Haval H6: argentinos avaliam SUV da Great Wall que pode vir para cá
Imprensa local rasgou elogios ao design e tecnologia, mas fizeram ressalvas ao consumo elevado do motor turbo
A Great Wall Motors é aguardada com expectativa no Brasil, onde já confirmou sua chegada para os próximos meses.
A tendência é que a empresa inicie suas atividades de forma oficial em 2022. Inicialmente, a marca (que é a maior da China) deve atuar como importadora, mas não está descartada a produção local - uma vez que rumores apontaram que a empresa adquiriu a antiga fábrica da Mercedes-Benz, em Iracemápolis (SP).
Independente disso, a montadora promete chegar ao Brasil com força. Um dos produtos cogitados para cá é o Haval H6, SUV médio que já é vendido em países vizinhos, como a Argentina.
Lançado por lá no início do ano, o H6 concorre com os recém-lançados Jeep Compass (que traz o novo motor 1.3 turbo) e Volkswagen Taos, mesmos rivais que vai enfrentar no Brasil.
A revista Parabrisas já havia se surpreendido positivamente quando dirigiu outro modelo da marca há três anos. Desta vez, o H6 também foi elogiado pelos jornalistas argentinos.
SUV elogiado
René Villegas afirma que o design “não passa despercebido” e faz com que o H6 pareça maior do que realmente é. Embora tenha alguns detalhes “desnecessários”, como as quatro saídas de escapamento na traseira e o excesso de apliques cromados pela cabine, o jornalista afirma que o SUV tem linhas atraentes.
Já Jerónimo Chaves, do Argentina Autoblog, afirmou que muita gente aprovou o visual do H6. “É um veículo lindo, harmonioso e que cumpre perfeitamente com a missão de agradar sem ser apaixonante. E já podemos falar em voz alta que é um veículo chinês com identidade própria”.
Por dentro, o Haval H6 ganhou elogios pela qualidade do acabamento, nitidamente superior a outros modelos chineses. Apesar de ter plástico suave ao toque dos dedos por quase toda a cabine, Villegas ressalta que algumas peças não estão à altura de um carro na faixa de preço em que se encontra.
“Seu painel apresenta desenho muito chamativo, e o mais atraente é uma linha à meia altura que vai até uma série de comandos principais. A posição de dirigir é bem relaxada e todos os comandos ficam ao alcance das mãos. No banco de trás, os assentos são gigantescos, enquanto o encosto pode ser colocado em uma posição mais relaxada”, pontuou.
Chaves ressaltou o amplo espaço interno, sobretudo para quem viaja atrás.
“Cinco passageiros viajam com uma comodidade pouco antes vista. O espaço para as pernas é enorme. Quem viaja na frente vai em uma posição muito cômoda, mas atrás o espaço é um escândalo de tão generoso”.
A lista de equipamentos do Haval H6 é bem generosa - ao menos no mercado argentino. Há itens como teto panorâmico, ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura, bancos dianteiros com regulagens elétricas, revestimento em couro sintético, carregador do celular por indução e porta-malas com abertura elétrica.
“O carro se destaca na segurança por oferecer itens que o diferenciam da concorrência. Há controle de cruzeiro adaptativo e alerta de colisão frontal com frenagem parcial de emergência. Além disso, ele também conta com alerta de permanência em faixa de rolagem, sensor de pontos cegos, assistente de estacionamento e sensor de pressão dos pneus. Já o sistema de freios funciona de maneira correta, ainda que não tenha apresentado resultados surpreendentes”, afirmou o jornalista, que também elogiou o isolamento acústico e as respostas da direção.
Motor e preço
Já Chaves exagerou ao falar sobre a qualidade do acabamento.
“Estamos diante de um nível de qualidade (de construção) que aniquila quem o enfrente e, por apenas US$ 42 mil, está no mesmo nível de um Mercedes-Benz Classe E. Disso para cima. Fiz muita gente conhecer o H6, de ex-funcionários de linha de montagem de fábricas a pessoas que não entendem nada de automóveis. E todos, sem exceção, ficaram de queixo caído”, escreveu.
Mas os argentinos não fizeram apenas elogios ao H6.
“Assim como ocorre em muitos outros modelos do mesmo país de origem, existe uma grande diferença entre a calibragem da suspensão, que parece suave, e o impacto transmitido à cabine ao passar por qualquer desnível comum em nossas ruas”, disse Villegas, da Parabrisas.
O jornalista afirma que “caso você dirija de uma maneira mais empolgada na cidade, quem está dentro do carro vai perceber alguns saltos e barulhos causados por ruídos e golpes secos na suspensão”.
Sobre a mecânica, a Parabrisas afirma que o motor 2.0 turbo de quatro cilindros (190 cv/34,7 kgfm) em linha “se mostra ágil e convincente, ainda que um pouco beberrão”. Segundo os testes da publicação argentina, o Haval H6 acelerou de 0 a 100 km/h em 8,8 segundos. O consumo urbano, com a gasolina local, ficou em 7,8 km/l e o rodoviário (em velocidade média de 120 km/h) foi de 10,5 km/l.
Frente à geração passada (que já havia sido avaliada pela publicação), o SUV evoluiu por conta da adoção da transmissão de dupla embreagem de sete marchas. O jornalista afirma que a caixa “funciona bem e não patina, mas tem funcionamento um tanto lento para arrancar ou quando o motorista precisa mudar a posição da manopla”.
No mercado argentino, o Haval H6 está à venda em versão única por US$ 41.900 - pouco mais de 4 milhões de pesos, ou algo em torno de R$ 220 mil. A garantia oferecida é de três anos ou 100 mil quilômetros rodados.