Grande aposta da Citroën no Brasil: o que podemos esperar para o inédito SUV de entrada da marca
Utilitário esportivo integra uma nova família para mercados emergentes que está sendo desenvolvida na Índia
Um fato importante ocorrido nesta semana foi o flagra de uma unidade do projeto C21 realizando testes na Índia. Como abordamos, a novidade é relevante não só para o mercado asiático como também para o Brasil. O C21 pertence a uma inédita família de três modelos que está sendo desenvolvida na Índia especificamente para países emergentes e que a Citroën, muito provavelmente, também vai trazer para o Brasil.
Alguns indícios relevantes justificam nossa tese. O mais importante deles é que a Citroën anunciou, em junho deste ano, que já é capaz de montar a plataforma CMP no complexo industrial da PSA em Porto Real (RJ). O local recebeu investimentos da ordem de R$ 220 milhões e a instalação de cerca de 30 novos robôs, especialmente na área da chaparia, em adição aos 245 já existentes, entre outras melhorias. Não por acaso, o projeto C21 e os demais integrantes da nova família foram concebidos sobre a plataforma CMP.
Além disso, é necessário destacar a profunda necessidade da Citroën de renovar sua gama de modelos oferecidos no Brasil, em especial no segmento de compactos, classe que será contemplada pela nova família indiana. É muito provável que o sucessor do C3 brasileiro também esteja inserido nessa gama inédita.
O projeto C21, por sua vez, diz respeito a um SUV de porte ainda menor em relação ao atuais SUVs compactos que conhecemos aqui, como o Nissan Kicks, Hyundai Creta, Jeep Renegade e o próprio Citroën C4 Cactus.
Tudo leva a crer que o SUV oriundo do projeto C21 seja um concorrente para Nissan Magnite, Renault Kiger, entre outros modelos. O ponto que norteia esses projetos reside nas dimensões reduzidas, com o comprimento na casa de 4 metros. Modelos dentro dessa medida são inseridos em um regime de tributação reduzida na Índia, por esse motivo carros menores são comuns no país.
Aqui no Brasil, o projeto C21 seria um sucessor natural para o Citroën Aircross. Tomando como base o flagra recente realizado na Índia, o designer Kleber Silva nos preparou algumas projeções sobre o que podemos esperar para o SUV, utilizando como referência estética produtos recém-apresentados pela marca francesa na Europa.
É fato que, mesmo por se tratar de um projeto de certa forma orientado ao baixo custo, a Citroën não deverá ignorar características que balizam os projetos da marca, como o cuidado com o design e um acabamento interno bem trabalhado.
Pelo flagra realizado na Índia, é possível constatar que o SUV derivado do projeto C21 contará com o conjunto óptico compartimentado, bem como o porte do modelo nos sinaliza um SUV que não exagera no tamanho.
A produção local do SUV pequeno da Citroën ainda traz outra vantagem empresarial, em especial quando consideramos os planos da Peugeot. Com as novas gerações do 208 e do 2008 fabricadas na Argentina, a Citroën ganha espaço para robustecer a oferta de produtos do conglomerado francês no Brasil, com um hatch mais acessível em relação ao 208 (no caso o futuro compacto desenvolvido na Índia), bem como, entre os SUVs, o sucessor do Aircross ocuparia uma segmentação de mercado abaixo do Peugeot 2008 e do Citroën C4 Cactus. Portanto, se pensarmos no portfólio conjunto das duas fabricantes, a linha ganharia muito mais complementaridade, favorecendo a possibilidade de escolha dos consumidores e atraindo novos clientes.
Ainda sabemos pouco sobre eventuais detalhes técnicos e mecânicos do projeto C21, mas apostas da mídia especializada indiana sinalizam que o SUV pode trazer sob o capô o motor 1.2 turbo, propulsor que destaca-se pelo ótimo nível de eficiência. A apresentação do inédito SUV pequeno da Citroën ocorrerá em 2021, cabendo a ele inaugurar também a nova família para mercados emergentes. Ainda é cedo, contudo, para apostarmos quando a novidade seria nacionalizada, mas a tendência é que isso não demore para ocorrer.