Indianos já andaram no novo Nissan Kicks turbo; veja o que acharam
Motor 1.3 turbinado será utilizado em breve no Renault Duster brasileiro. Performance foi elogiada em alguns aspectos
Talvez uma das ausências mais sentidas no lançamento da nova geração do Renault Duster foi o novo motor 1.3 turbo que deveria equipar o SUV. O propulsor foi desenvolvido por meio de uma parceria da Aliança Renault-Nissan com a Mercedes-Benz e, em alguns mercados, equipará também o Kicks.
A Índia é um dos países onde o SUV compacto da Nissan já recebeu este novo propulsor mais eficiente. Por lá, o Autocar India avaliou uma unidade do Kicks em uma de suas configurações mais completas. No entanto, iniciaram a avaliação lembrando que o modelo não recebeu nenhuma alteração além do novo motor. Os preços por lá ainda não foram divulgados para todas as configurações do Kicks com motor 1.3 turbo.
Visualmente, o Nissan Kicks indiano ainda guarda semelhanças com o modelo vendido no Brasil, apesar dos espelhos diferentes e a grade maior, e a publicação se disse decepcionada por não haver nenhuma diferenciação do modelo turbinado em relação às configurações de entrada. Mesmo sendo uma das versões mais caras, foi considerado que o acabamento interno do Kicks turbo ainda está um nível abaixo de alguns rivais sul-coreanos, mesmo considerando o fato de que o Nissan costuma ser mais barato que os concorrentes.
Quanto ao motor em si, o propulsor 1.3 turbo a gasolina consegue entregar no mercado indiano 156 cv de potência e 25,9 kgfm de torque. Os números para o futuro Duster turbo no Brasil, que usará o mesmo motor, devem ser ligeiramente superiores por conta do uso do etanol. No Kicks indiano, o carro foi avaliado com transmissão manual de 6 marchas.
Por aqui, o motor turbinado deverá trabalhar em conjunto com uma caixa automática de relações continuamente variáveis (CVT), algo que é opcional no mercado indiano. Nas palavras da publicação, o novo propulsor se mostrou divertido no Kicks com tal combinação por lá, entregando fôlego de sobra em rotações médias.
No entanto, foi apontado que o SUV turbinado da Nissan transmitia um pouco de vibração em marcha lenta e, ao contrário de outros pequenos motores dotados de turbo por lá, como o 1.0 TSI da VW, suas respostas em baixas rotações não eram tão rápidas. Também foi descrito que o 1.3 turbo da Renault-Nissan perdia fôlego em rotações mais elevadas.
No mais, o Kicks turbo se mostrou silencioso e divertido na hora das ultrapassagens. Como a maior parte da força entregue nas rotações médias, os avaliadores se divertiam com cada troca de marcha aguardando o torque extra da turbina aparecer. Outro ponto positivo que foi apontado é que tanto o conjunto de suspensão quanto o de freios do Nissan Kicks estavam bem dimensionados para absorver o desempenho extra do motor 1.3 turbo, consideravelmente superior em relação ao 1.5 aspirado oferecido na Índia.
Até onde sabemos, aqui no Brasil o facelift para o Nissan Kicks deverá estrear em fevereiro de 2021, provavelmente preservando o motor 1.6 16V aplicado hoje em dia no SUV. A Renault deverá nacionalizar o motor 1.3 turbo em breve, aplicando-o em modelos como o Duster e o Captur, o que tornaria sua vinda para Kicks nacional, caso a Nissan assim desejar, mais fácil. Vale a pena lembrar que as duas empresas integram uma aliança estratégica global e o compartilhamento de componentes mecânicos entre elas é natural. A adição do motor sobrealimentado na gama Kicks certamente deverá trazer um interessante impulso na competitividade do modelo, uma vez que hoje grande parte dos concorrentes diretos estão rumando por esse caminho. Vamos acompanhar, no curto prazo, qual será a decisão da Nissan.