Fusca lidera preferência dos paulistas entre os carros colecionáveis
Segundo levantamento do Detran.SP, versão 1300 é a mais procurada
Para um veículo ganhar a tão desejada placa preta — identificação que o eleva a um patamar de colecionador —, é preciso tempo e dedicação do dono. O modelo tem que ter no mínimo 30 anos de fabricação, conservar suas características originais de produção, entre outros quesitos. Mesmo assim, não é raro encontrar algumas destas relíquias circulando por aí. Segundo o Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran.SP), atualmente, no Estado, são 28.782 veículos registrados, importados ou não, que compõem a lista de colecionáveis.
O Fusca comanda o catálogo dos queridinhos. Depois dele, Opala, Dodge, Puma e Brasília também compõem o “top 5”.
“Esses registros revelam a atenção dos colecionadores para a preservação dos clássicos. Não se trata apenas de um título, mas uma forma continuar narrando, entre as gerações, a história dos automóveis”, completa Maxwell Vieira, diretor-presidente do Detran.SP.
De origem alemã, o Fusca, que já foi o carro mais vendido no mundo, mostra que seu sucesso aqui continua: no Estado de São Paulo, os colecionáveis reúnem 6.420 unidades (22% da frota de colecionáveis). Ou seja, a cada 5 placas pretas no Estado, 1 está em um Fusca.
Entre as versões que mais possuem registros com placas pretas estão o 1300 (com 3.241 exemplares); seguido do “Fuscão” 1500 (com 1.200 registros); e o 1200, fabricado entre 1950 e 1962 (somando 996 veículos).
Ervim Moretti, presidente do Fusca Clube do Brasil, ressalta que 35 anos é a idade média dos colecionadores, mas que o “besouro”, sem dúvidas, conquista toda a família. “Nos encontros, vemos dos avôs aos netinhos reunidos em torno da mesma paixão”, completa.
Fechando o ranking dos 10 mais, estão os importados Cadillacs, prediletos do cantor Elvis Presley, com 355 exemplares no total.
Posição - Modelo - Registros totais - As 3 versões preferidas por quem coleciona (unidades registradas no Estado de São Paulo)
1 - Fusca - 6.420 - 1300 (3.241), 1500 (1.200), 1200 (996)
2- Opala - 1.316 - Opala (502), Comodoro (217), Luxo (198)
3 - Dodge - 1.047 - Charger RT (201), Coupe Luxo (122), Dart (112)
4 - Puma - 695 - GTS (323), GTB (173), GTE (52)
5 - Brasilia - 544 - Brasilia (531), LS (13)
6 - Maverick - 486 - GT (143), Maverick (121), SL (109)
7 - Kombi - 486 - Kombi (468), Pick up (8), Furgão (3)
8 - Corcel - 457 - Luxo (160), Corcel (118), Corcel II (70)
9 - Karmann-Ghia - 413 - Karmann-Ghia (346), TC (42), Conversível (16)
10 - Cadillac - 355 - Cadillac (105), Eldorado conversível (38), Deville conversível (28)
Quero ter um veículo com a placa preta. Como faço?
Seja por hobby ou pelo desejo de investir, é preciso ter cautela antes de sair restaurando um carro antigo. Se, por um lado, pode haver forte valorização na hora da venda, por outro, os gastos nos reparos, a depender da marca e do modelo escolhido, podem não superar a quantia empregada na negociação com um novo dono. Roberto Suga, presidente da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), alerta que “mais do que tempo e dinheiro, é necessário ter uma relação de carinho e cuidados com o veículo".
Para ter a placa preta, o veículo deve integrar uma coleção particular ou fazer parte de uma associação de colecionadores. Primeiro, deve-se solicitar o Certificado de Originalidade em um dos clubes credenciados pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran). O custo do documento varia entre R$ 200 e R$ 600.
Então, o interessado pode pedir a emissão do Certificado de Registro de Veículo (CRV) no Detran.SP, com a expressão: "Veículo de Coleção". Possíveis débitos precisam ser quitados antes deste pedido. A taxa é de R$ 285,27, caso o licenciamento do ano em curso não tenha sido feito, e R$ 197,87, caso o dono já o tenha licenciado. Informações podem ser obtidas no portal do Detran.SP.
Por fim, é necessário solicitar o par de placas. No Estado de São Paulo, ele custa R$ 128,68. Cabe ressaltar que o veículo com mais de 20 anos de fabricação não paga o Imposto sobre Propriedade de Veículo Automotor (IPVA), mas deve ser licenciado todo ano.