanor Thornton, a modelo que inspirou Charles Robert Sykes em seu trabalho de esculpir a Spirit of Ecstasy, símbolo da marca e o tradicional ornamento que figura no capô dos carros.
E até mesmo chegar no destino a bordo de um Rolls-Royce é um feito. Para celebrar esses momentos o protótipo futurista da marca traz um recurso de projeção de luzes chamado “red carpet”, que, como o nome sugere, cria um tapete vermelho para iluminar o caminho dos passageiros. Os tradicionais guarda-chuvas embutidos seguem no Rolls-Royce do futuro, agora acomodados nas portas, e há até mesmo um mecanismo inteligente que abre uma escotilha na lateral do carro para a retirada de bagagens. Segundo a Rolld-Royce, tudo isso não levará muito tempo para acontecer, sendo que daqui a 30 anos já teremos um carro da marca com todas essas tecnologias nas ruas.