Ford Ka brasileiro chega à Europa como Ka Plus
Compacto será vendido no continente europeu como opção maior ao Ka local, um subcompacto
A Ford apresentou nesta semana na Europa o novo Ka, rebatizado como Ka+, ou Ka Plus. Ao contrário do que parece, não se trata da versão sedã como no Brasil e sim do hatch. A razão é que os europeus tinham à disposição outro Ka, considerada a segunda geração e baseada na plataforma do Fiat 500. Como o novo é maior e segue outra proposta, aparentemente a marca quis enfatizar esse aspecto.
É mais um passo da Ford em direção a um portfólio global em vez de optar por soluções locais como a do antigo Ka. Embora não dito claramente, o Ka+ será importado da Índia, que produz uma versão mais longa do modelo, e terá como missão competir com modelos como o Dacia Sandero e o Kia Rio, diferentemente do antecessor, que fazia mais o papel de carro ‘butique’, segundo a imprensa europeia, espécie de veículo para jovens, descolado e minimalista.
A marca passa a aceitar encomendas do modelo, mas só iniciará as entregas em outubro com preço a partir de 9,9 mil euros (pouco mais de R$ 38 mil).
Nariz virado
Espera-se que a Ford tenha aprendido a lição com o EcoSport e melhorado o conteúdo e acabamento do novo Ka europeu. O irmão SUV chegou à Europa com pompa, mas virou mico e veículo criticado com frequência pela pobreza geral.
No caso do Ka+, nota-se que o interior ganhou conteúdo como ar-condicionado digital, painel de instrumentos mais bem acabado além de um console central que aposentou a peça já cansada do Fiesta, com o rádio de inúmeros botões.
O acabamento parece um pouco superior, mas a imprensa europeia reagiu com certa desconfiança justamente pela má impressão do EcoSport.
O Ka+ usará motores 1.2 de quatro cilindros e 65 cv de potência, mas haverá uma versão mais potente, Zetec, com 84 cv e capaz de ir de 0 a 100 km/h em 13,3 segundos. Outros equipamentos incluídos foram o aquecimento dos bancos, controle de cruzeiro, seis airbags e ESP.
Carro errado na hora errada
As primeiras críticas do carro mostram que os europeus não assimilaram bem a ideia de receber um veículo pensado para mercados em desenvolvimento.
O jornal The Telegraph, da Inglaterra, foi cético: “Por que o novo Ford Ka+ é o carro errado na hora errada”, cravou em sua manchete. Para ele, a Ford deveria ter pensado num modelo mais atraente e pequeno, voltado para os jovens.
A revista francesa L´Automobile considerou os “plásticos bastante básicos e um interior sem imaginação”, mas elogiou o maior espaço interno. Já a revista britânica Auto Express definiu o modelo como “prático como o Fiesta, mas com custos menores”.
À parte as críticas, a Ford foca num segmento que é o segundo mais vendido na Europa e onde ela não tem grande representatividade. Mas para vingar, o Ka terá de ser mais que um “plus”.