Fiat Tempra Pick-up: estudo da década de 1990 foi o embrião da Toro
Protótipo chegou a ser exposto no Salão do Automóvel de 1994 como veículo de estudo e pesquisa
Ford, Fiat e Volkswagen já tinham os seus representantes para disputar o mercado de sedãs médios de luxo e coube à Fiat assumir o compromisso ao incorporar o Tempra no mercado brasileiro em fins de 1991.
O modelo foi projetado na Itália em substituição ao Regata, em 1990. Por aqui, inovou em vários aspectos, tanto na estreia no segmento, quanto na incorporação de novos conceitos tecnológicos tais como duplo comando de válvulas, motor de 16 válvulas, além do turbo, cuja versão que ganhou o nome do moderno sistema de sobrealimentação no Brasil.
O Tempra Turbo arrancou logo de cara a atenção de todos durante o Salão do Automóvel de 1994. Mas, não menos importante, uma outra variante chamou muito a atenção no estande da marca italiana: o Tempra Pick-up.
A curiosa variação com caçamba do Tempra podia transportar surpreendentes 1.000 kg, proposta que hoje a assemelha muito com a Toro e deixa claro que a Fiat já estudava opções de picapes monobloco acima do segmento de pequeno porte há um bom tempo.
O protótipo teve apenas um exemplar construído e servia de laboratório para avaliar a resposta do público presente na mostra paulistana.
Para a produção da Pick-up foi aproveitada as carrocerias tanto do sedã bem como da station wagon Tempra SW, mas a mecânica era inédita, no caso um diesel de origem Fiat que mais tarde, após o engavetamento do projeto, foi substituído pela mecânica 2.0 16V presente no Tempra convencional.
O veículo era visto frequentemente rodando pelo pátio da Fiat, mas depois de um tempo a montadora resolveu doá-lo para o acervo do Museu Nacional do Automóvel de Brasília.
Após o falecimento de seu fundador, o jornalista e advogado José Roberto Nasser, em 2018, o museu passou para a guarda e curadoria do colecionador brasiliense Antonio Carlos Lassi, que mantém o legado do Dr. Nasser até hoje.