Kia volta a investir no Brasil após o fim do Inovar-Auto
Montadora coreana, que foi uma das maiores prejudicadas com o IPI extra, planeja vender 20 mil carros em 2018, ampliar rede e trazer modelos inéditos
Se há uma marca de automóveis feliz com o Inovar-Auto ela se chama Kia Motors. A fabricante sul-coreana foi uma das mais atingidas pelo fechamento do mercado para importados a partir de 2011, quando uma alíquota extra de 30 pontos percentuais no IPI dizimou o setor – e que acabou julgada ilegal pela OMC, a organização mundial do comércio.
Agora que o programa de incentivo à indústria está nos seus últimos dias, a Kia acaba de anunciar que está investindo R$ 165 milhões para preparar sua rede para crescer em 2018, quando a sobretaxa deixará de ser cobrada e não haverá mais limite de importação – hoje apenas 4,8 mil unidades podem ser trazidas do exterior sem os 30 pontos extras.
José Luiz Gandini, presidente da Kia no Brasil, declarou nesta quinta-feira que terá 10 novas concessionárias a partir de janeiro além de abrir outras 15 durante o ano. “Com o retorno à normalidade tributária, já compramos, para produção nos meses de outubro a dezembro, 5 mil unidades, do total de 20 mil programadas para 2018. Com isso, a Kia poderá iniciar janeiro com maior volume de veículos em estoque para comercialização, contribuindo, em 2018, com recolhimento de impostos aos cofres públicos da ordem de R$ 1,2 bilhão, e gerar 1.300 novos empregos diretos”, disse o executivo.
Em 2017, a marca deverá terminar com apenas 8 mil unidades comercializadas, cerca de 10% do que vendeu no seu melhor ano na história (77,2 mil carros e 11º lugar no ranking).
Novos carros
O alento do fim do Inovar-Auto também fará a Kia voltar a investir em novos produtos no Brasil. A importação de alguns modelos havia sido se não suspensa reduzida a poucos exemplares. Agora, a marca promete lançar finalmente o Rio, um hatch e sedã compacto fabricado no México, além da versão mais esportiva do novo Picanto (GT), a nova geração do sedã de luxo Cadenza e o inédito Stinger, outro sedã mas com visual mais jovem. Os SUVs Sorento e Sportage também devem ganhar novidades.
A marca, no entanto, diz que os preços não cairão: “Se quiséssemos trazer os veículos fora dessa cota, nossos preços finais ao consumidor teriam ficado fora de competitividade. Por isso não ultrapassamos esses limites. Assim, a partir de janeiro os preços dos veículos importados não serão reduzidos, pois os 30 pontos extras não foram – e não são – possíveis de recolhimento”, explicou Gandini.