Infiniti adia chegada ao Brasil, mas razão pode envolver plano mais ambicioso

Marca de luxo da Nissan desistiu de abrir lojas no País nos próximos meses. Nova fábrica no México pode ser um dos motivos da mudança nos planos

Infiniti Q30 | Imagem: Karina Simões

Depois da Acura (Honda) e Cadillac (GM), agora foi a vez da Infiniti anunciar a suspensão dos planos de chegar ao Brasil. A marca de luxo da Nissan havia anunciado sua estreia em território nacional para o final deste ano, mas voltou atrás oficialmente por culpa do mercado. “Desde o fim de 2012, quando foi feito o anúncio da intenção de vinda da marca para o país, as condições do mercado interno mudaram de forma significativa, principalmente devido ao câmbio, que tem forte impacto nas atividades da marca, e do IPI adicional para veículos importados.”, explicou o comunicado da Infiniti.

A mudança de planos, no entanto, não significa que a Nissan desistiu de vender carros de luxo no Brasil. AUTOO apurou que a estratégia da fabricante japonesa pode envolver outro anúncio feito no exterior nos últimos dias. Nele, a Nissan revelou que construirá mais uma fábrica no México, em conjunto com a Daimler, dona da Mercedes-Benz. O objetivo? Produzir modelos da Infiniti...

A nova fábrica começará a produzir em 2017, não por coincidência, o ano em que o atual acordo de cotas com o Brasil se extinguirá, liberando a importação sem restrições em ambos os mercados. Caso isso se confirme, cairá por terra a vantagem das marcas que decidiram produzir no País, como a Mercedes-Benz, Audi e BMW, que não pagam 30 pontos extras de IPI em seus modelos importados.

Nesse cenário, os carros da Infiniti podem fazer alguma diferença. Em entrevista ao AUTOO no Salão de Frankfurt, Francois Goupil Bouille, vice-presidente da Infiniti revelou que a marca premium tinha planos ambiciosos e que o modelo ideal seria o Q30, um SUV compacto que ainda existe apenas como conceito, mas que é o mais forte candidato a ‘estrear’ a fábrica mexicana dentro de três anos.

Japonesas de olho nas alemãs

A chegada das marcas de luxo japonesas aos mercados emergentes é um movimento sem volta, afinal implica na sobrevivência desses projetos. Com margens maiores e clientela fiel, o segmento de luxo vai na contramão da queda generalizada entre os carros mais baratos, mas quem domina esse filão são os gigantes alemães, com presença importante em quase todos os países.

Os japoneses, ao contrário, patinam há anos nesse segmento. A Toyota foi a que mais conseguiu progredir com sua marca Lexus. Mas mesmo ela sofre para tornar seus modelos atraentes e jovens. A Acura, da Honda, tem presença ainda mais tímida – a marca não teve ainda coragem de se lançar no concorrido mercado europeu.

Com a Infiniti, a situação é um pouco mais promissora. Seus carros já têm mais apelo esportivo e a associação com a equipe de Fórmula 1 Red Bull tem feito a marca ser reconhecida pelo público mais jovem, que já é o alvo das alemãs já algum tempo. O tempo está correndo.

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