Kia é a marca importada que mais perdeu mercado em 2012
Aumento do IPI fez montadora coreana cair 44,5%. Audi, Chery e JAC cresceram graças ao aumento do portfólio
Em meados de setembro de 2011 os rumores sobre uma nova lei para carros importados tiraram o sono de muitas montadoras que atuam no Brasil. Alemãs, chinesas, coreanas, todas estavam prestes a tomar uma verdadeira rasteira. Em dezembro do mesmo ano, o aumento de 30% no Imposto sobre Produtos Insutrializados foi decretado e, junto dele, a iminente queda nas vendas dos carros trazidos de fora do Mercosul e México.
Agora, a Abeiva (Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores) divulgou o resultado dos primeiros quatro meses de 2012, e o efeito da mudança repentina começa a surgir.
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A marca que mais sofreu com a medida - que mirava no crescente déficit cambial - foi a Kia Motors. Ela já estava muito bem posicionada para abocanhar a fatia dos carros de entrada com o novo Picanto, até chegar o novo IPI. Segundo associação, em 2011 a Kia vendeu 25.198 unidades até abril, já neste ano foram apenas 13.996, uma queda expressiva de 44,5%.
As marcas orientais, por sinal, foram as que mais sofreram no período, conforme mostrou o levantamento da Abeiva. A sul-coreana SsangYong, por exemplo, teve uma queda de 37,3% nas vendas com os 1.556 carros vendidos em 2011 e os 975 deste ano.
Effa e Lifan também estão entre as primeiras com o maior índice de queda. Até abril do ano passado, a primeira havia vendido 3.044 unidades e a segunda, 986. Após os aumentos estes números caíram para 2.068 e 693, respectivamente.
O sumiço de clientes também atingiu em cheio as marcas de luxo. A BMW vendeu 646 carros a menos em 2012 e agora amarga uma queda de 21,3%, assim como a Volvo que vendeu 1.142 carros até abril do ano passado, enquanto neste foram apenas 984 unidades.
Quem se deu bem?
Do outro lado da ponta, as chinesas JAC e Chery reagiram à medida com redução de margem e promoções. As duas marcas também se beneficiaram do aumento de seus portfólios, como a chegada do QQ e do J6, para manter um saldo positivo nos quatro primeiros meses de 2012. A marca do Faustão já vendeu 6.785 carros até abril e a Chery 6.575 - em 2011 os números foram de 2.553 e 3.480, respectivamente.
A Audi foi outra que, graças ao A1 (que não era vendido no Brasil até o começo de 2011) conseguiu manter números positivos. A marca alemã vendeu 1.339 carros este ano, contra 1.068 modelos emplacados no ano passado. Agora os importadores lutam para que o governo estipule cotas de importação sem o acréscimo de IPI para voltar a oferecer veículos a preços competitivos.
Marca | Vendas 2011 | Vendas 2012 | Variação (%) |
Kia Motors | 25.198 | 13.996 | -44,5 |
SsangYong | 1.556 | 975 | -37,3 |
Effa | 3.044 | 2.068 | -32,1 |
Lifan | 986 | 693 | -29,7 |
BMW | 3.029 | 2.383 | -21,3 |
Volvo | 1.142 | 984 | -18,3 |
Changan | 712 | 629 | -11,3 |
Mini | 805 | 726 | -9,8 |
Hafei | 2.212 | 2.171 | -1,9 |
Suzuki | 1.999 | 2.189 | 9,5 |
Chrysler | 280 | 310 | 10,7 |
Audi | 1.068 | 1.339 | 25,4 |
Land Rover | 1.995 | 2.692 | 34,9 |
Dodge | 819 | 1.232 | 50,4 |
Jeep | 657 | 1.064 | 61,9 |
Chery | 3.480 | 6.575 | 88,9 |
Jac | 2.553 | 6.785 | 165,8 |