Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis

Montadoras globais ficam de fora de ranking de veículos eletrificados mais vendidos na China

Apenas a Tesla aparece no Top 10 das marcas que vendem elétricos puros e híbridos no maior mercado automotivo do mundo

O preço por acreditarem que teriam livre acesso aos milhões de consumidores chineses, ávidos por veículos ocidentais, começou a ser cobrado das montadoras globais. Após anos em que compartilharam tecnologia com suas parceiras locais, as grandes fabricantes estão apanhando feio no segmento de veículos eletrificados do país, o maior do mundo.

Segundo dados da Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (CAAM), apenas a Tesla figura no Top 10 de marcas que vendem veículos elétricos puros ou híbridos, entre as empresas ocidentais.

A empresa de Elon Musk é a 3ª colocada no ranking de 2022 com 183,7 mil emplacamentos. A líder absoluta é a BYD, com mais de 390 mil unidades de seus veículos eletrificados vendidos entre janeiro e abril enquanto a SAIC é a segunda – as duas vendem modelos híbridos enquanto a Tesla, apenas 100% elétricos.

A lista segue com marcas locais cujo volume é bem menor, como a GAC Aion, Xpeng, Neta, Greal Wall Ora, Nio e Leap. Nesse miolo, a Geely aparece na 5ª posição, com 48 mil unidades vendidas.

Tesla Model Y 2020
A Tesla é a única estrangeira a figurar entre as 10 marcas de elétricos e híbridos mais vendidas
Imagem: Divulgação

A Volkswagen, junto ao grupo FAW, figura apenas na 15ª colocação, a melhor de uma empresa fora da China, segundo a Reuters.

Este ano, entre janeiro e abril, a China consumiu nada menos que 1,5 milhão de veículos de passeio eletrificados, mais do que o dobro do que em 2021. Isso representa 23% de participação no total de unidades emplacadas, o que provocou uma queda de 12% nas vendas de automóveis e utilitários movidos a motores a combustão.

A situação deve ficar pior para as tradicionais montadoras já que as rivais chinesas têm avançado também em mercados no exterior, graças aos investimentos massivos em modelos elétricos. O Brasil, como essa coluna mostrou recentemente, já sente esse efeito inicial.

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