Inacreditável: eletropostos estão fechando em São Paulo
Usuários de carros elétricos esperam aflitos pela abertura de novas estruturas de carregamento, mas há movimento inverso
Que a velocidade do crescimento da infraestrutura pública de recarga está infinitamente menor do que o avanço das vendas de carros elétricos não é nenhuma novidade para os usuários desta tecnologia no Brasil. Eletropostos cheios – particularmente os (ainda) gratuitos –, filas de espera e falta de empatia e coleguismo já são lugar comum neste universo.
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Até quem não tem ou não usa carro elétrico pode se atentar deste fato: experimente observar as vagas destinadas ao carregamento de elétricos na próxima vez em que for ao shopping, por exemplo.
Certamente verá todas ocupadas, especialmente em dias ou horas de maior movimento, como finais de semana ou horário de almoço.
Já é difícil administrar essa situação da forma atual, mas, pasme, está ocorrendo um verdadeiro movimento inverso ao necessário: simplesmente eletropostos estão fechando, em lugar de novos abrirem em velocidade cada vez maior. Ou seja: mesmo que positiva na média final, a conta do número de carregadores em operação está menor do que deveria ao ser puxada para baixo pelo desligamento de algumas unidades – algo simplesmente inaceitável nesta altura do campeonato.
Até em rodovias há carregadores sumindo
Vamos a três exemplos: em abril do ano passado os carregadores rápidos instalados nos postos Graal 56, na Rodovia dos Bandeirantes, e Graal 67, na Rodovia Anhanguera, muito utilizados por viajantes no trajeto São Paulo-Campinas-São Paulo, foram retirados sem absolutamente nenhum aviso.
Em dezembro de 2023 a rede Graal anunciou que instalaria novos carregadores nestas e em todas as suas demais lojas, mas até agora nada – portanto, para o usuário de carro elétrico a espera, aqui, já chega a um ano.
No terminal de embarque de passageiros do aeroporto de Viracopos, em Campinas, existiam dois carregadores. Eram utilizados exclusivamente pela empresa de compartilhamento de elétricos Beep Beep, que deixou de operar na cidade. E o que aconteceu? Os carregadores foram embora junto com ela. Poderiam ter ficado, pois já estavam ali, instalados e funcionando. Serviriam perfeitamente a outros usuários – bastava alguma boa vontade e uma conversa entre a empresa e a concessionária do aeroporto.
E, agora, um novo golpe. O excelente E-Lounge, da EDP, no bairro de Pinheiros, na capital paulista, equipado com carregadores rápidos e lentos, está programado para fechar as portas neste dia 8 de abril – mesmo já cobrando pelo serviço. Assim como os demais, sem explicação lógica ou cabível. Nenhuma outra empresa assumirá a operação. O eletroposto vai morrer e pronto. Detalhe: foi inaugurado há menos de um ano!
As empresas, organizações e órgãos oficiais que gerem estas e outras unidades já fora de operação ou ameaçadas dedesligamento precisam dar uma resposta clara e convincente aos usuários de elétricos, que não podem ser feitos de marionete de acordo com a vontade de cada uma. Os discursos sobre ações de ESG, mobilidade urbana e preocupação ambiental estão aí aos montes. Já na prática...
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