Falta de minérios e até gás néon: como a guerra afeta a produção de veículos
Escassez de componentes coloca em risco a fabricação dos carros ao redor do mundo
A invasão da Rússia na Ucrânia pode trazer um novo problema para a produção global de veículos.
Além do risco de diversas fabricantes abandonarem o país russo, a associação das fabricantes alemãs (VDA) declarou nesta semana que a guerra pode causar um desabastecimento de diversos materiais cruciais para a indústria.
Como a Rússia é um dos maiores fornecedores de paládio e níquel, e a Ucrânia exporta gás néon, a invasão russa comprometeu a exportação desses materiais para a Alemanha. Dessa forma, a VDA prevê interrupções na produção de veículos do país.
Para entender a gravidade da situação, é importante destacar o uso de cada um desses materiais.
O paládio é utilizado nos catalisadores dos veículos, enquanto o níquel é refinado para ser adicionado nas baterias de íon de lítio para carros elétricos.
Já o gás néon é utilizado na produção dos microchips automotivos, item que já passa por uma crise mundial de escassez desde o começo da pandemia da Covid-19.
Além desses problemas, Volkswagen, BMW e Porsche já relataram que estão tendo dificuldades em obter chicotes elétricos para a produção de seus modelos, já que os fornecedores do oeste da Ucrânia foram fechados por conta da guerra.
Saídas e paralisações
Conforme já noticiado pelo AUTOO, rumores apontam que algumas marcas estão cogitando abandonar o mercado russo. No caso das marcas alemãs, elas são responsáveis pela produção de mais de 100 mil veículos anuais no território russo.
A Volkswagen já confirmou que a sua produção na Rússia está suspensa, bem como a exportação de veículos para o país. Decisão semelhante foi adotada pela Ford, que suspendeu suas atividades até segunda ordem.
Marca japonesa que produz cerca de 80 mil carros por ano no mercado russo, a Toyota também vai paralisar a produção e a exportação para o país.
A Mazda disse que enfrenta escassez nas peças e pode suspender suas operações na Rússia, mesma dificuldade que a Mitsubishi tem encarado e que também pode forçar uma paralisação em suas atividades.