Análise: qual deverá ser o primeiro híbrido flex da Stellantis no Brasil?
Empresa promete divulgar até o fim deste ano os resultados do seu programa Bio-Electro; saiba mais
Conforme reportou o colunista Fernando Calmon em seu texto desta semana, a Stellantis deverá divulgar até o fim deste ano os resultados do seu programa Bio-Electro, como é chamada a iniciativa da empresa para o desenvolvimento de seu primeiro híbrido flex nacional.
A Stellantis, porém, ainda não divulgou de forma oficial qual será o modelo escolhido para inaugurar a tecnologia no país ou quando ele entrará em produção. Contudo, ao olharmos para o portfólio da companhia no exterior, já é possível vislumbrarmos alguns caminhos que a subsidiária local da empresa pode adotar.
A ideia da Stellantis é localizar seu conjunto propulsor híbrido flex, ou seja, contar com parceiros locais para viabilizar a produção regional do sistema, evitando, com isso, a dependência da importação da tecnologia de outros países.
Na Europa, a Stellantis oferece em algumas marcas do grupo soluções de menor impacto no custo final do carro, as quais fariam bastante sentido no mercado brasileiro.
Podemos recordar, por exemplo, a estreia do Panda Hybrid em 2020 no Velho Continente. Sob o capô, a configuração une o mesmo motor 1.0 Firefly aplicado em modelos do grupo como o Fiat Argo e o Peugeot 208 a um sistema híbrido-leve de propulsão.
Tal recurso utiliza um pequeno motor-gerador elétrico com pico de potência de 5 cv. O conjunto também é composto por uma bateria de lítio de 11 Ah e proporciona, nas palavras da Fiat, um discreto ganho nas acelerações do compacto.
A mecânica híbrida-leve, é sempre bom lembrar, é a forma de eletrificação mais acessível atualmente no mercado, evitando saltos muito grandes no preço final do carro, algo importante para um modelo “popular” como é o caso do Fiat Panda na Europa.
Em paralelo, no começo do ano passado a Jeep apresentou a configuração e-Hybrid para o Compass e o Renegade oferecidos na Europa.
Tal sistema também é do tipo híbrido-leve, porém com uma arquitetura bem mais sofisticada do que a presente no Panda Hybrid citado anteriormente.
No caso do Compass e do Renegade com a tecnologia e-Hybrid, o sistema elétrico conta com uma arquitetura de 48V e o motor elétrico é mais robusto, podendo oferecer até 20 cv e 5,6 kgfm de torque, sendo que, no nível da entrada da transmissão, a força máxima é de 13,7 kgfm, salienta a Jeep.
Um ponto interessante para os dois SUVs é que o sistema e-Hybrid estreou na Europa um novo motor 1.5 turbo projetado especificamente para a aplicação em veículo híbridos-leves, para tanto adotando ciclo Miller, alta taxa de compressão (12,5:1) e injeção direta com pressão de até 350 bar.
Vale lembrar que a Jeep já comercializa no Brasil o Compass 4xe, porém a mecânica híbrida plug-in é uma das mais elaboradas e complexas hoje disponíveis em modelos eletrificados, portanto dificilmente a nacionalização de um sistema híbrido no Brasil começaria por tal solução.
Entre os rumores, circula a possibilidade de que o Fiat Fastback é um forte candidato a inaugurar o conjunto propulsor híbrido flex da Stellantis no Brasil, porém vale considerarmos também a possibilidade do Compass e do Renegade contarem com a primazia, até mesmo pelo fato da versão e-Hybrid já circular na Europa.
De qualquer forma, mesmo que o híbrido flex nacional da Stellantis ainda demore alguns meses para chegar efetivamente nas concessionárias, quem sabe ao menos o produto escolhido para a missão será apresentado em breve.
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