Novo Nissan Sentra: upgrade para a classe executiva

Sedã japonês chegará ao Brasil em outubro pela primeira vez em condições de enfrentar o Civic e o Corolla

Novo Nissan Sentra: mais encorpado para, enfim, brigar com Civic e Corolla | Imagem: AUTOO

Se a história do Sentra fosse como uma corrida, ele seria aquele carro que larga dos boxes e, mesmo correndo bem, está sempre uma volta atrás dos líderes. No entanto, no “próximo GP” o Nissan deve largar próximo dos seus principais rivais, o Civic e Corolla. A nova geração do sedã, que AUTOO veio conhecer num evento nos Estados Unidos, enfim, coloca o modelo no mesmo patamar dos seus rivais diretos.

Mais encorpado, mas não maior, o novo Sentra ganhou muito em sofisticação e equipamentos e promete deixar aquela sub-categoria dos sedãs que vendem apenas porque são baratos – nesse caso, o Sentra ainda continua com a vantagem do preço já que segue sendo produzido no México e não pagando imposto de importação. Mas a diferença agora é que ele se equivale em acabamento e itens de série, coisa que seu antecessor não conseguiu.

Em busca de uma identidade

Apesar da boa fama e da história, a Nissan é uma marca em busca de identidade. A montadora japonesa hoje parece mais um babel de estilos e de nichos onde atua. Há os esportivos como o GT-R, os modelos europeus, os pequenos japoneses e os sedãs e SUVs para agradar os americanos, sem falar, é claro, dos pequenos como o March e o Versa. Cada um com alguma característica visual própria. Segundo Shiro Nakamura, chefe de design da Nissan, isso deve acabar nos próximos lançamentos com o foco num estilo mais ligado. O Sentra já faz parte desse plano.

O sedã já exibe algumas dessas características como os elementos em formato de flecha e o para-lama dianteiro mais robusto. Apenas a grade, com uma moldura trapezoidal, foge um pouco do novo padrão da marca, que é uma espécie de “U” cromado.

Nada que o desabone, pelo contrário. No evento 360, que a Nissan utiliza para mostrar quase todos os seus modelos mundiais para jornalistas especializados, mal se percebia as diferenças visuais entre sedãs como o Maxima, Altima e Sentra, entre outros.

Mas, afinal, o novo Sentra pode chamar a atenção nas ruas brasileiras? Talvez não. É um carro elegante, sofisticado, mas convencional. Já não causa estranheza como seu antecessor, mas não mostra potencial para se destacar dos rivais.

No onda do Corolla

Isso não significa algo ruim. Os clientes de sedãs médios costumam ser tradicionais e é nesse público que a Nissan deve encontrar mais repercussão, uma ironia, afinal na época do lançamento do Sentra anterior, o slogan “não tem cara de tiozão” buscava justamente fugir desse estereótipo. O novo  carro pode-se dizer que tem cara de “paizão”.

As mudanças no interior foram até mais incisivas que por fora. Agora, o Sentra está realmente confortável e sofisticado. Há acabamento em couro acolchoado e materiais de boa qualidade, embora a versão avaliada tenha detalhes em madeira que não serão usados no Sentra brasileiro.

O espaço interno dá a impressão de ter crescido mais que o carro. Quem viaja no banco de trás vai numa posição mais alta sem que corra o risco de encostar a cabeça no teto. O porta-malas tem capacidade para 428 litros na versão americana, um pouco menor que o modelo atual no Brasil, que tem 442 litros.

Itens de série com cara de opcional

A Nissan ainda não revelou o conteúdo das versões, mas adiantou algumas informações. O botão de partida, por exemplo, normalmente um item opcional, será de série desde a versão de entrada – o Sentra também mantém o sistema i-Key, que libera as portas apenas com a presença da chave.

Além das luzes diurnas de LEDs, tanto na frente quanto atrás, o novo Sentra, terá um volante com vários recursos como sistema Bluetooth, piloto automático e controle do sistema de som. O ar-condicionado, de duas zonas, é item de série nas versões SV, intermediária, e SL, top de linha.

Já a central multimídia, que concentra também a câmera de ré, não foi confirmada pela Nissan, mas é pouco provável que não esteja na lista de equipamentos do modelo já que virou um padrão do segmento.

Mais potente que o Sentra americano

A Nissan optou por não adaptar o novo motor 1.8 adotado no modelo americano. Econômico, mas menos potente que o 2.0 usado hoje no Brasil, esse motor significaria uma perda de 10 cv em favor da economia de combustível, algo hoje buscado pelos clientes americanos.

