Nissan Kicks é revelado mundialmente no Rio
Modelo vai percorrer o Brasil acompanhando a Tocha Olímpica a partir desta semana
Não dá para ficar fora de um segmento que cresceu 200% em cinco anos no Brasil, certo? Depois de muitos análises, a Nissan resolveu entrar nesse caldeirão aquecido que é o segmento dos SUVs compactos com o Kicks, um projeto que estava em gestação até mesmo antes de 2012, quando o conceito Extreme deixou claro que a categoria estava na mira da marca.
A partir desta terça-feira (3) o Nissan Kicks começará a tomar contato com o público brasileiro. Em uma iniciativa extremamente positiva para divulgar o modelo, ele vai “escoltar” a Tocha Olímpica por mais de 20 mil quilômetros e 328 cidades ao redor do país. Mas o que, afinal, o Kicks oferecerá para se destacar em meio a Honda HR-V, Jeep Renegade e cia?
Bom, a Nissan ainda esconde muita coisa, uma vez que o Kicks só começa a ser vendido no dia 5 de agosto, porém já deixou escapar algumas coisas na primeira apresentação à impresa. Uma delas são as dimensões do SUV. O Kicks terá 4,29 m de comprimento, 1,76 m de largura, 1,59 m de altura e entre-eixos de 2,61 m. Em relação ao líder da categoria, o Honda HR-V, os números são parecidos. O Honda conta com os mesmos 4,29 m de comprimento, sendo ligeiramente mais largo (1,77 m), um pouco mais baixo (1,58 m) e com o mesmo entre-eixos.
Essa certa similaridade entre Honda HR-V e Nissan Kicks vai além das dimensões e chega ao design. Os dois abusam da linha de cintura alta, em especial na parte traseira, porém o Kicks investe em volumes mais robustos. O resultado geral agrada, em especial com as rodas de liga leve aro 17”, mas parece que o Kicks enquanto o Honda é mais equilibrado. Caberá ao público, contudo, analisar os dois modelos.
Ainda não foi possível avaliar o Kicks fora de um ambiente fechado, mas ao menos o AUTOO conseguiu avaliar a cabine do modelo. Nesse ponto, o HR-V parece contar com um habitáculo melhor aproveitado. Não nos agradou no Kicks a lateral do teto muito baixa, à exemplo do ocorre na Fiat Toro, em que passageiros de maior estatura tem que prestar atenção na hora de entrar no modelo ou irão raspar a cabeça. O espaço para as pernas dos passageiros no Honda também parece ser melhor. Um ponto que nos pareceu muito positivo no Kicks, entretanto, é a posição de dirigir. A ergonomia também é correta, como é típica nos projetos alemães e japoneses.
Para se destacar no segmento, o Kicks promete investir alto na tecnologia a bordo. Na unidade apresentada, que deverá ser a topo de linha, ele conta com 4 câmeras (2 delas abaixo dos retrovisores) para formar o que a Nissan chama de Around View Monitor, que permite ver na tela de 7” da central multimídia tudo o que se passa ao redor do veículo. As mesmas câmeras também são utilizadas no sistema Moving Object Detection, que alerta o motorista sobre alguns objetos que podem representar perigo para o carro. Sem dúvida será uma inovação importante entre os SUVs compactos.
Ao menos na unidade exposta aos jornalistas, o Kicks topo de linha também contará com ar-condicionado automático e digital, partida por botão e revestimento interno de couro. A tonalidade amarela que você confere nas fotos, contudo, poderá ser limitada às unidades oferecidas na época do lançamento, porém ela contrasta bem com o interior escuro. Além dos bancos e uma pequena parte das laterais das portas (faltou um trabalho melhor da superfície da peça), o couro também está presente em parte do painel.
O volante conta com base achatada para transmitir esportividade, um aspecto que a Nissan deverá claramente enfatizar no Kicks. O painel de instrumentos oferece uma ampla área digital, nos resta saber como ela será usada. Comparando com os demais modelos da Nissan, a central multimídia deverá ser bem completa oferecendo navegador e ampla integração com aplicativos e smartphones. A pintura do teto contrastando com a carroceria, estilo "à la Evoque", caiu bem ao Kicks.
Até aqui tudo bem, mas e sob o capô? Por enquanto ninguém da Nissan fala uma só palavra sobre isso, mas é certo que ele terá opções automáticas. A fabricante, aliás, faz tanto segredo sobre o motor que sequer foi possível abrir o capô nas duas unidades que o AUTOO teve contato. Dos bastidores, contudo, uma notícia interessante emergiu. Alguns executivos da Nissan deram a entender que o propulsor usado pelo Kicks não é fabricado no Brasil, portanto nos dá margem para sonhar com algo mais eficiente do que os motores 1.6 16V e 2.0 16V atualmente oferecido na gama Nissan. Quem sabe o 1.6 16V DIG com injeção direta presente em modelos como o Juke? É algo que só podemos especular no momento, mas seria um diferencial e tanto sobre a concorrência.
Por fim, o preço deverá estar sendo calculado com muito cuidado pela equipe da Nissan, sendo que ele só deverá ser anunciado em agosto. Os executivos garantem que ele será competitivo. Se ele oferecer esse nível superior de equipamentos da versão topo de linha por um preço nem que seja igual ao do HR-V EXL, certamente será algo que fará os potenciais clientes do Honda prestarem mais atenção no modelo.
O Nissan Kicks não é um projeto imune a falhar, porém, se você não tem pressa para comprar seu próximo SUV compacto, vale a pena esperar até agosto para analisar o custo-benefício do Nissan. Ele vai entrar em uma briga de gente grande, mas tem condições para se destacar.