Novo Classe E: inteligência emocional
Sedã executivo da Mercedes-Benz ganha vida e passa a cuidar da segurança dos ocupantes além de ter preocupação ecológica
O segmento de carros premium passa por uma onda de crescimento nunca antes vista. Antes relegados a receber as novidades mundiais meses ou anos mais tarde de seu lançamento na Europa e nos Estados Unidos, agora esses produtos chegam quase ao mesmo tempo em que nos seus mercados tradicionais.
Afinal, o que mudou? Muita coisa, a começar com a estabilidade econômica e a prosperidade de nosso país. Mas também pela recente virada de tempo no 1ª Mundo. Vendo seus clientes costumeiros sem dinheiro, as marcas de luxo passaram a mirar em outros lugares como o Brasil.
Só isso explica o fato de um veículo mais do que conhecido na Europa virar fenômeno de vendas aqui após mais de 10 anos de seu lançamento. Estamos falando do smart fortwo, o carrinho de dois lugares que vendeu 250 unidades em 40 dias. A dona do modelo, a Mercedes-Benz, agora traz outro ícone dos automóveis premium, o novo Classe E.
Mas o nicho de mercado deste sedã é bem diferente. Com preço entre R$ 269 900 e R$ 375 000, o Classe E mira nos chamados CEOs, os presidentes de empresas que buscam um carro que possa ser dirigido por eles ou por motoristas – o Classe S, maior e mais sofisticado, presta-se mais ao segundo caso.
Os números de vendas em 2008 revelam que ainda há muito a se fazer nessa categoria: foram apenas 657 veículos vendidos ou 0,023% do total de emplacamentos no Brasil. Em outras palavras, automóvel de luxo em nossas ruas ainda é item raro. As principais marcas hoje são as três alemãs, além da Mercedes, BMW e Audi, mas esta última somente agora volta atuar com força após a chegada do novo presidente. Com isso, BMW e Mercedes foram responsáveis por três em cada quatro carros vendidos.
Se em 2008, a Mercedes-Benz liderou com 41% do mercado, a BMW respondeu com o Série 5 este ano, aproveitando a troca de geração do Classe E. Agora deverá ser a vez de uma nova virada.
Carro com sentidos
Em outros tempos, um modelo como o Classe E traria como novos argumentos de compra motores mais fortes, mais desempenho e espaço. Desta vez foi diferente. A marca alemã focou em aspectos impensados anteriormente. Um deles é a redução de combustível e de poluentes. O sedã agora é mais econômico graças ao pacote BlueEfficient, que atua em várias frentes para torná-lo mais amigável ao ambiente. A aerodinâmica do Classe E é um dos pontos, assim como os pneus mais funcionais e os próprios motores. O resultado é uma economia de um litro de gasolina a cada 167 km rodados.
Se há algo a destacar no sedã da Mercedes é o aquela chamou de “um parceiro inteligente, capaz de ver, sentir e reagir com reflexo em situações críticas”. São diversos sensores e equipamentos no modelo que respondem em certas situações sem a interferência do motorista. Veja as alguns casos:
Adaptive Highbeam Assist – usa uma câmera para detectar outros carros em direção oposta e redireciona os faróis bi-xenon para evitar ofuscamento.
Attention Assist – são 70 parâmetros analisados para determinar se o motorista está sonolento e, nesse caso, alertá-lo.
PRE-SAFE – o conjunto já é conhecido de outros modelos da marca. Em caso de iminente acidente, o sistema otimiza o uso dos cintos e dos dez airbags de série.
Suspensão ativa e automatizada – nada de opções padronizadas de rodagem apenas. No Classe E, a suspensão muda de ajuste a todo o momento, conforme as dinâmicas em torno do veículo mudam.
Ar-condicionado Thermotronic – com três zonas distintas, a maior novidade do equipamento são os modos de resfriamento. Eis aí uma sacada da Mercedes que deverá agradar. Os ocupantes podem escolher três formas de receber o fluxo de ar: difuso, intermediário ou focado.
Do oval para o cubismo
Criador de paradigmas de estilo, o Classe E mais uma vez inovou. Depois de reintroduzir os faróis ovais em 1995, na época fora de moda, o sedã viu seu visual ser replicado em outros modelos da Mercedes e até na concorrência. Desta vez, no entanto, a nova proposta de design pode não se repetir.
Os designers resolveram seguir um caminho totalmente oposto ao do Classe E anterior. Em vez de formas suaves e circulares, formatos cúbicos e referências a pedras preciosas. E aí cabe lembrar que esse conceito não é exatamente inédito. A Lancia, marca da Fiat, já havia explorado essa ideia com o sedã de luxo Thesis.
Se as formas da carroceria permanecem semelhantes, os detalhes saltam aos olhos. Os canhões de luz estão envoltos por faróis retangulares e as luzes de neblina passaram a ser de leds em forma de “L”. Os para-lamas traseiros ganharam um ressalto que acompanha as rodas, valorizando o porte do modelo.
O interior do Classe E, ao contrário, manteve diversas soluções do seu antecessor. Foi o caso dos mostradores analógicos com painel digital no miolo ou do console central com arquitetura conhecida.Vai aí uma curiosidade. Enquanto sua rival BMW tirou a alavanca do câmbio automático de trás do volante para uma posição no túnel central no novo Série 7, a Mercedes fez justamente o contrário no Classe E.
Para clientes modernos
A Mercedes-Benz trouxe três versões do novo Classe E para o Brasil. Duas com motor V6 de 272 cv – E 350 Avantagarde e E 350 Avantgarde Executive – e uma com motor V8 de 388 cv também com acabamento Avantgarde. Reflexo da preferência do brasileiro por visual mais moderno – anteriormente tínhamos o acabamento tradicional também. Os valores começam em R$ 269 900, passam para R$ 299 900 no Executive e chegam a R$ 375 000 no E 500.
A versão esportiva E 63 AMG, com motor V8 de 525 cv ficou para outubro – antes disso teremos uma novidade, o Classe E Coupé, com motor V6.