Hyundai Elantra voltará ao Brasil em 2011
Sedã médio coreano quer e pode acabar com o reinado de Corolla e Civic
Em outros tempos, a missão seria considerada impossível. Bater Corolla e Civic, os sedãs médios japoneses que dominam a categoria há anos? Mas, depois de emplacar Tucson, i30, ix35 e agora o Sonata entre os mais desejados veículos do Brasil, a Hyundai já tem credenciais para obter esse feito.
A ameaça ao reinado dos modelos da Toyota e da Honda tem nome: Elantra. O sedã teve passagem discreta pelo país no início da década, ainda na 3ª geração, que não deixou marcas. Completamente diferente da 5ª geração, que acaba de ser lançada nos Estados Unidos e que traz na bagagem todos os aqueles itens que têm feito os veículos da marca fenômenos de vendas: design atraente, tecnologia, conforto e garantia de longo prazo, embora o preço baixo já não esteja mais entre eles.
Mirando em Corolla e Civic
Quando a Hyundai mostrou o novo Elantra para a imprensa norte-americana há algumas semanas, havia mais referências ao Corolla e ao Civic que à outros modelos da marca. E faz sentido. Os dois sedãs viraram ícones mundiais que possuem clientes fieis em todos os mercados onde estão presentes. A razão é o patamar de confiabilidade, tecnologia e beleza que eles atingiram, por isso os coreanos perseguem esse objetivo sem descanso.
O Elantra 2011 é um dos mais belos projetos do design “escultura fluída”, em que as linhas do carro parecem fazê-lo flutuar. A receita oferece esportividade e conforto, além de personalidade – é impossível confundi-lo na rua. Ele é tão comprido quanto um Corolla, traz a mesma distância entreeixos do Civic, a mesma largura do primo Cerato e é mais baixo que os três, sinal do caráter mais esportivo. Para completar, a capacidade do porta-malas é de 419 litros, dentro dos padrões do segmento.
Economia de híbrido
Ponto nevrálgico desse tipo de veículo, o conjunto motor/câmbio é, talvez, o aspecto mais formidável do Elantra. Em lugar do propulsor 2.0 da geração anterior, a Hyundai desenvolveu um motor 1.8 batizado com a sigla NU, que possui as principais tecnologias para aumentar sua eficiência como comando duplo variável de válvulas e bloco em alumínio. Já a transmissão, automática ou manual, possui seis velocidades e é quase 8 kg mais leve que a que equipa o Civic, segundo a Hyundai.
Ainda no pacote um acelerador eletrônico e um trabalho de aerodinâmica que fez do Elantra um veículo mais eficiente que o elétrico Volt, da GM, um tipo de carro que precisa ter o mínimo possível de resistência ao ar. O resultado desse esforço é um consumo muito baixo de combustível, equivalente mesmo ao de um híbrido: 12,3 km com um litro de gasolina na cidade e impressionantes 17 km/l na estrada. E isso sem perder potência e torque - o 1.8 oferece 150 cv e 18,1 kgfm, respectivamente.
A versão norte-americana traz uma lista generosa de equipamentos como direção elétrica, navegador GPS touchscreen, controle de estabilidade, seis airbags e até mesmo aquecimento dos bancos traseiros.
Versão flex
Segundo apuraram revistas especializadas, a Hyundai planeja lançar o Elantra no Brasil no 2º semestre de 2011 e com uma novidade, o motor flex. Apesar disso, não se deve esperar pela mesma generosidade de equipamentos da versão vendida nos Estados Unidos. Ao contrário do hatch i30, que chegou ao país num momento em que a concorrência local estava enfraquecida, o Elantra terá de encarar competidores fortes, um deles que terá uma nova geração na mesma época, o Civic.
Por isso, os preços não poderão ser altos como tem ocorrido com o Sonata, um sedã que tem sido vendido por valores acima da média. Mesmo com um belo projeto, o Elantra também inspira algumas dúvidas. A suspensão, por exemplo, é de eixo de torção na traseira, um recurso inferior ao do Honda e ao do Focus. Segundo o que relatam revistas americanas, o carro tem uma tocada leve e macia que agrada o público de lá, mas que não tem tantos admiradores no Brasil, mais interessados em um toque de esportividade.
Na época em que desembarcar no Brasil, o Elantra poderá já estar sob a guarda direta da Hyundai. A montadora sul-coreana aos poucos assume o controle da operação brasileira, hoje sob a tutela do grupo CAOA. Funcionários da Hyundai já trabalham no país no projeto HB, um compacto desenhado para nosso país e com a ousada meta de bater o Gol, da Volkswagen. Segundo fontes, o pós-venda já é tarefa da fábrica, um claro sinal que os coreanos vieram para ficar e, se a concorrência deixar, podem mesmo dominar nosso mercado.