Kicks híbrido estreia até 2022; Leaf agora custa R$ 195.000
Nissan inicia as vendas do elétrico em sete concessionárias do Brasil, duas delas em São Paulo
A Nissan revelou nesta quinta-feira (18) mais detalhes sobre a comercialização do elétrico Leaf no Brasil, modelo que é o mais vendido do mundo com este tipo de propulsão.
Quem resolveu adquirir o Leaf durante a pré-venda no Salão de São Paulo 2018 fez um bom negócio, uma vez que na época da mostra ele contava com o preço tabelado em R$ 178.400. Quase um ano depois, o Leaf agora chegará de forma efetiva ao mercado custando R$ 195.000. Somente sete concessionárias irão comercializar o modelo neste momento, sendo duas na cidade de São Paulo. Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre e Brasília também receberão o elétrico de forma regular.
A Nissan credita a alta do preço do Leaf às oscilações do dólar desde que foi anunciado no Salão de São Paulo bem como ao fato de que no valor do Leaf a partir de agora também está incluído o kit de equipamentos de recarga, composto pelo Wallbox, instalado na residência do proprietário, além do cabo de recarga de emergência e o adaptador para plug do Tipo 2, que é usado em postos públicos de recarga. O Leaf usa como padrão o Tipo 1, explica a fabricante. A Nissan oferecerá um atendimento específico para os clientes do Leaf em seu serviço de atendimento ao consumidor (SAC), bem como o conjunto de baterias tem garantia de oito anos ou 160 mil quilômetros.
Apesar de caro, o Leaf é bem equipado, oferecendo de série recursos como piloto automático adaptativo, alerta de mudança de faixa, detector de pontos cegos nos retrovisores, sistema de câmeras 360º, entre outros. Além de fazer um bem enorme ao meio-ambiente por não poluir, o Leaf chega a apresentar um custo com abastecimento 3,5 vezes menor do que um veículo equivalente a combustão. Com uma mecânica mais simples, o custo de manutenção de um Leaf também chega a ser 30% menor do que um automóvel similar movido a combustíveis líquidos.
De uma forma mais elucidativa, cálculos da Nissan apontam que uma pessoa que roda cerca de 70 km por dia terá economizado aproximadamente R$ 10.000 ao longo de um ano com o gasto em combustível se percorresse a mesma distância apenas recarregando as bateria do Leaf. Em sua atual geração, o Leaf conta com um motor elétrico de 110 kW, ou 149 cv, com torque de 32,6 kgfm. Segundo testes da Nissan, o modelo é capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 7,9 segundos, um valor muito bom. A autonomia oficial é de 389 km de acordo com o padrão europeu (WLTP), mas a Nissan também divulga um número mais realista, na casa de 240 km, seguindo o padrão adotada nos EUA. Claro que isso depende muito do estilo de condução de cada um, tipo do terreno, entre outras questões.
Como ainda está “sentindo” o mercado e a receptividade ao público para um modelo inovador como o Leaf, ao apostar em uma propulsão ainda pouco difundida por aqui, a Nissan vai trazer da Inglaterra um primeiro lote de 200 unidades do elétrico ao país e espera comercializá-lo até o fim deste ano. Durante a pré-venda aberta no Salão de SP em 2018, 20 unidades foram adquiridas por brasileiros interessados no modelo. Além da fábrica de Sunderland, na Inglaterra, a segunda geração do Leaf também é produzida em Oppama, no Japão, e Smyrna, nos EUA.
Boas novidades a caminho
Após a apresentação do Leaf, o Autoo conseguiu conversar alguns minutos com Marco Silva, presidente da Nissan do Brasil, que nos revelou algumas informações interessantes sobre a perspectiva da marca em investir cada vez mais por aqui em veículos eletrificados.
De acordo com o executivo, a Nissan trabalha fortemente em seus planos para fabricar o primeiro híbrido nacional, produzido em Resende (RJ), por volta de 2022. Nos bastidores, o Kicks é uma boa aposta para ganhar o conjunto propulsor mais avançado. “Em nossa estratégia de eletrificação vamos apostar muito no conceito do e-Power, primeiro com todo o conjunto movido a gasolina e, em uma segunda etapa, também aceitando etanol”, declarou o executivo. Vale a pena destacar que, ainda neste ano, a Toyota colocará no mercado a nova geração do Corolla, que será o primeiro híbrido flex do mundo, podendo aceitar etanol ou gasolina.
A tecnologia e-Power citada por Silva está presente no Note vendido no Japão e nela o motor a combustão trabalha como um gerador, apenas carregando as baterias e trabalhando da forma mais eficiente e menos poluente possível. Com isso, apenas o motor elétrico é responsável por tracionar o veículo.
Outro projeto que avança, mencionou o executivo, é a propulsão com célula de combustível de óxido sólido (SOFC). Explicando de uma forma simples, a tecnologia usa o etanol (puro ou misturado com água) armazenado no tanque de combustível do veículo e o direciona para um reformador, que libera uma molécula de gás hidrogênio (H2). Em seguida ele é direcionado para a SOFC. A célula de combustível recebe oxigênio extraído do ar e realiza uma reação química que tem como resultado eletricidade e apenas vapor de água. A energia elétrica resultante segue para baterias que alimentam o motor elétrico do carro. A Nissan recentemente estabeleceu um acordo com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) para avançar os estudos do uso do bioetanol, o que promove também a tecnologia local.
Sobre o restante da linha, o presidente da Nissan do Brasil deu mais detalhes sobre a estreia do novo Versa no mercado brasileiro. “Este ano com certeza ele não chega, mas uma boa aposta é 2020. A nova geração do Versa será importada do México e vai conviver com a atual”, finaliza Marco Silva.