Melhor no visual, Cobalt 2016 ainda peca na mecânica
Sedã parece que evoluiu uma geração no design, porém o desempenho ainda é o ponto fraco
“A impressão é de que o carro mudou de geração, tamanha é a evolução estética”, gabava-se o diretor de design da GM, Carlos Barba, durante a apresentação do Cobalt 2016 para a imprensa especializada. Tudo bem que quando um pai fala do seu filho nós precisamos dar um bom desconto, mas é inegável que o sedã recebeu uma melhora gritante no visual.
A equipe de design realizou um excelente trabalho até porque nenhuma das alterações visuais parece uma adaptação mal feita. Nesse ponto, fica claro que a GM investiu bem na atualização do Cobalt, que pode até ser considerada profunda para um facelift. O motivo é que além dos novos para-choques dianteiro e traseiro, algo até simples de fazer, a marca optou por desenvolver novos para-lamas, tampa do porta-malas e capô. Aqui, sim, algo bem mais complexo e que requer bastante trabalho.
Com isso, o modelo abandonou os farois de formato quadrado e as lanternas verticais do Cobalt até então oferecido nas lojas por peças mais horizontais, o que ajuda a criar uma sensação de maior largura do carro. Além disso, o Cobalt 2016 ficou bem mais elegante.
O resultado de tudo isso é que a Chevrolet quer dar ao sedã um aspecto mais refinado, transformando-o em um produto “aspiracional”, como é dito no jargão do marketing. “O Prisma, que tem um visual mais compacto e de apelo jovial, segue como uma alternativa mais esportiva em relação ao Cobalt, que sempre foi um carro mais racional. Com as novidades da linha 2016, a gente montou um carro para o perfil que chamamos de pai vencedor, ou seja, a melhor relação entre tamanho para acomodar toda a família com conforto e preço”, explica Samuel Russell, diretor de marketing da fabricante. O executivo também destaca que a maior parcela dos compradores do Cobalt tem entre 35 e 55 anos, sendo que 80% do total é casado e 66% tem 2 filhos.
Além de espaço e conforto, outro ponto que esses clientes procuram é o câmbio automático, que deverá responder por 80% do mix de vendas do Cobalt 2016. Aproveitando-se dessa brecha, a GM achou oportuno resgatar a designação Elite, que ficou famosa dentro das linhas Astra, Vectra e Zafira, para identificar a nova opção top de linha do Cobalt.
De R$ 67.990 Sedã compacto Fiat Grand Siena, Volkswagen Voyage, Nissan Versa 23.071 1.8 8V 108 cv a 5.400 rpm (E) 17,1 kgfm a 3.200 rpm (G) Automática de 6 velocidades 4,48 m de comprimento, 1,73 m de largura, 1,52 m de altura e 2,62 m de entreeixos 1.137 kg 563 litrosChevrolet Cobalt Elite automático
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Mais salgado
Para estacionar na garagem um Cobalt Elite como o que você confere nas fotos e foi avaliado pelo AUTOO, você vai precisar desembolsar salgados R$ 67.990. Tudo bem que a versão é bem equipada, mas é sempre bom lembrar que você ainda está em um Cobalt. Apesar das melhoras pontuais na cabine, como os elementos cromados ao redor das saídas de ar e as maçanetas com o mesmo tipo de acabamento, o Cobalt está longe de entregar o habitáculo de um sedã médio.
De qualquer forma, o pacote de itens de série do Cobalt Elite não desagrada, contemplando, além da transmissão automática de 6 marchas, o revestimento interno de couro (com várias nuances na cor marrom, a nova queridinha das marcas), sensores de chuva e luminosidade, rodas de liga leve, ar-condicionado, direção hidráulica e a segunda geração da central multimídia MyLink, que agora opera os sistemas Android Auto (Google) e CarPlay (Apple). Os softwares atendem 95% dos potenciais clientes do Cobalt, segundo pesquisa da Chevrolet, e tornam a integração entre os smartphones e o carro bem mais avançada e prática, já que você realiza vários comandos apenas com a voz.
Outro ponto que promete ser um diferencial de peso para o Cobalt 2016 é que ele é o segundo modelo da família Chevrolet, depois do Cruze, a oferecer o OnStar. O sistema avançado de telemática representa um belo salto em comodidade e segurança. Nenhum rival do Cobalt, como o Fiat Grand Siena, Nissan Versa e até o caro Honda City oferecem um recurso semelhante ao OnStar.
Motor deixa a desejar
Ao volante, o Cobalt mantém o comportamento neutro que agradou tantos taxistas e frotistas desde seu lançamento em 2011. Sua suspensão e direção são as mais equilibradas e confortáveis possíveis, como pede a cartilha de um bom sedã familiar. O Cobalt não tem – e nem foi pensado – para oferecer qualquer esportividade ou algo que sacrifique o conforto. Um de seus problemas, contudo, segue nas respostas apáticas quando o acelerador é pressionado com mais vontade. Talvez pelo fato do torque máximo aparecer só a 3.200 rpm, o Cobalt Elite deixa a desejar quando o assunto é desempenho. A potência de seu defasado 1.8 8V, que estaciona nos 108 cv com etanol, é outro ponto crítico. O motor 1.8 da Toyota, por exemplo, que conta com 16 válvulas e comando variável, oferece 144 cv.
Seja você um “pai vitorioso” ou um taxista querendo trocar seu carro de trabalho (é forte o sucesso do modelo para esse uso graças a seu generoso porta-malas e bom espaço traseiro), as importantes mudanças na linha 2016 do Cobalt tem tudo para ajudar o modelo a expandir um pouco seu leque de clientes. Atualmente ele só não poder para o Nissan Versa no ranking de vendas, ficando bem atrás do próprio Prisma, Hyundai HB20S, Volkswagen Voyage e Ford Ka+.