Novo Sentra 2017 evolui em quase tudo
Reestilização foi bem sucedida e novos itens agradam, só faltou um motor mais moderno
O Sentra segue os passos de sucesso do Corolla. O sedã médio da Nissan tem evoluído continuamente desde sua estreia no Brasil há cerca de uma década. Agora, na reforma de meia idade da atual geração, o modelo feito no México acertou como nunca no design graças à frente mais arrojada.
É como se o Sentra 2017 tivesse sido concebido assim desde o início. Mas as novidades não se resumem aos novos e belos faróis ou a grade cromada em V pronunciado, o sedã ganhou mais conteúdo e teve a dirigibilidade refinada.
Mais importante de tudo, por ser mexicano, ele segue com custo-benefício atraente. Embora não seja tão barato quanto antes, o Sentra ainda oferece mais que a maior parte dos rivais por um preço que começa em R$ 79.990 (Sentra S), passa por R$ 84.990 (Sentra SV) e termina em R$ 95.990 (Sentra SL, o que mais ganhou novidades), como AUTOO antecipou.
Pegue o Civic atual como exemplo: mesmo prestes a sair de cena, ele custa R$ 78.900 na versão LXS (-R$ 1.000), R$ 83.700 na versão LXR (-R$ 1.290) e R$ 94.100 na versão EXR (-R$ 1.490), mais barato, porém, com bem menos itens.
Todas elas são automáticas, equipadas com câmbio CVT, aquele que não tem marchas ‘definidas’ como em outros sistemas.
Preto ‘Piano’
Por fora, o Sentra tem novos para-choques e também novo desenho interno das lanternas e rodas com visual inédito, além dos já citados faróis e grade. É o bastante para você notá-lo nas ruas, pode apostar.
No interior, mais mudanças bem vindas: a padronagem de bancos, revestimento e painel agora é na cor preta incluindo aí o indefectível ‘piano black’. O resultado é muito bom, o carro parece mais sofisticado e aconchegante, o que é confirmado ao rodar com ele.
O painel mudou de forma localizada. Se o ar-condicionado (dual zone nas versões SV e SL) e o sistema de conectividade são os mesmos de antes, o volante mudou. Sai de cena a peça cujo centro triangular e imenso e no lugar dela um novo volante mais refinado e baseado no que equipa o esportivo 370Z.
O cluster (painel de instrumentos) ganhou uma tela TFT central na versão SL que concentra várias informações. É um item que poderia estar em todos os modelos já que não é nada revolucionário. O Sentra SL é o que mais ganhou novidades, aliás, que inclui retrovisor com bússola, e som da marca Bose.
Escudo de segurança
A Nissan, no entanto, guardou algumas surpresas. Novamente, a versão SL agora conta com três recursos de segurança ativa. O primeiro deles trabalha em conjunto com o sensor de estacionamento e câmera de ré e alerta o motorista se existe algum obstáculo que ele não está enxergando.
O segundo é alerta de ponto cego, aquela luz e alarme sonoro que avisa em casa de um veículo não ter sido visto pelo condutor na hora de trocar de faixa.
Por último, temos o alerta de colisão frontal, que inclui aquele ‘radar’ instalado no para-choque e que mede a distância para o carro da frente constantemente. Mas aqui ele não é tão atuante: a Nissan o configurou apenas para avisar o motorista em caso de perigo – ou seja, ele não atua nos freios nem levemente, algo que deve evoluir na próxima geração para um sistema semelhante ao de carros mais caros.
R$ 95.990 Sedã médio Toyota Corolla, Honda Civic, Chevrolet Cruze 3.403 unidades (jan-abr) 2.0 16V flex 140 cv a 5.100 rpm (etanol) 20 kgfm a 4.800 rpm Automática CVT de infinitas velocidades 4,636 m de comprimento, 1,761 m de largura, 1,504 m de altura e 2,7 m de entreeixos 1.360 kg 503 litrosNissan Sentra SL 2.0 2017
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Direção tranquila
Até aí está tudo contando pontos positivos para o Sentra 2017, mas faltou uma coisa, o motor. Ele continua equipado com o 2.0 litros 16V de 140 cv e consumo apenas mediano – faz 6,7 km na cidade e 9,1 km na estrada com etanol, o que significa nota B do Inmetro em sua categoria e C no geral.
É um pouco pior do que faz o 2.0 do Corolla, que no entanto é mais potente, mas o foco aqui não é o Toyota e sim os novos Cruze e Civic, que estreiam em breve com motores menores, mas muito mais eficientes. Como o Inmetro define as notas com base na média do segmento, o Sentra vai cair mais.
Na prática, o Sentra com esse motor está um pouco mais silencioso e um ‘tiquinho’ mais econômico (100 metros a mais a cada litro) graças a alguns aperfeiçoamentos. Ou seja, ele continua sem muito fôlego para retomadas, o que é também culpa em parte do câmbio CVT. Por falar nele, como falta uma opção sequencial capaz de elevar o giro do motor em curvas.
Trocando em miúdos, o Sentra é mais agradável, bonito e bem acabado que antes. Tem uma lista de equipamentos muito legal que inclui uma direção elétrica bem calibrada e recursos úteis como a chave que abre o carro por aproximação ou o ar-condicionado de duas zonas. Se você quer andar tranquilamente, ele é um ‘gentleman’, educado e gentil, mas não queira exigir muito dele. Aí é melhor esperar pelos novos sedãs da Chevrolet e Honda antes de tomar uma decisão.