Kwid já vende mais que up! e Mobi somados

Em 18 dias de setembro, modelo mais barato da marca acumula mais de 3,3 mil emplacamentos, e já é o carro mais vendido da Renault
Renault Kwid 2018

Renault Kwid 2018 | Imagem: Divulgação

A Renault parece ter redescoberto um filão que para muitos parecia morto, o segmento de carros populares. Seu mais recente lançamento, o Kwid, já acumula em setembro um número de vendas invejável, sobretudo para uma marca que não possui a mesma capilaridade de concorrentes como Fiat e Chevrolet.

O pequeno modelo, chamado por ela de “SUV”, já havia chegado à 3.331 emplacamentos no dia 18 de setembro, mais do que o vendido em agosto, seu mês de estreia (2.889 unidades) e número superior ao Sandero, o carro mais vendido da marca no país.

O dado mais significativo, no entanto, é que o Kwid já vendeu neste mês mais do que o up! e o Mobi somados, seus principais rivais em proposta e tamanho.

Mas, afinal, o que faz do Renault um modelo de sucesso? Sem dúvida, a estratégia de associá-lo a imagem de um utilitário esportivo, embora isso seja questionável – a Renault diz ter seguido o que a legislação exige para classificá-lo assim.

O visual aventureiro o distingue do up! e do Mobi, que optaram por uma proposta de carro urbano e para pessoas sem filhos, por exemplo. O Kwid, ao contrário, tentou mostrar que sim, tem um bom espaço incluindo um porta-malas respeitável. Não é só.

Talvez o aspecto que mais tenha repercutido positivamente no carro é o fato de custar pouco. A versão “psicológica” de R$ 29.990, embora pouco atraente no custo-benefício, colocou o Renault como um veículo mais acessível que seus concorrentes, cujos preços beiram os R$ 40 mil em configurações minimamente interessantes.

Poeira abaixar

É verdade que se trata do primeiro mês “cheio” do modelo, quando concessionárias estão abastecidas e a demanda começa a ser atendida. Ou seja, pode ser que as vendas do Kwid caiam nos próximos meses até se estabilizar num patamar um pouco menor. Mas nada impede que estejamos vendo um fenômeno no mercado, caso ele agrade aos primeiros clientes e comprove que sim um carro pode ser barato (para os padrões brasileiros) e bom. É esperar a poeira abaixar.

Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis