Lembra do Kadett? Há 30 anos o modelo estreava um protótipo elétrico na Alemanha
Opel já construiu uma variante 100% elétrica do hatch médio para estudo da tecnologia
A ideia de colocar nas ruas carros com propulsão 100% elétrica está longe de ser uma novidade, apesar de apenas ter ganhado força e viabilidade técnica e comercial nos últimos anos. A própria história da Porsche é altamente vinculada aos carros elétricos. Nos idos de 1898, Ferdinand Porsche criou o Egger-Lohner C.2 Phaeton, modelo impulsionado por um motor elétrico octogonal que entregava 3 cv e o permitia atingir 25 km/h.
Avançando na história, um modelo que ficou muito famoso aqui no Brasil colaborou para o avanço da propulsão eletrificada global.
Estamos falando do Kadett, que há exatos 30 anos teve o protótipo Impuls I revelado pela alemã Opel, fabricante responsável pelo projeto do hatch médio que foi oferecido no Brasil como Chevrolet Kadett entre o fim dos anos 1980 e o começo da década seguinte. Sempre bom lembrar que o então Kadett em sua terceira geração (Kadett C) foi a base do nosso Chevrolet Chevette produzido no Brasil a partir da década de 1970.
Segundo a Opel, a ideia com o Kadett Impuls I foi colaborar com as discussões sobre eletrificação dos automóveis à época, bem como avaliar as possibilidades de se adaptar um carro de produção convencional com os sistemas elétricos disponíveis à época.
Com uma proposta de ser um veículo de aplicação urbana apenas, o hatch foi equipado com um motor 16 kW, pouco mais de 22 cv, e conseguia acelerar de 0 a 50 km/h em 10 segundos. Pesando exatamente 1.000 kg, a velocidade máxima do Impuls I era de 100 km/h.
Interessante destacar que uma das premissas do projeto da Opel foi causar o menor impacto possível no projeto do Kadett original do ponto de vista do uso do carro, preservando o espaço interno e capacidade de carga no porta-malas.
Com isso, a bateria de níquel-cádmio foi distribuída em parte sob o capô e parte abaixo do porta-malas, ajudando também a equalizar o peso final do carro. O motor elétrico, que tracionava apenas as rodas dianteiras, e a bateria do sistema pesavam 310 kg, a bateria armazenava 14,3 kWh de eletricidade e ocupava um volume de 170 litros. Segundo a Opel, do porta-malas original de 390 litros do Kadett de produção, o Impuls I podia armazenar 330 litros de bagagens, portanto uma perda não muito significativa considerando o ineditismo do projeto.
Interessante destacar que o projeto do Impuls I já contemplava tecnologias de carros elétricos atuais, como o sistema de transformação e acumulação da energia cinética gerada nas frenagens, bem como nas desacelerações. O conjunto elétrico demandava um tempo de recarga de cerca de cinco horas, conferindo uma autonomia de 80 km.