Nova Fiat Strada: por que a nova picape pode engolir o segmento
Nova geração, que será lançada nesta semana, rejuvenesce a categoria e deve ampliar a liderança da marca italiana
Acredite se quiser, mas a categoria de picapes compactas não ganha um modelo novo desde 2010. Foi quando a Chevrolet trouxe ao mercado a segunda geração da Montana, já sobre a ‘plataforma’ do compacto Agile e que nem é mais produzido há um bom tempo.
Desde então, o segmento perdeu um concorrente, a Courier, e tem encolhido de tamanho nos últimos anos. Não é por menos afinal o brasileiro tem encontrado outras opções de produtos no mercado e a falta de renovação agrava essa situação.
Ao menos para a Fiat, o quadro até era relativamente confortável. Sua representante, a Strada, domina as vendas há muitos e muitos anos, graças a um casamento feliz entre engenharia, produto e marketing que tiraram leite de pedra do veículo, nascido em 1998 e único da família Palio original a seguir em produção.
Pois esse reinado está prestes acabar nesta semana quando a Fiat lançar oficialmente a nova Strada na próxima sexta-feira, 26. Será uma apresentação virtual, como manda a etiqueta da pandemia de coronavírus, mas o sinal verde para que a picape comece de fato a chegar às concessionárias após o postergamento de seu lançamento em abril.
Mas o que esperar da nova Strada 2021? Desde que divulgou as primeiras informações e convidou apenas alguns veículos de imprensa para conhecê-la, a picape quase sumiu da mídia, algo que será revertido nas próximas semanas quando soubermos inclusive quais serão seus preços sugeridos.
Apesar de um certo suspense, resta pouca dúvida que o papel da nova Strada será o de ocupar um nicho entre as poucas versões da Strada original que permanecerão e sobretudo a Toro, bem sucedida picape monobloco que é a única representante da Fiat no mercado premium, por assim dizer.
Sem concorrentes à vista
Por falar nisso, como você leu no Autoo, as versões da nova Strada devem ter preços gravitando entre R$ 65 mil e R$ 90 mil, no caso da variante Volcano, a mais equipada. Não será absurdo se ela beirar R$ 100 mil em valores atualizados, ou seja, na cola da Toro mais barata.
É do jogo tentar testar a receptividade do público, ainda mais que o projeto da Strada 2021 buscou inspiração justamente na irmã maior. E não foi só o visual que a Toro ajudou a guiar a equipe que bolou a nova picape compacta. A Fiat pretende encontrar um tipo de cliente para ela que tem pouco a ver com o mercado de vendas diretas, que sempre olhou o modelo como um utilitário apenas.
Na realidade, a nova Strada é o tal "automóvel com caçamba". Não é à toa que embora tenha medidas externas semelhantes à da primeira geração, a picape ofereça uma cabine mais generosa, capaz de receber cinco ocupantes e ainda assim transportar um bom volume de carga. Nada como repensar um segmento após duas décadas...
Embora faça uso de vários itens vistos em outros carros como o Mobi e Argo, a nova Strada parece conseguir casar tecnologia com soluções comprovadas como sua suspensão traseira de eixo rígido. Já motorização é um compromisso de pragmatismo: embora tenha o motor 1.4 nas versões de entrada é o propulsor 1.3 Firefly a bordo dos modelos mais caros que deverá ditar as vendas. E com ele o cliente da Fiat deve encontrar uma picape com certa agilidade, mas econômica.
Ou seja, a tendência é que a nova Strada repita um fenômeno ocorrido com o Onix Plus que, embora conviva com o Prisma, praticamente acabou com as vendas do antecessor. Possivelmente, a velha Strada ainda dure um pouco mais no mercado e com um volume menos vergonhoso, mas seus dias certamente estão contados - até porque a obrigação do controle de estabilidade em 2022 fará isso de qualquer forma.
Fato é que a Fiat pode gozar de um privilégio raro, o de ter um produto que quase elimine a concorrência. Se Chevrolet e Volkswagen realmente seguirem o caminho de brigar com a Toro e esquecerem o andar de baixo, a marca italiana sobrará como nunca nessa categoria.
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