Futuro das picapes médias envolve conjuntos mecânicos híbridos
Modelos poderão oferecer bem mais eficiência ao migrar para a propulsão eletrificada
Se existe uma tendência que está claramente delineada para o futuro é a migração maciça das picapes médias para conjuntos mecânicos eletrificados. Convenhamos que a movimentação, de certa forma, é até lógica uma vez que propulsores híbridos trarão enormes vantagens a esses veículos.
Diversos executivos sequer estão muito preocupados em esconder essa estratégia que vai permear as próximas gerações das picapes médias. O presidente da Toyota Argentina, Daniel Herrero, por várias vezes comentou que a fabricante tem nos planos uma variante híbrida para a Hilux e o SUV derivado SW4 nos próximos anos.
Inclusive o governador da província argentina de Jujuy, Gerardo Morales, comentou nesta segunda-feira (9) que Toyota vai utilizar o lítio obtido na região para a construção das baterias aplicadas em seus híbridos produzidos regionalmente. A declaração, como reporta a imprensa argentina, foi realizada nesta segunda-feira (9) durante o lançamento industrial dos novos Hilux e SW4 2021, que também chegam ao Brasil neste mês com visual atualizado e aprimoramentos técnicos.
Ainda entre as marcas orientais, a Nissan também deixou transparecer em 2019 que sua estratégia para o médio prazo deverá englobar uma opção híbrida para a Frontier. “Seguramente, em algum momento, veremos uma Frontier híbrida, o mercado está indo para esse caminho”, declarou à época Pablo Roca, executivo de marketing da Nissan Argentina.
Um ano antes, enquanto visitava o Brasil durante o Salão de São Paulo 2018, o diretor de programa e responsável mundial pela área de veículos comerciais da Mitsubishi, Koichi Namiki, adiantou quando questionado pelo Autoo que enxergava o caminho da eletrificação de picapes médias como a L200 Triton como “algo muito coerente”. De acordo com Namiki, essa filosofia estaria muito mais em linha com as diretrizes para o desenvolvimento da próxima geração da L200 do que uma busca pura e simplesmente por maior potência e torque como a Volkswagen realiza hoje em dia com a Amarok V6 turbodiesel.
Até mesmo a Peugeot com a sua inédita Landtrek já pode estar de olho na tendência da eletrificação e teria nos planos uma variante híbrida do modelo para lançar por volta de 2025.
Ao combinar um motor térmico, seja ele a diesel ou gasolina, com um ou mais propulsores elétricos, as picapes médias vão atingir um patamar ímpar em termos de eficiência. O ganho em potência e sobretudo em torque, algo em que os motores elétricos se destacam, serão notáveis, assim como o consumo e o nível de emissões vão ser drasticamente reduzidos.
As fabricantes também poderão trabalhar com uma distribuição otimizada dos motores, deixando, por exemplo, os propulsores elétricos posicionados para movimentar as rodas traseiras, o que abre espaço para eliminar sistemas de transferência usados há anos, como é o caso do eixo cardã. Apesar de confiável, o eixo físico cobra seu preço ao adicionar mais peso ao veículo e reduzindo a eficiência. Os motores elétricos também podem acrescentar muito mais precisão no uso off-road, garantindo um sistema de tração integral bem mais equalizado e atuando com a demanda ideal de força em cada uma das rodas.
Geralmente o ciclo de renovação completa de um veículo de apelo comercial como é caso das picapes tende a ser bem mais longo em relação ao de um automóvel de passeio, logo ainda pode levar certo tempo para as picapes médias híbridas chegarem ao mercado. De qualquer forma, por volta da metade desta década já poderemos ter novidades com a tecnologia em questão chegando ao nosso mercado.