Mico no Brasil, Peugeot 308 ganha nova geração na Europa
Hatch médio é o primeiro carro da marca a receber novo logotipo e passa a contar com duas opções de motorização híbrida
Ele é belo, carregado de tecnologia, mais espaçoso e possivelmente bastante prazeroso de dirigir. Mas o novo Peugeot 308 é um produto para europeus, sobretudo – a despeito de a marca francesa planejar exportá-lo para alguns países como a Austrália.
A nova geração do hatch médio foi apresentada nesta quarta-feira e causou boa impressão. O novo 308 está mais baixo (2 cm) e com entreeixos maior (5,5 cm) além de estrear o logotipo do leão recentemente atualizado da Peugeot.
Assim como outros produtos da antiga PSA, hoje Stellantis, o hatch foi projetado sobre a plataforma EMP2 e por conta disso passa a contar com mais opções híbridas. São duas versões, uma com motor a gasolinha de 150 hp associado a um elétrico de 81 kW e outro mais potente, que usa a mesma unidade elétrica, mas com um motor a combustão de 180 hp. Enquanto o primeiro pode rodar 60 km apenas no modo elétrico o segundo tem desempenho ligeiramente inferior, de 58 km. Além deles, a Peugeot manterá à venda um motor 1.2 litro a gasolina e o cada vez menos popular motor a diesel (1.5 litro).
Como todo novo carro que se preze, o novo 308 incorpora vários assistentes ativos como controle de cruzeiro adaptativo, sistema que mantém o carro na faixa de rolagem ou ajuda nas mudanças de pista, entre outros. Há também câmera traseira de 180º e de estacionamento com 360º além de monitor de ponto cego.
A Peugeot também aprimorou o i-Cockpit que possui tela de 10 polegadas e incorpora funções 3D na versão GT. O sistema de entretenimento também adota uma tela de 10 polegadas e que se conecta à smartphones por tecnologia sem fio. O i-Connect também permite que oito perfis diferentes de ocupantes sejam mantidos.
O interior do carro não chega a surpreender, mas parece bastante espaçoso, sobretudo pela ausência da manopla de câmbio, trocada por um seletor de modo de direção no console central. Apesar de ter mostrado o carro em março, a Peugeot deve lançar o 308 apenas no final do ano.
Última geração?
Mas afinal por que a Peugeot insiste em manter o 308 em linha, sendo que o mercado de hatches médios encolhe a cada ano? É uma boa pergunta. O modelo tem perdido bastante espaço, assim como outros rivais, mas ainda possui uma demanda razoável na Europa.
Em 2020 foram emplacados 97,7 mil unidades do 308 no mundo, uma queda de 41% em relação a 2019. O hatch médio vende dois terços do que emplaca seu irmão SUV, o 3008, e perde para seus principais rivais, o Golf e o Focus.
Mas vale levar em consideração que a Stellantis não vive apenas da Peugeot, ou seja, o que o 308 tem logo será replicado no Opel Astra e talvez no C4, além de modelos da Fiat e Alfa Romeo.
No entanto, não será absurdo imaginar que esta pode ser a última geração do 308. Com a tendência cada vez maior de veículos com estilo SUV, mesmo a Europa pode ver no futuro um sucessor com roupagem crossover e propulsão elétrica em vez de um hatch médio.
Para nós, brasileiros, o 308 permanece um estranho. A Peugeot até tentou torná-lo um substituto à altura do 307, que fez uma bem sucedida carreira no país, mas não conseguiu. Em oito anos, o modelo conseguiu apenas 35,5 mil emplacamentos, tornando-se um mico no mercado, a despeito do bom motor e do amplo espaço interno. Mas talvez não tenha sido culpa do carro e sim da desgastada imagem da marca francesa por aqui. Nesse caso, nem logotipo novo salva um bom projeto.