Maior problema da indústria automotiva deve durar por ''muitos meses''
Avaliação foi feita por executivo de uma grande fornecedora global
Um dos grandes problemas enfrentados atualmente pelo setor automotivo global é a falta de semicondutores, item fundamental para os componentes eletrônicos dos veículos modernos.
A escassez do recurso já fez várias fábricas pararem ao redor do mundo — inclusive aqui no Brasil — ou reduzir de forma acentuada a produção.
A perspectiva para a solução do problema, entretanto, não parece em um horizonte tão próximo. De acordo com Nikolai Setzer, executivo da sistemista alemã Continental, “os impactos da falta de semicondutores no mundo deverão ser sentidos no começo do ano, começando a se amenizar em escala global somente no segundo trimestre de 2021. Com isso colocado, é importante destacar que a falta de semicondutores ainda deverá afetar algumas áreas da indústria automotiva por muitos meses”, revelou.
Outro executivo da Continental, no caso o CFO Wolfgang Schaefer, acrescenta que “2021 foi subjugado até agora pela falta de semicondutores. Os efeitos da pandemia em curso do novo coronavírus também permanecem uma fonte de incertezas. Em resumo, portanto, 2021 permanecerá desafiador”.
Os semicondutores também são utilizados nas indústrias de telefonia para a produção de smartphones, bem como em videogames.
Schaefer também acrescentou durante apresentação dos resultados financeiros da empresa que a Continental sempre manteve os fabricantes informados sobre a falta de semicondutores. A companhia também foi afetada duramente pela pandemia e planeja cortar ou transferir 30.000 empregos. No entanto, a empresa espera que a produção global de automóveis de passageiros se recupere entre 9% e 12% ao longo de 2021.
Em paralelo a também alemã Bosch anunciou que abrirá, em junho, uma fábrica de chips automotivos em Dresden. Essa instalação produzirá microchips de circuito integrado para aplicação específica (ASIC) usados por veículos elétricos e híbridos, ajudando a aliviar alguns dos gargalos atuais enfrentados pela indústria.