JAC chega em março a partir de R$ 37.900
Marca chinesa representada pelo ex-presidente da Citroën terá 46 concessionárias na estréia, mas quer chegar a 80 no final de 2011
Não há dúvida que a empreitada de Sergio Habib, presidente do grupo SHC, e ex-presidente da Citroën, à frente da marca JAC é a mais ambiciosa tentativa de emplacar uma montadora chinesa no país.
Planejada há dois anos, a iniciativa envolve a montagem de uma rede de concessionárias que logo de cara terá 46 endereços além de um centro de distribuição de peças de grande porte. São requisitos básicos para assegurar uma boa receptividade do público, mas não são os únicos.
Os modelos precisam ser atrativos, bem equipados e acabados e, claro, preços, bastante atraentes. Desses três aspectos, dois se confirmaram: os itens de série são generosos e os preços, abaixo da média. Apenas o acabamento se mostrou em linha com o que os chineses fazem hoje. Prova disso é que a SHC precisou promover diversas modificações nos modelos da JAC para melhorar detalhes como o isolamento acústico e o comportamento do câmbio.
Mesmo assim, algumas escorregadas são visíveis como rebarbas em painéis, botões de plástico de qualidade inferior e simplicidade em itens que cativam o consumidor como o painel de instrumentos.
Mas a JAC conta com uma vantagem em relação às suas rivais chinesas. A marca já possui uma identidade visual única, ressaltada pelo símbolo de uma estrela de cinco pontas. Segundo o designer-chefe da montadora Lou Tik, “a JAC sempre foi pensada como uma marca global e sabemos que ter um DNA próprio era condição imprescindível”, explicou.
Preços intermediários
Experiente, Habib não apelou para preços baixos ao definir sua estratégia no Brasil. O compacto J3, por exemplo, o primeiro que será vendido a partir de março, custará R$ 37.900 na versão hatch e R$ 39.900 na versão sedã, batizada aqui de Turim. É mais que alguns veículos chineses semelhantes, mas ainda assim mais acessível que um Gol, Sandero ou Palio top de linha, sem contar a quantidade de equipamentos de série.
Acima dele está o sedã J5, de porte médio que, segundo Sergio Habib “tem porte de Civic e Corolla, mas preço de Kia Cerato”. Realmente, o modelo custará R$ 54.900, valor semelhante ao do coreano. O motor é um 1.5 VVT de 125 cv a gasolina e o porta-malas leva até 460 litros. As vendas começarão em abril do ano que vem.
Em agosto, chega a minivan J6 com valor de R$ 57.900 e motor 2.0 de 136 cv. O porta-malas, imenso, comporta 710 litros, segundo a JAC.
Habib está otimista e o motivo nem são os modelos atuais: “decidi representar a JAC quando vi os projetos que chegarão nos próximos anos”. Até lá, o executivo precisará de muito poder de sedução para convencer os consumidores, tamanha a concorrência que vem por aí.