Fernando Calmon

Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) até 1980

HB20 Reagirá à Altura

Fernando Calmon comenta a estreia da nova geração do Hyundai HB20 no Brasil

Quando o HB20 foi lançado no Brasil, em setembro de 2012, surpreendeu pelas linhas atraentes e a qualidade construtiva. Recebeu pequenas atualizações e até motor turboflex de 3 cilindros que não tinha desempenho destacado. Porém, com a versão sedã (HB20S) e aventureira (HB20X) tornou-se a segunda família de automóveis mais vendida no Brasil, em luta próxima com o Ka, mas algo distanciado do líder Onix.

A segunda geração chega exatos sete anos depois, iniciando com o hatch. Em novembro e dezembro, as duas outras versões. Decidiu ousar no estilo com grade frontal superdimensionada e contorno cromado, que no sedã não causou tanta estranheza como no hatch. A solução estética para a coluna traseira do hatch também provocou questionamentos. O sedã ficou mais harmonioso graças às linhas do teto. Em ambos, as lanternas traseiras agradam. Nas versões de topo as maçanetas são cromadas, como forma de indicar uma subida de nível.

O carro cresceu a fim de corrigir seu interior acanhado e se alinhou à tendência liderada por Polo, Argo e agora os novos Onix. São 3 cm a mais na distância entre eixos e 2 cm na largura. No banco traseiro houve ganho de 5 cm para joelhos e 1 cm para cabeça. Volume do porta-malas do hatch ficou igual, enquanto no sedã são 25 litros extras.

Interior também evoluiu, principalmente nas versões de topo. Destacam-se a opção de acabamento marrom escuro, bancos em couro com boa sustentação lateral e grande tela flutuante multimídia de 8 pol. com pareamento aplicativos de rotas e câmera traseira acionável a qualquer momento. Há duas portas USB no console, mas apenas uma permite alta corrente (2 A). O volante novo, de ótima pega, inclui borboletas para trocas de marchas do câmbio automático. No quadro de instrumentos velocímetro é digital e conta-giros analógico, arranjo correto.

Motor turbo agora dispõe de injeção direta, potência de 120 cv e 17,5 kgfm, com níveis baixos de vibração e ruído. Há ainda os de aspiração natural de 1 litro (3 cilindros) e 1,6 litro (4 cilindros), sendo este com 130 cv (2 cv extras). O motor turbo foi contido para manter o consumo baixo: 10,2 e 14,2 km/l, cidade e estrada, gasolina; 8,2 e 11,8 km/l, etanol. O turbo acelera de 0 a 100 km/h em 10,7 s, contra 10,5 s do 1,6 aspirado. Suspensão e direção continuam muito bem acertadas, mesmo em piso irregular.

Nas versões mais caras há quatro airbags e controle de estabilidade (ESC) de série. Grande salto tecnológico está no sistema automático de frenagem (AEB, em inglês), capaz de evitar os acidentes mais comuns no dia a dia. Exclusividade entre compactos nacionais, funciona a até 50 km/h e detecta pedestres e veículos convencionais (bicicletas, motos e animais, não). AEB e o sistema de alerta de invasão das faixas de rolamento, capaz de memorizar a pintura padrão e entender que podem ter-se desgastado, estão só no topo de linha, Diamond Plus.

Há nada menos de 22 preços, para as três versões da família HB20, entre R$ 46.490 e 81.290. São menos competitivos que os novos Chevrolet Onix. A Hyundai, porém, pretende observar a reação dos concorrentes. Se a GM conseguir manter a precificação atual, todos terão de se mexer.

Alta Roda

TOYOTA confirmou investimento de R$ 1 bilhão na fábrica de Sorocaba (SP) para produzir seu primeiro SUV no Brasil, sem antecipar em que segmento atuará. No entanto, utilizará a mesma arquitetura do novo Corolla. Mais provável é o porte do Jeep Compass e do futuro VW Tarek. Início de fabricação previsto para o primeiro trimestre de 2021.

ROTA 2030 começa a receber recursos para seu importante capítulo de Programas e Projetos Prioritários. Primeiros protocolos foram assinados entre Anfavea e cinco entidades de fomento à pesquisa e inovação. Financiamento vem da alíquota de 2% para autopeças importadas sem similar nacional. Fornecedores, antes desamparados, terão acesso a novas tecnologias.

SEDÃ tradicional A6 e sedã-cupê A7 demonstram a Audi atenta a esse segmento de porte grande. Mais impressionantes são os 5 m de comprimento. Motor comum aos dois é um V-6 turbo de 340 cv e 51 kgfm. Na extremidade da tampa do porta-malas há um aerofólio. Internamente tem três telas e acabamento de primeira linha. R$ 426.990 (A6) e R$ 456.990 (A7).

KIA CERATO foi todo reformulado. Estilo é inspirado no Stinger e melhorou coeficiente aerodinâmico (Cx 0,27). Há uma estreita faixa acrílica unindo as grandes lanternas traseiras. Está 8 cm mais comprido e 2 cm mais largo. O motor, um 2-litros flex de 157/167 cv (gasolina/etanol), elevou bem o desempenho. Vem do México sem imposto de importação. R$ 94.990 a 104.990.

DEPOIS de aprovada sua recuperação judicial, a SHC apresentou quatro modelos elétricos da JAC: iEV20 (crossover subcompacto), iEV40 (crossover compacto), iEV60 (SUV médio) e iEV 330P (picape média). Todos importados da China, onde a produção de baterias é volumosa. Mas os preços desencorajam: R$ 119.900; 153.900; 198.900 e 229.900, respectivamente. 

Kia Cerato 2020
Kia Cerato 2020
Imagem: Divulgação

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