Mini-SUV, Renault Kiger é finalmente revelado
Modelo derivado do Kwid foi apresentado na Índia nesta quinta-feira e é aposta da marca para ocupar nichos de entrada. Venda no Brasil ainda é dúvida
Após meses de expectativa, a Renault revelou nesta quinta-feira (28) o Kiger, mini-SUV derivado do Kwid e que usa a plataforma CMF-A+ alongada. O pequeno crossover também compartilha o projeto com o Nissan Magnite, que será produzido no Brasil, e vai ocupar um nicho estratégico nos próximos anos, como novo veículo de entrada num mercado em que consome cada vez mais veículos com visual off-road.
Como o conceito e flagras adiantavam, o Kiger possui um design bastante interessante, com faróis em LED diminutos e um para-choque volumoso. Na traseira, chama a atenção a bela solução das lanternas em formato de "C" enquanto a lateral consegue passar uma impressão de robustez e refinamento ao mesmo tempo.
Na Índia, o crossover será vendido com rodas aro 16 e motor 1.0 de 3 cilindros aspirado com 72 hp de potência ou turbo, com 100 hp. A primeira versão tem opção de caixa CVT enquanto a turbo, um sistema automatizado.
O Kiger possui 4 metros de comprimento, 1,75 m de largura, 1,6 m de altura e entreeixos com 2,5 m. Ou seja, é 30 cm mais longo, 17 cm mais largo, 13 cm mais alto e com quase 8 cm a mais de espaço entre os eixos que o Kwid. Pode-se dizer que o novo Renault é quase do tamanho de um Sandero, exceto pelo entreeixos quase 10 cm mais curto.
O porta-malas do novo modelo comporta 405 litros, mas a marca não esclareceu em que condições. Já o tanque possui capacidade para 40 litros enquanto o peso em ordem de marcha é de apenas 1.012 kg.
O Kiger oferecerá tela touchscreen de 8 polegadas e painel de instrumentos digital com tela de 7 polegadas ladeado por mostradores físicos. O espaço do console central parece ser generoso, permitindo que o freio de estacionamento fique ao lado de um porta-objetos, como em modelos maiores. A versão mostrada traz também ar-condicionado digital, partida por botão e até modos de direção, o chamado "Multi-sense" pela Renault.
E o Brasil?
Em seu comunicado sobre o Kiger, a Renault reconheceu a importância da Índia em sua estratégia global: "Segundo país mais populoso do mundo, a Índia tem forte potencial de crescimento e continua sendo um dos mercados mais atraentes do mundo. Como em muitos outros países, o mercado de SUVs tem crescido continuamente nos últimos anos", afirmou a montadora, reforçando que o modelo foi feito para os indianos.
De fato, há hoje automóveis no portfólio da Renault na Índia que foram feitos sob medida para esse mercado como o Triber, uma microvan também parente do Kwid, mas é ingênuo acreditar que o Kiger só pode agradar lá. Diante da iminente queda de popularidade dos hatches e sedãs compactos, ter um "mini-SUV" no Brasil é questão de sobrevivência. Não por acaso, a Renault teve um 2020 pavoroso por aqui, com quedas significativas nas vendas do Kwid e Sandero, apenas parte justificada pela pandemia.