Kiger chegará ao Brasil? Renault se manifesta sobre o assunto
Consultamos a fabricante para saber detalhes sobre a estratégia para o SUV
Sem dúvida uma das notícias relevantes nesta semana foi a estreia global do Kiger, SUV pequeno que integra a família de baixo custo da Renault na Índia, a qual tem no Kwid seu expoente.
É inegável que a Renault acertou a mão no produto, concebendo um utilitário esportivo com linhas arrojadas e interessantes, acompanhadas de uma proposta jovial, descolada e em sintonia com as novas demandas do público. Ao projetar um SUV com menos de 4 metros de comprimento para se beneficiar da legislação indiana — a qual tributa com uma taxa menor veículos até esse tamanho — a Renault coloca no mercado uma solução completa para quem deseja um automóvel conveniente para o uso urbano, mas sem abrir mão da maior altura em relação ao solo e a posição de dirigir elevada que tanto cativam nos SUVs.
É inegável as semelhanças entre Brasil e Índia em termos de mercado e poder de compra dos consumidores, tanto que o Kwid nascido por lá também encontrou seu caminho em nosso país. Na mesma linha, será que podemos vislumbrar um futuro onde o Kiger será oferecido no Brasil?
O AUTOO procurou a subsidiária brasileira da Renault em busca de um posicionamento oficial da fabricante. Segundo nos foi informado, o Kiger “não está previsto para o Brasil”.
A resposta da Renault pode ser um balde de água fria para muitos interessados no modelo, porém é necessário analisarmos a informação passada pela marca em um contexto mais profundo, considerando as entrelinhas nessa história.
Hoje a Renault, a Nissan e a Mitsubishi formam uma aliança estratégica global e todo o planejamento das companhias envolvidas é feito de forma conjunta.
Voltando para a Índia, é interessante lembrarmos que o Renault Kiger tem um irmão japonês, no caso o Nissan Magnite.
Rumores que surgiram aqui no Brasil dão conta de que o Magnite muito provavelmente vai ocupar o lugar deixado pelo March na linha de produção da marca em Resende (RJ), posicionando a empresa de forma mais competitiva entre os modelos compactos.
Logo, talvez para evitar uma sobreposição de gama pensando na Aliança como um todo, as fabricantes podem ter definido que caberá à Nissan atuar nessa segmentação de mercado no Brasil.
Isso abre margem para que possamos especular alguns caminhos que a Renault pode seguir por aqui. Um deles, por exemplo, é a marca francesa flertar com segmentos superiores, talvez o de SUVs 7 lugares, como abordamos em uma análise aqui no AUTOO. Além, é claro, de seguir investindo nas novas gerações de Logan, Sandero e Duster.
Praticamente gêmeos na concepção, Magnite e Kiger compartilham a plataforma (CMF-A+) e a mecânica, na Índia composta pelo motor 1.0 tricilíndrico em variantes aspirada (72 cv) e turbo (100 cv). O câmbio pode ser uma caixa manual de 5 marchas comum às duas configurações, além das opções de caixa automática CVT para o 1.0 turbo e robotizada para o 1.0 aspirado.
Nas dimensões, Kiger e Magnite também se equivalem, com os dois medindo 3,99 m de comprimento, 1,75 m de largura e 2,50 m de entre-eixos. O Kiger é ligeiramente mais alto (1,60 m contra 1,57 m do Magnite) e o porta-malas do Renault é maior, podendo transportar 405 litros de bagagens contra 336 litros no caso do Nissan Magnite. Apesar do porte reduzido dos dois modelos, é importante considerar que SUVs compactos nacionais como Jeep Renegade e Citroën C4 Cactus contam com compartimentos para 320 litros, portanto Kiger e Magnite sinalizam oferecer um conjunto muito equilibrado.
Vamos acompanhar os passos de Renault e Nissan por aqui, em especial envolvendo os dois modelos, e todas as novidades você confere em nosso site. Acompanhe!