Novo Honda Fit: ''continua sem sal, mas é muito prático'', dizem ingleses
Nova geração do modelo da Honda é avaliado na terra da rainha. Não arrancou suspiros, mas manteve os pontos altos de sempre
A Honda registrou a patente para a nova geração do Fit no Brasil ainda em maio. No entanto, seu destino por aqui ainda é incerto. Isso acontece porque a marca também registrou um inédito City hatch, que deverá chegar para ocupar o espaço das versões de entrada do monovolume. Ainda há espaço para o modelo, lançado com opções de motores híbridos na Europa, aparecer por aqui mais caro e com conjunto motriz eletrificado.
Enquanto ainda temos que aguardar o que a Honda decidirá para o futuro do Fit no Brasil, nós já podemos saber o que os ingleses acharam da novidade. Os britânicos da Autocar avaliaram o novo Honda Fit na versão EX híbrida, uma das mais completas e que, por lá, custa a partir de 21.385 libras esterlinas, ou cerca de R$ 156,3 mil na conversão direta da moeda.
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Em tal versão, o Honda Fit dispõe de um motor 1.5 a gasolina de ciclo Atkinson trabalhando em conjunto a um elétrico e um sistema de transmissão automática CVT. No total, entrega uma potência combinada de 108 cv e 25,8 kgfm de torque para empurrar os 1.308 kg do carro. Segundo a marca o modelo tem um consumo declarado em ciclo misto de 21,7 km/l.
Um dos poucos pontos em que o novo Honda Fit híbrido não agradou completamente os ingleses foi no visual. Segundo os avaliadores de lá, a marca fez pouco para mudar a cara “sem sal” do monovolume, o que é especialmente crítico quando o mercado de carros pequenos e híbridos naquele país está crescendo, tendo recebido recentemente as adições de modelos como o Toyota Yaris Hybrid e o Renault Clio E-Tech.
Por outro lado, foi apontado que o novo Honda Fit continua sendo o “rei da praticidade” como sempre foi desde a primeira geração. Principalmente pela modularidade de sua cabine. Os bancos traseiros foram mantidos, podendo ter os encostos rebatidos ou os assentos elevados para carregar todo tipo de carga sem grandes dificuldades. Enquanto a cabine trazia um acabamento apenas dentro da média para a categoria, foi descrito que o Fit manteve a ergonomia simples de entender, com botões físicos contrariando a tendência de se acumular funções em submenus da central multimídia.
Sobre o desempenho do propulsor, os ingleses afirmaram que o conjunto está mais silencioso que o da antiga geração, que não tinha opção híbrida. Mesmo o CVT foi elogiado por evitar que o motor trabalhasse sempre em rotações altas e contínuas, gerando um ronco desconfortável. A programação do câmbio mostrou pontos claros de simulação de marchas, mesmo sem usar o modo manual. Enquanto ficou claro que o motor se esforça bastante para que o carro permaneça em movimento, o torque do motor elétrico foi mais do que suficiente para deixar as arrancadas mais espertas na cidade. No entanto, na estrada, o carro não está tão ágil.
A respeito da dirigibilidade, foi lembrado que esse quesito nunca foi o foco do Fit, que priorizava mais a praticidade. Mesmo com uma carroceria mais rígida e vetorização eletrônica de torque (por meio de atuação nos freios), a nova geração do monovolume da Honda fica para trás no quesito prazer ao dirigir. Mesmo assim, teve um comportamento neutro no limite de aderência e confortável no uso urbano, indo ao encontro com sua proposta original.
Na conclusão os britânicos apontaram que o mercado inglês de carros pequenos tem diversas opções mais divertidas para se guiar, mas que a Honda merece o devido crédito por manter seu foco com o Fit na entrega de um carro sensato e prático. Com isso, ele tem tudo para se manter em posição de destaque em um segmento dominado por carros com qualidades menos racionais.