Negócio da China? VW Kombi Last Edition valoriza mais de 120%
Perto de completar 10 anos do fim de sua produção, modelo zero quilômetro chega a ser vendido por mais de R$ 200 mil
Afinal, por que um carro de propostas simples e despretensiosas conseguiu ser fabricado por mais de 50 anos no Brasil, sem grandes avanços tecnológicos? A Kombi surgiu na Alemanha em 1950 e em 1953 começaram a vir as primeiras unidades ao Brasil, montadas em CKD. Só em 1957, a popular van da Volkswagen passou a ser nacional.
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Em 2013, por conta da obrigatoriedade da inclusão dos freios ABS e do airbag duplo frontal para todos os veículos nacionais, o defasado projeto - atrelado ao alto custo para adaptação dos itens - impossibilitou uma vida ainda mais longa ao utilitário. Mas, nem por isso, a velha senhora ficou esquecida. Nos quatro cantos do mundo, é notória a popularidade e a paixão de todos que, direta ou indiretamente, tiveram uma história com o automóvel.
Desde setembro de 1957 até julho de 2013 foram produzidas 1.551.140 unidades da Kombi na fábrica de São Bernardo do Campo (SP.) Em dezembro, a “velha senhora” completa 10 anos do fim de sua produção no Brasil. Para comemorar a data, vamos citar algumas particularidades da série Last Edition, disputada por colecionadores mundo afora, literalmente falando.
Comparado às outras versões da Kombi, a edição limitada contempla a pintura saia-e-blusa azul e branca, além de lentes de luzes de seta em cristal, rodas com faixas brancas e adesivo de 56 anos de produção no Brasil. Por dentro, as diferenças são os bancos em vinil azul, branco e cinza, cortinas personalizadas com fivela com o nome Kombi bordado e sistema de som MP3 com entradas auxiliar e USB.
Já o motor é o mesmo da versão convencional, ou seja, o EA111 1.4 flex de 80/78 cv que em 2006 substituiu o arcaico 1.6 refrigerado a ar. Essa também ganhou uma edição de despedida, a Série Prata, limitada a 200 unidades.
Quando foi disponibilizada para venda em agosto de 2013, a Last Edition de só 600 “peças” foi oferecida por R$ 85 mil, um valor alto à época, mas que não afugentou a clientela especial. O sucesso foi tanto que em setembro, a produção foi dobrada para 1.200 veículos, atendendo assim a alta demanda. No entanto, a segunda leva demoraria mais para zerar o estoque, obrigando as lojas autorizadas a concederem descontos de mais de 5% do valor.
Em 10 anos da despedida da linha de produção no Brasil, o modelo valorizou, em média, 125%. Em sites de classificados, chegamos a encontrar exemplares 0km por R$ 189 mil, como é o caso da Kombi Last Edition 0747/1200 que está à venda através do canal do Reginaldo de Campinas. Este, em especial, faz parte do lote 747 dos 1.200 fabricados e é, literalmente, 0km, pois só rodou 107 km, segundo consta no hodômetro. Até os plásticos originais nos bancos e carpetes foram cuidadosamente mantidos.
Indo mais além, encontramos uma mais nova em Curitiba, PR, com meros 47 km rodados que o dono comprou e que nunca foi lavada “para não acumular umidade e resíduos químicos em cantos e frestas”, segundo ele. A pedida dessa unidade é de, pasmem, R$ 238 mil e está anunciada no site Webmotors.
Ainda segundo o proprietário, por incrível que pareça, a bateria da fabricante Moura é a mesma de quando instalada na fábrica em 2013 e está em pleno funcionamento. Os plásticos também foram mantidos, e para os mais exigentes, até as folhas de jornal no chão, colocadas na fábrica para proteger durante o transporte, foram preservadas.
E você? Pagaria tudo isso só para ter a última edição do veículo de maior longevidade na indústria automobilística mundial?
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