Fusion Hybrid inaugura segunda geração dos carros ecológicos
Mais eficiente e moderno, sedã consegue ser mais econômico que os modelos populares
Os carros híbridos têm uma presença discreta no mercado nacional. Uma opção alternativa aos tradicionais veículos vendidos no país, eles são mais econômicos no consumo de combustível e consequentemente produzem emissões de resíduos bem menores das emitidas por motores a gasolina, ou mesmo os bicombustíveis.
E neste nicho do mercado, está o Ford Fusion Hybrid, o primeiro automóvel híbrido do Brasil a chegar à sua segunda geração. Sob a bandeira de carro mais econômico do país em consumo de gasolina (segundo o Inmetro), ele é capaz de percorrer até 16,8 km/l na cidade e 16,9 km/l na estrada.
Mas o que significa um híbrido da segunda geração na prática? Onde e como evoluir? Essas e outras respostas você encontra a seguir após o test-drive que o AUTOO realizou durante o lançamento do modelo.
O Carro
O novo Fusion Hybrid é movido por dois motores, um a gasolina e outro elétrico. O primeiro é um 2.0 de 145 cv, menor do que o 2.5 de 158 cv oferecido na geração anterior. Tal mudança fez com que o Ford chegue ao Brasil vindo do México, onde é fabricado, pagando impostos menores do que com o antigo conjunto. O resultado é um modelo vendido por um valor menor do que o praticado na primeira geração. São R$124.900, ante os 133.900 cobrados no lançamento do Fusion híbrido.
O motor elétrico também evoluiu e é abastecido no novo modelo a partir de uma bateria de íons de lítio, aposentando a menos eficiente bateria de níquel. Com isso, o motorzinho ganhou força e entrega 45 cv, além de estar 23 kg mais leve.
Verde
O Fusion não tem tomada para “encher o tanque” da bateria quando você chegar em casa, por exemplo (como no elétrico i3 da BMW). A bateria, que fica no porta-malas, pode ser recarregada pelo motor à combustão ou pelos freios regenerativos. Mas ela tem vida útil de cerca de uma década de funcionamento. Depois disso, o híbrido se tornará um automóvel normal, movido apenas a gasolina.
Com nota máxima em testes promovidos pelo Inmetro sobre emissão de resíduos, o Fusion Hybrid conta com diversos sistemas que o auxiliaram a chegar neste nível. Entre eles está o sistema de frenagem regenerativa, que recupera até 95% da energia dissipada nos freios.
Novo Fusion só mantém nome e origem
Também auxiliam o híbrido a ser o carro mais econômico do Brasil em consumo de gasolina itens como ar-condicionado com compressor elétrico e o modo de direção ev-, que memoriza detalhes de trajetos para economizar combustível em usos futuros. Além disso, lúdicas folhinhas presentes nas telas de LCD do painel ensinam o motorista a dirigir de maneira mais econômica.
Experiência
Meu contato com o Fusion Hybrid ocorreu em um trajeto que mesclava estrada, cidade e um trecho de uma estradinha bastante sinuosa. A primeira impressão foi: ele está ligado? Pois o motor elétrico é o único acionado na partida, e você só tem certeza se o carro está em funcionamento graças a um aviso no painel. O silêncio é completo neste período.
Lexus lança carro híbrido no Brasil
O novo Fusion chega até os 100 km/h apenas com o motor elétrico em funcionamento, ante os 75 km/h da geração anterior. Mas nem sempre que o automóvel estiver abaixo dos 100 km/h ele estará se mantendo sem o motor "a combustão. Alcançar essa velocidade em modo totalmente elétrico será uma tarefa aos mais pacientes já que basta uma leve acelerada para o Fusion Hybrid acionar o motor à gasolina a fim de dar um empurrãozinho extra.
Na estrada, o Fusion mostra disposição em ultrapassagens e passa a sensação de segurança aos ocupantes. Com fôlego de sobra, o carro é silencioso e a suspensão está bem mais firme do que na geração anterior, deixando-o mais esportivo, sem perder o conforto.
Na cidade encontramos o habitat natural do Fusion Hybrid. No para e anda do trânsito ele mostra como o sistema híbrido é revolucionário. O carro pode passar longos períodos apenas em modo elétrico, sem gastar uma gota de gasolina e poupando o meio ambiente. A sensação é realmente boa e o trânsito fica um pouco mais suportável. Não é à toa que, ao contrário dos veículos convencionais, o consumo de combustível na cidade seja idêntico ao da estrada. É no ambiente urbano que o híbrido encontra seu lugar ideal.
Híbridos no jogo
O novo Ford Fusion Hybrid fica com a posição mais cara da linha Fusion, à frente da Titanium 2.0 Ecoboost, que custa R$ 101.900 e da versão de entrada do modelo, a 2.5 flex (R$ 92.990). A expectativa de vendas da versão é de 40 unidades mensais, cerca de 10% do que a Titanium deve emplacar.
Os principais concorrentes do Fusion são o Toyota Prius (R$ 120.830) e o Lexus CT 200h (R$149 mil). O híbrido da Ford chega importado do México com custo de revisão até os primeiros 60 mil km fixados em R$ 3.508. Não é uma pechincha e não espere que a conta baixinha do posto de gasolina vá compensar o investimento. Não há tempo suficiente para isso. Mas que faz bem dirigir um sedã confortável como esse e saber que ele agride menos nosso ambiente, isso não dá para negar.