HB20 completa um mês de vendas com lista de espera

Hyundai tenta evitar ágio e busca formas de acelerar produção em Piracicaba

HB20: sucesso precoce surpreendeu até executivos coreanos | Imagem: Divulgação

Nem mesmo o mais otimista executivo coreano poderia imaginar que a aposta no Brasil fosse surtir efeito tão rápido. Um mês após iniciar as vendas do HB20, primeiro modelo nacional da marca, a Hyundai comemora uma procura bem acima do esperado - até sexta-feira, dia 9, o modelo acumulava 5 mil unidades emplacadas.

"Não importa a versão, a previsão é para maio", disse um vendedor de uma concessionária CAOA, em São Paulo. O prazo de entrega tão distante, no entanto, é uma margem para evitar frustrações. Segundo um executivo da montadora ouvido pelo AUTOO, algumas lojas que venderam suas cotas rapidamente estão negociando modelos que serão produzidos em março. "Algumas lojas têm carros para dezembro", disse o mesmo funcionário.

Veja mais: EcoSport e HB20 estreiam vendas em alta

Segundo ele, já existem cerca de 50 mil pessoas com real interesse no HB20, modelo que briga diretamente com o Gol, há décadas o carro mais vendido do país. Como a fábrica de Piracicaba funciona há cerca de dois meses, o ritmo de produção ainda é menor do que o necessário. A previsão é que saiam de lá 12,5 mil carros por mês quando a unidade estiver com sua força máxima - até dezembro, espera-se um total de 26 mil unidades. A Hyundai, no entanto, evitar acionar o 3º turno agora: "temos meios para aumentar a eficiência da planta sem o 3º turno", explicou nosso interlocutor.

A saída, segudo ele, é aprimorar o processo de produção, evitando gargalos na produção. Cogita-se até mesmo atrasar o lançamento das outras duas versões da família, o HB20X, um aventureiro urbano, e o suposto HB20S, sedã com visual esportivo, previsto para março. Outra opção estudada é colocar esses modelos no mercado sem tanto estardalhaço.

Sem ágio

A grande procura tem feito surgir o fantasma do ágio. Leitores do AUTOO tem relatado casos de lojas que cobram, por exemplo, "frete" pelo modelo ou acréscimo pela cor branca, hoje em moda. "Orientamos os concessionários para não repassar nenhum centavo a mais. O frete já está incluso e o branco continua como cor básica", contestou o executivo.

De fato, a reportagem contatou algumas lojas em São Paulo e o discurso pelo telefone foi coerente com a orientação da montadora. A rede, que conta com cerca de 160 concessionárias, deve chegar ao final do ano com 190 pontos de vendas, muitos deles pertencentes a novos grupos de distribuidores. Na capital paulista, no entanto, das 10 lojas abertas mostradas no site da marca, oito pertencem ao grupo CAOA, que mantém a representação dos modelos importados no Brasil.

Segundo um consultor, a boa aceitação desses novos modelos não deve chegar a alterar o domínio das montadoras mais antigas. "Mas elas perderão participação, sem dúvida", garante. "O cliente brasileiro não é tão fiel a uma marca assim", completa. A boa procura por carros como HB20 confirma essa impressão.

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