Great Wall terá 4 marcas no Brasil e investirá R$ 10 bilhões para produzir picapes e SUVs
Segundo a fabricante, operação brasileira será sua maior iniciativa fora da China
A Great Wall Motor (GWM) realizou nesta quinta-feira (27) a aguardada apresentação de sua estratégia para o mercado brasileiro, que teve início com a aquisição da planta de Iracemápolis (SP) construída pela Mercedes-Benz.
Os planos iniciais do conglomerado chinês mostram-se robustos e contemplam mais de R$ 10 bilhões divididos em duas etapas.
O primeiro ciclo compreende o período de 2022 até 2025, quando serão destinados R$ 4 bilhões ao país, e a segunda etapa será compreendida entre 2026 e 2032, com a destinação dos outros R$ 6 bilhões.
A Great Wall Motor espera criar cerca de 2.000 empregos diretos no país até 2025, sendo que sua operação no Brasil será a maior fora da China. A previsão da empresa é produzir cerca de 100 mil unidades ao ano em Iracemápolis.
A fábrica no interior paulista será totalmente modernizada, antecipa a Great Wall Motor, contando com sistema de produção inteligente e expectativa de faturamento anual de R$ 30 bilhões em 2025.
A ideia é que a fábrica de Iracemápolis também sirva como base exportadora para outros países das Américas. A fabricante acrescenta que apoiará a cadeia brasileira de fornecedores, realizando investimentos e promovendo o desenvolvimento da indústria local. Haverá um plano para produzir peças localmente, com o objetivo de alcançar um índice de nacionalização de 60% até 2025.
Estabelecida em 1984, a Great Wall Motor é a maior empresa de capital completamente privado da China, atuando em mais de 60 países. A companhia conta com 70 mil funcionários e 10 centros de pesquisa e desenvolvimento em sete países.
Estratégia
Ainda sem entrar em detalhes sobre quais modelos serão comercializados no Brasil, a Great Wall Motor explicou que vai atuar no mercado inicialmente com três marcas.
A Haval vai contemplar SUVs de apelo urbano, a Tank engloba SUVs premium com alta capacidade off-road e a Poer será especializada em picapes.
Após consolidar sua presença no mercado, a empresa também vai investir na comercialização dos elétricos da marca Ora, que ficou famosa mundialmente com um modelo de design amplamente baseado no Fusca.
Como terá uma marca 100% elétrica, a GWM Brasil anunciou também como meta o suporte à criação de uma rede de eletropostos com parcerias locais ou operação direta nos principais centros urbanos até 2025.
De acordo com a Great Wall Motor, até concluir a primeira fase de seu ciclo de investimentos (2025) serão lançados 10 modelos no Brasil entre suas diferentes marcas.
Ainda no quarto trimestre deste ano a empresa vai lançar seu primeiro modelo no país, inicialmente importado.
Sobre a rede de concessionárias da GWM Brasil, a empresa adianta que o objetivo é ter 30 grupos de concessionários em 112 cidades com 130 pontos de venda/serviço.
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O primeiro modelo com produção nacional será lançado no segundo semestre de 2023 e será um representante da “próxima geração de modelos globais, que ainda não foi apresentada em nenhum mercado do mundo e já está sendo desenvolvida levando em consideração as exigências da realidade dos consumidores brasileiros”, detalha a GWM Brasil.
A empresa ressaltou que sua gama no Brasil vai contemplar apenas SUVs e picapes, segmentos que demonstram os maiores índices de crescimento em vendas.
Os conjuntos propulsores também prometem nível de eficiência bem acima da média. Por aqui, a GWM oferecerá somente modelos eletrificados (híbridos, híbridos plug-in e completamente elétricos).
A GWM realça, inclusive, que vai oferecer no Brasil o híbrido plug-in com a maior autonomia elétrica do mundo, de 200 quilômetros. Esse modelo ainda é capaz de recarregar 80% da sua bateria em apenas 30 minutos.
Alta eficiência
Os demais veículos com motorização híbrida terão opções de configuração que variam de 230 a 430 cv de potência e de 41,8 a 77,7 kgfm de torque. Alguns deles, de acordo com a fabricante, serão capazes de entregar uma aceleração de 0 a 100 km/h entre 4,8 e 7,2 segundos, com médias de consumo de combustível entre 75 km/l e impressionantes 208 km/l no uso combinado dos motores elétrico e a combustão.
Interessante destacar que a GWM Brasil já está iniciando parcerias para estudos de uso de etanol como fonte de geração de hidrogênio para veículos com célula de combustível. A companhia integra, na China, a Comissão Internacional do Hidrogênio e pretende utilizar a unidade no Brasil como base de conhecimento na realização de acordos com universidades e centros tecnológicos do país para desenvolver pesquisas que incluam o etanol como fonte de hidrogênio.
Por fim, a GWM Brasil antecipa que todos os modelos produzidos no Brasil terão recursos de conectividade e sistemas semiautônomos de segurança Nível 2 de série, além de permitir o uso do comando por voz para controlar as funções do veículo, como fechar vidros ou abrir o teto solar. Os veículos da GWM no Brasil também estarão prontos para suportar recursos de conectividade 5G.