Guia do Carro Usado: Fiat Palio
Ao lado do VW Gol, modelo ainda é sinônimo de hatch compacto para muita gente
Chegando ao mercado em 1996, o Fiat Palio foi um dos primeiros modelos que conseguiu despontar como uma opção de compra efetiva para muitos consumidores em relação ao Volkswagen Gol, tanto é que foi o Palio o responsável por “destronar” o hatch da marca alemã da liderança em vendas do mercado automotivo brasileiro após 27 anos nesse posto.
Com vários anos de mercado e versões acessíveis com motorização 1.0, o Palio rapidamente se difundiu no país e hoje figura como um dos carros usados mais negociados do mercado.
De acordo com dados da Fiat, considerando o período de 1996 a 2013, o Fiat Palio responde por um volume de vendas de 2.923.637 unidades no Brasil somando todas as suas configurações. No mesmo período, foram produzidas em Betim (MG) 3.050.213 unidades, algumas delas destinadas para exportação aos países vizinhos.
Como você pode conferir no levantamento histórico do Autoo reunindo os carros mais vendidos no Brasil nos últimos anos, o Fiat Palio ocupa uma destacada posição no 3º lugar do ranking.
Com a chegada de produtos mais recentes dentro da linha Fiat destinados ao segmento de entrada, como é o caso do Argo e o subcompacto Mobi, o espaço para o Palio foi ficando cada vez mais reduzido e ele foi descontinuado no fim de 2017.
Pontos fortes
Em relação a outros hatches compactos de entrada da década de 1990, o Fiat Palio apresentava um projeto bem melhor resolvido. Não encontramos nele, por exemplo, volante ou pedais desalinhados, por exemplo, algo que acometia muitos modelos baratos dessa época. A posição de dirigir é correta e o design do Palio, ao menos para a época, também se mostrava arrojado frente ao que era encontrado em grande parte de seus concorrentes.
Na categoria dos hatches “populares”, o Palio ainda se diferenciava na época de seu lançamento por oferecer o airbag duplo frontal como um opcional, bem como os freios ABS.
Concebido para a comercialização nos ditos mercados emergentes, o Palio sempre ostentou um conjunto bem adaptado para as condições das ruas e avenidas brasileiras e sua parte mecânica, de maneira geral, pode ser considerada robusta. Os custos de manutenção não são elevados graças à facilidade para se encontrar peças de reposição.
A partir de sua segunda geração, lançada no fim de 2011, o Palio ganha seu melhor leque de motores, com destaque para o 1.0 Fire EVO e o 1.6 16V da família E.torQ, o segundo garantindo bom nível de desempenho para quem deseja respostas melhores do que o 1.0 é capaz de oferecer.
Pontos fracos
Digamos que levou um certo tempo para a Fiat encontrar o melhor acerto de suspensão para o Palio. Na época do lançamento, em sua primeira fase, o modelo era rígido demais. Diante de algumas reclamações por parte dos primeiros consumidores, a Fiat tornou a suspensão do hatch suave demais após o primeiro facelift do modelo inaugurando a segunda fase da primeira geração (fim do ano 2000). Só na terceira fase da primeira geração (linha 2004) que a Fiat finalmente encontrou o melhor compromisso para a suspensão do modelo. A partir da fase em questão, o Palio tornou-se um modelo bem acertado.
Em especial nas versões 1.0 mais antigas, o acabamento é bem simples e raramente contam com equipamentos de conforto hoje em dia muito desejados como travas e vidros elétricos, direção com algum tipo de assistência e ar-condicionado. O Palio também contava com opção de carroceria 2 portas, configuração que caiu em desuso mais tarde.
Assim como notamos no VW Gol, a alta frota circulante do Palio também o tornam um pouco mais “visado” nas ruas, portanto é bom ficar atento (a) com o preço do seguro. Também é comum encontrar alguns relatos de falhas envolvendo o câmbio automatizado Dualogic presente em algumas versões.
Quais versões devo comprar?
Se você deseja um giro rápido na hora de revender seu modelo, além de baixo consumo e economia no custo de propriedade (gastos com manutenção, etc.), é bom optar pelo Fiat Palio com motorização 1.0. É recomendável que você escolha modelos com no máxima 5 anos de uso, uma vez que acima disso seu custo fixo mensal para manter o veículo aumenta demais.
Com isso, uma boa opção hoje em dia vai para as versões Fire ou até mesmo a Fire Way, com apelo “aventureiro” realçado pela maior altura em relação ao solo e apliques plásticos na carroceria. Ele conta com motor 1.0, câmbio de 5 marchas e um bom custo-benefício. Só dê preferência para unidades com travas e vidros elétricos, direção hidráulica e ar-condicionado para que você tenha mais conforto e ele seja negociado mais facilmente no futuro.
Se você deseja um pouco mais de ânimo ao volante, uma alternativa é a versão Essence com motor 1.6 16V E.torQ, propulsor que caiu muito bem tanto ao Palio como o Punto. Nesse caso, dê preferência para o câmbio manual caso você considere um Palio 1.6.
Quais versões devo evitar?
Pegando um gancho do item anterior, é bom evitar o Palio Essence 1.6 com a transmissão automatizada Dualogic devido ao retrospecto de problemas envolvendo a caixa no hatch. Além disso, ela não oferece a mesma suavidade de operação de um câmbio automático convencional (com conversor de torque ou CVT, por exemplo).
Como já dissemos anteriormente, evite opções antes da segunda geração do Palio, lançada como linha 2012. Antes dessa geração o modelo fica devendo em espaço interno e os seus motores também deixavam a desejar em alguns casos, como o 1.8 fornecido pela GM que exagerava no consumo.
Como uma recomendação geral, evite adquirir o hatch sem os “obrigatórios” ar-condicionado, direção assistida, travas e vidros elétricos, já que você poderá ter problemas de liquidez mais para frente mesmo considerando o preço mais camarada na hora da aquisição.