Nova placa do Mercosul faz vendas em janeiro serem menores que em 2019

Segundo Fenabrave, atraso causado pelo novo padrão de identificação impediu que 9 mil veículos fossem emplacados, impedindo alta estimada em 1% nas vendas de veículos
Placa do Mercosul: atraso na documentação fez com que 9 mil carros não fossem emplacados em janeiro, diz Fenabrave

Placa do Mercosul: atraso na documentação fez com que 9 mil carros não fossem emplacados em janeiro, diz Fenabrave | Imagem: Divulgação

Após atingir o fundo do poço em 2016, as vendas de veículos no Brasil têm crescido em um ritmo lento, porém, constante desde março de 2017, mas no mês passado veio o susto: na soma de automóveis e utilitários leves, tivemos uma queda de 3,5% em relação a janeiro de 2019.

Parecia ser um sinal ruim de que a economia brasileira ainda sofre com períodos de seca, mas, segundo a Fenabrave, entidade que reúne as concessionárias de automóveis, a culpa pelo mau resultado é da placa do Mercosul. Segundo Alarico Assumpção Jr., presidente da associação, cerca de 9 mil veículos deixaram de ser emplacados em janeiro no estado de São Paulo por conta de atrasos na documentação causados pelo novo padrão de placas.

Maior mercado do país, o estado demanda muito mais recursos para implantar a nova identificação que outros locais menores. “Não fosse esse problema em São Paulo, os licenciamentos teriam alta de mais de 1% sobre o ano passado”, afirmou o executivo da Fenabrave. No total, foram emplacados 184 mil veículos no mês passado contra 191 mil unidades no mesmo período de 2019. Ou seja, com os 9 mil carros não emplacados, o total deveria ter chegado a cerca de 193 mil veículos.

De fato, os emplacamentos no estado de São Paulo em janeiro despencaram de 51,2 mil para 41,9 mil, um número semelhante ao que teve a documentação pendente, segundo a Fenabrave. Isso faz crer que, apesar do problema, o maior mercado consumidor do país teria ficado praticamente estável, o que não deixa de ser um dado preocupante.

Ford no buraco

Problemas de emplacamentos à parte, a Chevrolet abriu 2020 na liderança do mercado, com 35 mil carros vendidos, seguida da VW com 29,5 mil e da Fiat, com 25,9 mil unidades. A 4ª colocada continua a ser a Renault, que ficou pouco à frente da Toyota – a Ford foi apenas a 6ª marca mais vendida do país. Assim como já tinha feito em alguns meses de 2019, a Jeep vendeu mais que a Honda.

Por pouco, a CAOA Chery não figurou como a 11ª marca mais vendida do país. Com 1.684 unidades, ela ficou pouco atrás da Citroën, com 1.720 emplacamentos. A Peugeot e a Mitsubishi tiveram um início de ano ruim, com apenas 1.298 unidades e 1.291 unidades, respectivamente.

Entre os veículos mais vendidos, a Chevrolet voltou a fazer a dobradinha Onix e Onix Plus. O novo sedan sobrou no segmento com 8.722 unidades vendidas. Já o HB20, vice-líder por vários anos, caiu para a 5ª colocação, atrás do Kwid. A Volkswagen ocupou o 6º e o 7º lugares com o Gol e o Polo enquanto a Fiat ficou com os últimos três lugares do top 10 – Strada, Toro e Argo representaram a marca italiana.

Veja o ranking completo de marcas aqui e de veículos aqui.

 

Chevrolet Onix 2020
Chevrolet Onix 2020
Imagem: César Tizo

 

Ricardo Meier

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