GM e Ford começam a eliminar carros de passeio nos EUA
Montadoras mudam o foco de hatches e sedãs para SUVs e picapes
Mais rentáveis para suas operações e conquistando de vez a preferência não só dos norte-americanos bem como do público em geral ao redor do mundo, os grandes conglomerados automotivos como a GM e a Ford estão realizando uma “mudança histórica” em suas linhas de montagem, como descrevem os principais jornais e revistas dos EUA, ao retirar cada vez mais de cena os hatches e sedãs substituindo-os por SUVs e picapes.
A GM, por exemplo, deverá encerrar a produção do hatch compacto Sonic nos EUA, modelo que inclusive foi oferecido no Brasil de 2012 a 2014. Outra decisão que chama a atenção na nova estratégia da GM, apontam rumores da grande imprensa nos EUA, será o fim da produção do Chevrolet Impala, sedã grande para os padrões brasileiros e que conta com uma história de 61 anos no mercado norte-americano.
A Ford, com um posicionamento semelhante, também deverá encerrar a oferta do Fiesta nos EUA, assim como o Taurus, outro modelo que já foi comercializado no Brasil na década de 90, poderá sair das linhas de produção. Outro modelo que até corre o risco de ser descontinuado é o Fusion, assunto que já abordamos aqui no Autoo.
Segundo o Wall Street Journal, a venda de cupês, sedãs e outras categorias de carros de passeio passaram de 51% de participação de mercado nos EUA em 2012 para 37% em 2017 e a tendência é de quedas ainda maiores.
A Fiat Chrysler é outra empresa que também cogita uma migração mais agressiva para utilitários esportivos e picapes nos EUA, algo que, apesar de arriscado, pode trazer mais lucros para as companhias já que estamos falando de dois tipos de modelos que permitem preços maiores. A Chrysler, por exemplo, já retirou de linha modelos como o Chrysler 200 e o Dodge Dart e também considera encerrar a fabricação do Chrysler 300 e do Dodge Charger em um futuro próximo.
Modelo que até foi bem aceito na época de seu lançamento nos EUA, o Chevrolet Sonic chegou a somar 100.000 unidades vendidas por lá em 2014, mas a comercialização caiu para 30.000 emplacamentos do hatch em 2017. A FCA também explica que sua migração de sedãs e compactos para SUVs da linha Jeep, por exemplo, trouxe mais lucros para a empresa.
Especialistas de GM, Ford, FCA, dentre outras analisam que a predileção dos clientes ao redor do mundo por SUVs e picapes é algo permanente e mesmo assim não ficam preocupados sobretudo com a movimentação das gigantes japonesas que ainda investem em modelos menores e com baixo nível de consumo.
Do ponto de vista comercial e do lucro, como já citado, a conta é fácil de entender. No caso da Ford, por exemplo, um EcoSport custa nos EUA cerca de US$ 6.000 a mais que um Fiesta, mesmo compartilhando a plataforma e grande parte das peças, portanto algo bem interessante para a marca. Quem resume bem essa questão é Jim Farley, responsável por mercados globais da Ford, que declarou em entrevista ao Wall Street Journal: “nós estamos prevendo uma linha de veículos de passeio mais racionalizada, melhor concebida, pois nós queremos atuar onde podemos vencer”. A tradicional picape Ford F-150, é bom que se diga, é o carro mais vendido nos EUA há mais de 40 anos.