Hyundai Santa Cruz é a primeira picape à altura da Fiat Toro

Novo utilitário com ares de automóvel foi apresentado pela marca sul-coreana nesta quinta-feira nos EUA e se iguala e até supera o modelo produzido no Brasil
Hyundai Santa Cruz 2022

Hyundai Santa Cruz 2022 | Imagem: Divulgação

Cinco anos após chegar ao mercado, a Fiat Toro enfim ganhou uma concorrente à altura, senão melhor do que ela, a Hyundai Santa Cruz. Sim porque a pioneira Duster Oroch, da Renault, nunca fez sombra no veículo da Stellantis em vários aspectos.

Já a picape da Hyundai, apresentada oficialmente nos EUA nesta quinta-feira, não só se assemelha bastante com a Toro como a supera em alguns aspectos numa análise inicial. Por enquanto, a Santa Cruz está focada no público norte-americano, que pode reservá-la desde já – a produção começará na fábrica no estado do Alabama em junho com entregas semanas depois.

Por lá, a Santa Cruz terá uma missão dura de provar que seu estilo crossover, que une o conforto de um SUV com a versatilidade de um utilitário, é tão interessante quanto ter uma picape tradicional, com chassi separado da carroceria e tração traseira.

Para os brasileiros, que estão familiarizados com a Toro, um dos veículos de maior sucesso no mercado desde 2016, a Santa Cruz não surpreende. Mas restava entender se a Hyundai havia bolado um veículo de porte diferente, apostando numa receita própria.

Hyundai Santa Cruz 2022
Hyundai Santa Cruz 2022
Imagem: Divulgação

Ledo engano: a picape da Hyundai é praticamente do porte da Fiat Toro. A exceção é a largura da carroceria 6 cm maior (veja ilustração abaixo). Nas outras dimensões relevantes, a Santa Cruz é ligeiramente maior como no comprimento (4,97 m contra 4,95 m), altura (1,69 m contra 1,68 m) e distância entreeixos (3 metros contra 2,99 metros da Toro).

O modelo da Hyundai, no entanto, oferece capacidade para apenas 1.300 libras de carga na caçamba, ou cerca de 544 kg – a Toro pode transportar uma tonelada.

Motores 2.5 litros

A parte mecânica da inédita caminhonete é formada por dois motores 2.5 a gasolina, um aspirado com 190 hp e um turbo, com 275 hp. A transmissão é de dupla embreagem com oito marchas e a tração integral é opcional – o padrão é a tração dianteira, como em qualquer modelo urbano.

Esses motores, é claro, têm apelo nos EUA onde o movimento de downsizing dos propulsores é mais tímido. Se a Santa Cruz um dia chegar a outros mercados, o que é natural, certamente haverá outras opções. Comparado ao motor turbo 1.3 flex que a Toro ganhará em breve, a picape sul-coreana deve ficar devendo em consumo, sem dúvida.

A Hyundai equipou a Santa Cruz com diversos sistemas de ajuda ao motorista como assistente de faixa de rolamento e de colisão frontal além de aviso de atenção, mas boa parte desses equipamentos é opcional.

Veja: galeria de imagens da Hyundai Santa Cruz

Por dentro, a Santa Cruz repete o painel do novo Tucson, com uma grande central multimídia de 8 polegadas, mas opção por um modelo de 10 polegadas. O cluster (painel de instrumentos) é analógico, mas a Hyundai oferece uma versão digital opcional.

O espaço interno, segundo a imprensa americana, é bom mas sem milagres. Uma pessoa com 1,75 m pode se sentar no banco de trás com algum espaço para os joelhos se alguém com altura semelhante estiver dirigindo, explicou a Motortrend.

A Hyundai Santa Cruz comparada à Fiat Toro em dimensões
A Hyundai Santa Cruz comparada à Fiat Toro em dimensões
Imagem: Divulgação

Preços ainda não divulgados

Nos EUA, a Santa Cruz deve custar em torno de US$ 26 mil, quase R$ 150 mil, segundo estimativas. É bem menos do preço de uma Honda Ridgeline (a partir de US$ 36 mil) e mais vantajoso que uma Toyota Tacoma (US$ 33 mil na versão cabine dupla) e Nissan Frontier da geração anterior (US$ 29 mil).

A exclusividade da proposta da picape da Hyundai, no entanto, não vai durar muito já que a Ford está perto de lançar a Maverick, um modelo semelhante derivado do SUV Bronco.

Se chegar ao Brasil no futuro, a Santa Cruz não terá como encarar a Fiat Toro sem ter uma linha de produção local, o que parece pouco provável. Importada, ela custará mais caro e pode ser uma alternativa para clientes mais abastados e que procuram exclusividade. E isso ela parece vender bem.

Ricardo Meier

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