Sucessor do Spin, nova S10... o que a Chevrolet prepara para o Brasil
Recuperação da economia faz a marca destravar investimentos para novos modelos no país
Relevante por si só, o anúncio da GM América do Sul de que vai destravar investimentos da ordem de R$ 10 bilhões em São Paulo merece ser analisado com profundidade, uma vez que ele dá sinal verde para a introdução de produtos inéitos por parte da marca no Brasil. Importante destacar que a Chevrolet se mantém firme na liderança de mercado, conquista que deverá ser ampliada com a chegada de novidades relevantes.
Traçando um breve histórico, é sempre bom recordarmos que a Chevrolet havia confirmado em 2018 que iria reforçar seu portfólio nacional com a introdução de 30 novidades até o fim de 2022, distribuídas entre 20 novos produtos e 10 versões ou séries especiais. De lá para cá, entre as estreias de modelos inéditos que entram na conta tivemos as importantes novas gerações de Onix e Tracker, além do bem-sucedido Onix Plus.
É fato que, para algo tão complexo como o desenvolvimento e a estreia de um carro novo, certamente a pandemia pode ter mexido com o calendário de novidades da Chevrolet para o Brasil e, muito provavelmente, as novidades podem chegar até um pouco depois de 2022. De qualquer forma, a perspectiva da retomada dos investimentos é sempre animadora.
Mas o que estará contemplado entre os R$ 10 bilhões?
Ao longo dos últimos meses, muitas informações surgiram sobre o que a Chevrolet pode colocar no mercado para consolidar sua vantagem em relação a concorrentes como Fiat e Volkswagen.
Centrando nas novidades que devem ser produzidas nas plantas da marca no estado de São Paulo, uma boa aposta inicial é a sucessora da minivan Spin, hoje a única alternativa para famílias mais numerosas.
Baseado no Chevrolet Orlando chinês, o sucessor da Spin no Brasil adota a mesma plataforma GEM que dá vida aos projetos de Onix, Onix Plus e Tracker. Como a arquitetura já está devidamente adaptada na fábrica de São Caetano do Sul (SP), é natural que a produção do modelo siga por lá ao lado do SUV compacto. Com uma estrutura bem mais moderna, o novo Spin (resta saber se a Chevrolet manterá o nome) vai entregar um visual totalmente reformulado, padrão de acabamento interno semelhante ao novo Tracker e ainda manter a opção dos 7 lugares. Na China, o Chevrolet Orlando conta até mesmo com uma opção híbrida-leve para aprimorar a eficiência, porém aqui no Brasil é muito provável que o crossover ofereça o mesmo 1.0 turbo aplicado no Tracker, propulsor que mostra-se bem econômico e confere desempenho suficiente ao SUV. Existe também a opção do 1.2 turbo, que oferece mais potência e torque, algo interessante para um modelo que precisa lidar com o peso extra de passageiros e bagagens no porta-malas. Talvez o sucessor do Spin nacional seja um dos projetos na iminência de chegar ao mercado, quem sabe até ao longo deste ano.
Já no interior paulista, em São José dos Campos, a unidade produtiva da GM deverá se preparar para a fabricação da nova geração da S10. A tomar como base as evoluções que a Ford Ranger vai receber em seu próximo salto geracional, contemplando até propulsão híbrida, podemos esperar que a Chevrolet vá pelo mesmo caminho aqui no Brasil. Segundo a imprensa especializada norte-americana, a previsão é que a nova geração da Chevrolet Colorado (irmã de projeto da S10) seja revelada em 2022 como linha 2023, uma boa orientação para sabermos quando a nova S10 pode começar a ser produzida aqui. Até onde sabemos, tanto a Colorado quanto a nova S10 serão desenvolvidas sobre a plataforma 31XX-2, uma evolução da arquitetura atual presente nas picapes e que deverá suportar mais tecnologia e eletrônica embarcada, muito provavelmente permitindo também a eletrificação do conjunto.
Um modelo que permanece em dúvida seria o Trailblazer. Também de acordo com a mídia especializada global, o SUV 7 lugares produzido no Brasil como um derivado da S10 talvez não ganhe uma próxima geração, ao contrário da picape. Uma alternativa da marca para quem não abre mão de um SUV grande pode residir no Chevrolet Blazer chinês. Lançado em 2020 na potência asiática, o modelo tem capacidade para 7 passageiros e conta com 4,99 m de comprimento, 1,95 m de largura e 1,73 m de altura, entregando um entre-eixos de 2,86 m. São medidas semelhantes em relação ao atual Trailblazer fabricado no Brasil, porém com a diferença fundamental de que o Blazer chinês conta com estrutura monobloco. A grande incógnita é que as diferenças estruturais tornariam bastante desafiador, para dizer o mínimo, produzir o Blazer chinês ao lado da nova S10 em São José dos Campos. Se ele vier ao Brasil, provavelmente será importado.
Entre o que há de mais concreto, sabemos que a Chevrolet trabalha em uma sucessora para a Montana, a qual deverá migrar para o segmento de picapes compactas-médias para disputar mercado com Fiat Toro e Renault Duster Oroch. De acordo com essas apurações, os dois modelos (sucessores de Spin e Montana) seriam produzidos em São Caetano do Sul sobre a plataforma GEM.
De olho na vasta linha global da Chevrolet, outros produtos seriam bem interessantes para o nosso mercado e poderiam chegar importados ao Brasil. Um bom exemplo é a releitura moderna do Monza, que seria um substituto natural para o Cruze entre os sedãs médios e já roda em testes no México. A categoria ainda conta com uma boa representatividade no país e o Chevrolet Cruze atualmente é um dos modelos mais vendidos do segmento. Já o novo Trailblazer vendido nos EUA e China, que nada tem a ver com o atual SUV brasileiro, também seria uma alternativa da marca para atuar em uma faixa de mercado acima do Tracker. Como podemos ver, os próximos anos serão bem movimentados para a Chevrolet no país. Vamos acompanhar todas as novidades aqui no Autoo!