Honda HR-V 2022: confira as impressões de quem viu o novo SUV de perto
Revelada na quinta-feira, 18, nova geração do crossover causou boa impressão na mídia japonesa. Modelo deve chegar ao Brasil em 2022
A Honda ainda faz mistério a respeito do HR-V, apesar de ter apresentado a nova geração do SUV dias atrás. A promessa é que em abril, quando o modelo for lançado no Japão, os detalhes técnicos sejam enfim revelados, permitindo que se saiba afinal qual será sua proposta.
No entanto, a montadora convidou alguns jornalistas japoneses para conhecer o carro e graças a isso é possível antecipar um pouco do que se espera do carro mais vendido da Honda no Brasil. Veja a seguir o que a mídia do país achou do novo veículo e algumas revelações de Kojiro Okabe, chefe de desenvolvimento do projeto.
Sucesso global: 3,84 milhões de unidades vendidas
A Honda revelou que até dezembro havia vendido nada menos do que 3,84 milhões de HR-V no mundo inteiro, desde 2013, quando o modelo foi apresentado. Trata-se de uma marca sensacional e que mostra a importância do SUV em sua estratégia atual.
Afinal, mudou de tamanho?
A marca conseguiu esconder as dimensões do novo HR-V até o momento, mas alguns indícios apontam que o veículo não teve grandes mudanças. Para quem viu o carro de perto, a nova geração parece ter mantido as proporções originais, embora a impressão ao vivo seja de que ele cresceu, sobretudo no entreeixos. A linha de teto no estilo cupê e as janelas mais estreitas, combinadas com as rodas aro 18 polegadas, reforçam a sensação de que a dinâmica do crossover é outra. Um dos principais benefícios deve ser o espaço interno, como percebeu a mídia do país asiático.
Estilo bem diferente do modelo anterior
Eis aí algo que surpreendeu os jornalistas japoneses. Graças ao sucesso do primeiro SUV, se esperava que a Honda não arriscasse, mas foi justamente isso que ela fez.
“Estou envolvido no design desde o primeiro Vezel (nome do HR-V no mercado japonês), e também é o carro que eu tenho atualmente. Além do feedback dos usuários, sempre quis fazer uma reflexão sobre o modelo”, explicou Kojiro Okabe ao site Response. “O que eu tinha em mente ao mudar o modelo é que queria fazer um carro moderno que atendesse às necessidades da época”, completou.
Para o Kuruma News, o novo HR-V “é um sucesso em termos de design. Ultimamente, a Honda tem muitos casos em que o design é uma chatice. Carros como o Insight, voltados para o mercado americano, não agradaram no Japão”.
Interior mais refinado
Já para o jornalista Keiyuki Okusumi, do Bestcarweb, o interior do HR-V é uma boa surpresa. “A textura do painel de instrumentos e do painel, que são parcialmente acolchoados, é aumentada, dando a impressão de um carro de qualidade superior. A tela de navegação de 9 polegadas também fica na posição mais visível e é muito fácil de operar”, explicou.
“O Vezel anterior era um modelo que tinha estilo e eficiência de espaço, mas o novo levou essa dimensão ainda mais longe”, afirmou o jornalista Tatsuro Nagano, do Motor Fan, que observou ainda que “a saída do ar-condicionado não sopra o vento diretamente para os ocupantes, mas cria um fluxo confortável de vento como uma brisa”.
Magic Seat continua na nova geração
A Honda manteve a tradição e equipou o HR-V de 2ª geração com o sistema de rebatimento de bancos ‘Magic Seat’, anteriormente conhecido como ULT. Trata-se de um diferencial da marca introduzido pelo Fit e que é admirado pelos seus clientes.
Sem motor turbo, híbrido adaptado do novo Fit
Sobre a motorização, a Honda se limitou a afirmar que o HR-V terá uma opção 1.5 i-VTEC e a híbrida e:HEV, mas não detalhou números ainda. Apesar disso, a imprensa japonesa revelou que o motor turbo foi abandonado em favor de um aspirado comum.
Quanto ao sistema híbrido, tudo leva a crer que se trata de uma versão modificada da solução introduzida na nova geração do Fit, que traz um motor 1.5 de 97 cv associado a um motor elétrico de 109 cv. Segundo Okabe, “Naturalmente, é um e:HEV ajustado para o Vezel. Você também precisa demonstrar força em um SUV, então a sensação mudou consideravelmente. A faixa de operação do motor foi expandida para melhorar a dirigibilidade”.
Tração integral em tempo real
O gerente do projeto da Honda também comentou a respeito do novo sistema 4WD da versão híbrida do crossover. De acordo com ele, “muitos 4WDs híbridos são acionados pela adição de um motor na parte traseira, mas esse tipo de controle coordenado é difícil. O Vezel controla constantemente as quatro rodas graças a um diferencial totalmente acionado eletronicamente”.
Okabe ainda explicou como os modos de direção do HR-V híbrido podem influenciar no comportamento do carro. “Não acho chato dirigir um carro elétrico. O Vezel permite que você ajuste a aceleração e a desaceleração alternando manualmente a combinação do modo de direção e do seletor de desaceleração. Se desejado, é possível desacelerar o carro sem usar o pedal de freio, mas quem quiser desfrutar de uma direção mais direta pode controlar ativamente o torque do motor e a frenagem regenerativa”.
Conectividade ampliada
Um dos aspectos mais observados pela imprensa japonesa foi o sistema Connect, que reúne uma suíte de equipamentos e aplicativos que coloca o HR-V num patamar mais avançado de conectividade.
Entre as funções oferecidas, estão um serviço de atualização de mapas em tempo real, o Honda App Center, que promete reunir uma série de aplicativos para os proprietários, e a Honda Digital Key, que permite que o carro seja acionado pelo smartphone à distância.
Quais são os rivais do novo HR-V?
Eis um ponto em que houve uma certa indecisão entre os colegas japoneses. Houve quem apontasse o Yaris Cross, crossover que a Toyota lançou no Japão, enquanto outros apontaram para outro modelo da marca, o Raize, que é líder em vendas no Japão, com mais de 126 mil unidades em 2020. No entanto, muitos concordaram que o HR-V deve se descolar da categoria e se situar no meio do caminho entre o chamado segmento B e C, dos médios, e voltado para um público bastante diversificado.
“Chamamos isso de ‘Geração C’, pessoas que valorizam um estilo de vida simples e positivo. Esse valor não é limitado por atributos de marketing, como idade, sexo, estrutura familiar e ocupação”, esclareceu Okabe, que crê ainda que “as pessoas atualmente não escolhem um carro com base em especificações como eficiência de combustível e potência. Acho que é importante considerar que tipo de experiência você pode obter com seu automóvel e se ela se ajusta ao seu estilo de vida”.
Resta saber se a equipe da Honda no Japão conseguirá acertar a mão com um produto global, incluindo o Brasil, onde já foram vendidos 287 mil HR-V até hoje, ou pouco mais de 7% de todos os veículos da primeira geração do modelo.