Fiorino vai ao trabalho com a cara do Uno

Modelo comercial fica maior, mais bonito e pode levar mais carga; preço começa em R$ 38.540

Novo Fiorino: ao trabalho (e, eventualmente, ao passeio) | Imagem: Divulgação

O Fiat Fiorino é um veículo conhecido pelo povo brasileiro. Com quase um milhão de unidades vendidas no país e líder no segmento por 23 anos consecutivos, o furgão chega agora à sua terceira geração maior, mais econômico e com capacidade para carregar ainda mais carga.

Baseado no “novo” Uno, o modelo finalmente aposentou sua aparência de Mille, que não será produzido em 2014 devido à nova norma que exige ABS e airbags. Pois esta exigência fez com que a Fiat pusesse no papel: vale mais a pena adaptar o Fiorino antigo para receber os novos equipamentos ou é mais barato desenvolver um novo projeto? O novo carro é a própria resposta.

E a mudança não foi um mau negócio, aparentemente. Antes com design quadradão, o Fiorino está mais moderno e apresenta diversas mudanças em relação ao Uno (enquanto a geração anterior era praticamente um Mille com um caixote encrustado na traseira). O furgão cresceu em relação ao compacto e ainda ganhou modificações aerodinâmicas.

No tamanho, são 20 centímetros a mais de comprimento, 2,1 cm a mais de largura e uma altura 2,7 maior. A capacidade de carga também aumentou, de 620 quilos para 650 quilos. O design ficou mais fluído com as alterações, como a “rampa” aerodinâmica no teto, artefato utilizado mais comumente em caminhões. O coeficiente de resistência aerodinâmica ficou 6% melhor, segundo a Fiat.

Mas nem tudo são flores no novo Fiorino. Com a aerodinâmica mais eficiente, a capacidade volumétrica, por exemplo, diminuiu 100 litros, ficando em 3.100 litros. O modelo ainda continua vindo “pelado” na versão de entrada. Trio elétrico, ar-condicionado, ajuste de altura do volante e até espelho no quebra sol são opcionais. Porta-prancheta e acesso lateral ao compartimento de carga, que facilitaria e muito a colocação da bagagem, não são oferecidos.

“Fioruno”

Levando sob o capô o mesmo motor 1.4 Evo Flex que seus colegas Uno, Palio e Punto, o modelo fez bem em deixar de usar o motor Fire 1.3 da geração anterior. São 17 cavalos de potência a mais, chegando a 88 cv. O torque também subiu, indo de 11,6 para 12,5 kgfm. O consumo de combustível não foi divulgado, mas, de acordo com a Fiat, o modelo recebeu nota máxima na eficiência energética no selo do Inmetro.

Entrar no Fiorino é uma experiência diferente. O espelho retrovisor central, por exemplo, não existe (também não daria para ver nada). No novo modelo, uma placa separa o ambiente habitável do depósito de cargas, o que também gera certo estranhamento.

O utilitário, que sofreu alterações no escalonamento de marchas para privilegiar o uso em serviço, parece ter um pouco menos fôlego do que um Uno convencional. Em compensação, o carro mal sente o tamanho extra da carroceria, apenas na hora de manobrar em lugares apertados. Nesse momento, entram em ação os opcionais direção hidráulica e sensor de estacionamento.

No mais, o Fiorino oferece alguns práticos porta-objetos e, nas versões mais completas, equipamentos que fazem o motorista se sentir em um carro de passeio, não em um utilitário.

Estão presentes rádio com MP3, sensor de estacionamento, farol com máscara negra, sensor de pressão de temperatura e pneus, faróis de neblina e até pedaleiras esportivas, com acabamento cromado. Ok, todos esses itens são opcionais, mas a maioria dos utilitários vendidos no Brasil não possui esses itens (nem como opcional) e, colocá-los em uma loja não autorizada pode ocasionar na perda da garantia do veículo.
 
Novo começo

O Fiorino traz vários argumentos para continuar com a maior fatia da venda de utilitários no Brasil. Mirando nos órfãos da Kombi de carga, a Fiat pretende vender 24 mil unidades do modelo em 2014, ante as cerca de 14 mil comercializadas neste ano. Resta aguardarmos para ver se o gosto do brasileiro vai aceitar o novo modelo tão bem quanto aceitou as gerações anteriores.

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