Montadoras querem fim do IPI e melhora da competitividade no Brasil
Anfavea realizou nesta segunda-feira a posse de sua nova diretoria para o triênio 2022-2025
A Anfavea realizou nesta segunda-feira (2) a posse de sua nova diretoria para o triênio 2022 a 2025, com Márcio de Lima Leite assumindo o cargo de presidente em sucessão a Luiz Carlos Moraes.
O corpo diretivo da associação que reúne as fabricantes instaladas no Brasil terá ainda Marina Willisch, da GM, como 1ª vice-presidente; Gustavo Bonini, da Scania, como vice-presidente tesoureiro e Antônio Calcagnotto, da Audi, como vice-presidente secretário.
Em sua primeira entrevista no comando da Anfavea, Leite destacou alguns pontos que deverão ocupar a agenda da nova diretoria nos próximos anos.
De acordo com o executivo, a Anfavea e suas associadas buscarão formas, inclusive, junto ao governo, de manter a competitividade do Brasil no cenário automotivo, inclusive buscando expandir as exportações do país para mais mercados além da América do Sul.
Para tanto, segundo Leite, é fundamental que o país passe a se inserir de forma mais competitiva na cadeia produtiva global, inclusive no que envolve tecnologias de propulsão mais avançadas, como veículos híbridos e elétricos.
O novo presidente da Anfavea pontua ainda que isso também passa por um trabalho junto aos fornecedores para fortalecer as empresas instaladas no país, em especial após o cenário de desorganização global das cadeias produtivas como uma consequência marcante da pandemia.
Carga tributária menor
Márcio de Lima Leite acrescenta que, do ponto de vista institucional, um dos pleitos da Anfavea será o avanço da reforma tributária rumo a um sistema menos complexo e mais favorável ao desenvolvimento da economia, tendo como um dos pleitos o fim do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), por exemplo.
Em paralelo, a Anfavea também trabalha com a necessidade de se implementar no país um programa de inspeção veicular que incentive a renovação da frota, ajudando também a colocar em circulação carros mais seguros e menos poluentes. A medida, em paralelo, também seria um estímulo considerável para as linhas de montagem em operação no país.
Para tanto, também caberá à indústria oferecer modelos acessíveis e que permitam o acesso de novos consumidores aos automóveis 0 km.
Por fim, o novo presidente da Anfavea acredita ser importante o Brasil valorizar o etanol como uma interessante saída em busca da descarbonização, com pesquisas que incentivem o uso do combustível em veículos híbridos ou até tecnologias mais avançadas. Para Leite, o etanol é um grande diferencial competitivo e uma riqueza do Brasil frente a outras nações.
Perfil
Advogado e contador, Márcio de Lima Leite é natural de Belo Horizonte (MG) e tem 51 anos. Atualmente ocupa o posto de vice-presidente de assuntos jurídicos, tributários e de relações institucionais da Stellantis na América do Sul.
O profissional também participou ativamente de todos os movimentos de consolidação e ampliação das empresas do conglomerado bem como da instalação do Polo Automotivo Jeep em Goiana, Pernambuco. Na Anfavea, vinha atuando como vice-presidente desde 2017.