Números de abril mostram reação do setor automotivo, analisa Anfavea
Exportações foram destaque com melhor resultado para o quadrimestre desde 2018
Apesar de um recuo de 13,6% no número de veículos produzidos no primeiro quadrimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021, a Anfavea comemorou os resultados do setor automotivo em abril.
De acordo com a associação que reúne as fabricantes instaladas no Brasil, os destaques mais animadores ficam por conta do avanço na média diária de vendas e no crescimento das exportações.
“Apesar de várias paradas de fábrica por conta da falta de semicondutores, a produção de autoveículos em abril foi de 185,4 mil unidades, 0,4% a mais que no mês anterior. Na comparação com abril de 2021, quando a crise global de componentes eletrônicos ainda não era tão alarmante, houve queda de 2,9%”, detalha a Anfavea em comunicado.
Segundo a associação, a média diária de vendas em abril foi de 7.750 unidades, a melhor desde dezembro de 2021 e superando as 6.991 unidades/dia de março.
No total, 147,2 mil unidades foram licenciadas no mês passado, leve alta de 0,3% sobre março e baixa de 15,9% sobre o mesmo mês de 2021.
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Na comparação de quadrimestres, a queda deste ano na comercialização de veículos novos está em 21,4%, com a ressalva da Anfavea de que no início do ano passado quase não havia restrição de oferta por conta da falta de semicondutores.
As exportações, por sua vez, já acumulam alta de 17,9% sobre o primeiro terço de 2021, com um total de 153 mil unidades embarcadas ao exterior. Foram 44,8 mil em abril, crescimento de 15,2% sobre março e de 32,3% sobre abril do ano anterior. Trata-se do melhor resultado para o quadrimestre desde 2018.
“Poderíamos ter resultados de vendas ainda melhores se não fosse a persistente limitação de oferta provocada pela crise dos semicondutores. Apesar da inflação e da alta dos juros, ainda identificamos uma demanda reprimida de clientes particulares e sobretudo de locadoras, e os bons números de venda deste início de maio são indicadores dessa tendência. Esperamos que a situação da oferta comece a melhorar em meados do ano”, analisa Márcio de Lima Leite, presidente recém-empossado da Anfavea.