A marca, no entanto, aperfeiçoou o motor 2.0 para também consumir menos, o que, aliado a evolução do câmbio CVT, permitiu que o Sentra atingisse a nota máxima do Inmetro. O motor 2.0 também passa a utilizar o sismtea Flex-Start, que dispensa o tanquinho de gasolina.

Silencioso e suave

O test-drive que o AUTOO fez com o modelo americano serviu para ter uma ideia do que o cliente do novo Sentra espera. O sedã na versão americana tem rodar macio e silencioso, ótima posição de dirigir e uma condução previsível e tranquila. Sem dúvida, é um sedã que deve agradar quem busca isso num Corolla, mas não num Civic, que tem caráter mais esportivo e de reações mais rápidas.

Quanto à potência e ao funcionamento da suspensão, não houve como tirar conclusões, afinal o motor não é o mesmo e as estradas da California não expõem os limites de amortecedores e molas como nas ruas esburacadas do Brasil. É uma dúvida que só será sanada dentro de um mês, quando a Nissan apresentar o Sentra brasileiro aos jornalistas.

Briga de coadjuvantes

O antigo Sentra teve uma carreira bem sucedida no Brasil. Com bom custo-benefício e a imagem da solidez japonesa, o sedã sempre esteve entre os mais vendidos, embora com um volume irregular por conta da chegada dos lotes do México. Talvez seja esse o limite para que o novo Sentra venda mais. Com preço de até R$ 71.990 na versão SL, o modelo deve ser vendido a partir de pouco menos de R$ 60 mil já com um pacote respeitável de itens de série.

Isso o coloca em vantagem perante o também mexicano Jetta, o brasileiro Cruze e os argentinos Fluence, 408 e C4 Lounge, alguns por serem mais caros e menos equipados e outros por não terem tradição na categoria. Mas não significa que ele pode vender mais que antes porque a categoria dos sedã médios tem se mostrado concentrada nos modelos Civic e Corolla, este último prestes a ganhar nova geração em 2014. O que não esconde o fato que pela primeira vez, o Sentra poderá, sim, mostrar argumentos para desafiar seus rivais conterrâneos.

 
 
Nissan Sentra 2014 Nissan Sentra 2014
Novo Nissan Sentra: mais encorpado para, enfim, brigar com Civic e Corolla Novo Nissan Sentra: mais encorpado para, enfim, brigar com Civic e Corolla
Linhas ficam menos retas, mas sóbrias Linhas ficam menos retas, mas sóbrias
Entre-eixos pulou de 2,68 para 2,7 m Entre-eixos pulou de 2,68 para 2,7 m
Grade lembra a usada pelo sedã Altima, também prestes a chegar ao Brasil Grade lembra a usada pelo sedã Altima, também prestes a chegar ao Brasil
Versão SL continua como mais equipada Versão SL continua como mais equipada
Detalhe em flecha do farol, marca do novo design da Nissan Detalhe em flecha do farol, marca do novo design da Nissan
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Lateral tem para-lamas levemente mais robustos Lateral tem para-lamas levemente mais robustos
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Detalhe da lanterna do novo Sentra: em busca de uma identidade mundial Detalhe da lanterna do novo Sentra: em busca de uma identidade mundial
O novo Sentra ganhou muito em sofisticação e equipamentos O novo Sentra ganhou muito em sofisticação e equipamentos
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Painel do novo Nissan Sentra Painel do novo Nissan Sentra
Há acabamento em couro acolchoado e materiais de boa qualidade Há acabamento em couro acolchoado e materiais de boa qualidade
Detalhes em madeira não serão usados na versão comercializada no Brasil Detalhes em madeira não serão usados na versão comercializada no Brasil
 
 

Ficha técnica

Nissan Sentra 2014 S 2.0 16V flex manual 4p
Preço R$ NaN (10/2017)
Categoria Sedã médio
Vendas acumuladas neste ano 951 unidades
Motor 4 cilindros, 1997 cm³
Potência 140 cv a 5100 rpm (gasolina)
Torque 20 kgfm a 4800 rpm
Dimensões Comprimento 4,625 m, largura 1,761 m, altura 1,5 m, entreeixos 2,7 m
Peso em ordem de marcha 1288 kg
Tanque de combustível 52 litros
Porta-malas 503 litros
Veja ficha completa

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