Estreia no Brasil neste ano: indianos apontam erros e acertos do novo City

Nova geração do Honda é submetida a uma avaliação mais longa na Índia e mostra onde manda bem e o que pode melhorar
Honda City 2021

Honda City 2021 | Imagem: Divulgação

A nova geração do Honda City foi apresentada no ano passado para os mercados da Ásia. Por aqui, o modelo deve estrear ainda em 2021. Além de substituir o atual sedã por aqui, o carro deverá ser incumbido de ficar no lugar do Civic, caso a montadora opte por não oferecer o modelo por aqui em sua nova geração. O City também deverá dar origem a um inédito hatch, que pode assumir o lugar do Fit por aqui.

Na Índia, onde o carro chegou em novembro de 2020, a nova geração do Honda City já impressionou por sua qualidade. Mas o Autocar India, está com uma unidade do sedã para um teste de longo prazo e o carro continua a agradar, apesar de já ter mostrado alguns de seus pontos fracos. O modelo em questão é da versão intermediária com motor 1.5 aspirado de 121 cv, o mesmo usado pelo Civic Touring nacional, mas sem o turbo.

Na cidade, muitos acertos, mas algumas mancadas

No convívio diário com o Honda City os motoristas se impressionaram bastante com o conforto do carro. De acordo com os indianos, o comportamento um tanto firme do antigo sedã ficou para trás e deu espaço a um carro bem mais tranquilo para o uso cotidiano. Outro avanço em relação à geração anterior foi a altura em relação ao solo. 

A reclamação é comum aos proprietários brasileiros. O atual City costumava raspar o para-choque dianteiro em valetas. Isso é algo que a geração nova já teria arrumado. Enquanto alguns equipamentos de série foram elogiados, como os faróis de LED com acendimento automático e os excelentes bancos, nem tudo dentro da cabine é positivo.

É o caso da central multimídia. Sua tela ficou maior e ganhou mais funcionalidades, mas sua aparência geral, segundo os indianos, é a de que ela foi mal integrada ao painel. Seu visual lembra o de centrais mais baratas e ficou com cara de adaptada dentro do novo City. Falando em críticas, o motor 1.5 exigiu paciência na cidade durante as acelerações, especialmente em rotações baixas.

Na estrada, os prós e os contras

Com um bom espaço interno, bancos confortáveis e porta-malas de 506 litros, o novo Honda City foi usado pela publicação para cobrir um evento numa viagem de 3.000 km ida e volta. E lá, a nova geração reforçou seus pontos fortes. O trajeto foi feito com quatro ocupantes e bagageiro cheio. Mesmo assim, o carro cumpriu a função sem incômodos tornando a viagem mais tranquila.

O motor pode até ser lento em baixas rotações, mas após os 3.000 rpm como é comum nas rodovias, desenvolve bem e deu conta do trajeto sem sustos. Mesmo de noite, os faróis de LED se mostraram úteis para iluminar a escuridão. Em um país como a Índia, onde o trânsito é caótico e a iluminação pública é deficiente, o equipamento foi considerado até como um bom item de segurança.

No entanto, o Honda City não passou por sua longa viagem sem mostrar alguns de seus pontos negativos. Um deles foram os freios. De acordo com os jornalistas indianos, o pedal ficou mais mole após alguns minutos em uma tocada mais animada. Falando em andar mais rápido, a nova geração do sedã manteve os pneus de 185 mm de largura e, de acordo com a publicação, é bem fácil chegar ao limite de aderência deles e um conjunto mais largo viria a calhar.

Honda City Hatchback 2021
Interior do novo Honda City em sua configuração hatchback
Imagem: Divulgação

Thiago Moreno

Thiago é jornalista do setor automobilístico desde 2008 e possui pós-graduação em Gestão Automotiva