Fiat, Renault e Volkswagen: como as fabricantes planejam adotar a eletrificação no Brasil

Marcas anunciam aos poucos os planos de ampliar o uso de motores elétricos nos carros nacionais
Plataforma bio-hybrid da Stellantis

Plataforma bio-hybrid da Stellantis | Imagem: Divulgação

A Stellantis anunciou o seu Bio-Hybrid. O presidente da Renault falou durante um evento que a marca terá um híbrido flex no Brasil. A Volkswagen não falou nada oficialmente, mas tudo indica que a tecnologia de junção de um motor flex ou só a etanol com um elétrico estará em sua futura picape intermediária.

Em comum, nenhuma das três deu detalhes sobre o que podemos esperar. A Stellantis foi a quem mais abriu o jogo, dizendo que a estreia será em sua marca de maior volume, que é a Fiat. Não sabemos ainda em quais modelos e nem que tipo de tecnologia veremos.

O mais provável é que modelos de maior valor agregado possam usufruir da motorização híbrida primeiro. Os olhos se voltam para SUVs e picapes, os carros mais lucrativos das montadoras nos dias de hoje.

Como o grupo diz que suas três fábricas estão prontas para receber o Bio-Hybrid, marcas como Jeep, Peugeot e Citroën entram no alvo da eletrificação. 

Plataforma bio-hybrid da Stellantis
As quatro plataformas Bio-Hybrid da Stellantis
Imagem: Divulgação

Serão quatro níveis de avanço da tecnologia. O primeiro é o famoso híbrido-leve. Um pequeno gerador substitui o alternador e o motor de partida e dá potência extra de 3 kW ao motor, além de abastecer uma pequena bateria. Juntos são capazes de mover o carro por alguns segundos apenas, mas já ajuda no consumo de combustível.

O segundo é o Bio-Hybrid e-DCT, que conta com o serviço de dois motores elétricos. O primeiro deles é o que substitui o alternador e o motor de partida. Adicionalmente, outro maior é acoplado à transmissão. Uma bateria de 48 volts dá suporte ao sistema.

Depois vem o Bio-Hybrid Plug-in, que conta com um motor elétrico alimentado por uma bateria grande que por sua vez é recarregada pelas desacelerações e pelo próprio motor a combustão. Também há fonte externa para carregar a bateria e permitir uma autonomia maior. Hoje, os híbridos plug-ins rodam cerca de 100 km utilizando apenas eletricidade.

Por fim, o último degrau do sistema da Fiat é o carro elétrico puro, alimentado por uma bateria recarregável de 400 Volts. Ainda não há um prazo para a chegada de todos eles à produção nacional. Até 2030, a meta do grupo é ter 60% de sua produção de eletrificados.

Híbrido da Renault será SUV compacto

Durante uma entrevista na última semana, o presidente da Renault, Ricardo Gondo, disse a jornalistas que a marca terá um híbrido flex feito no Brasil. Não deu detalhes, mas a marca prepara o lançamento de um SUV para este ano com vendas em 2024.

Imagens de patente na Europa antecipam futuro SUV pequeno da Renault
Imagens de patente na Europa antecipam futuro SUV pequeno da Renault
Imagem: AutoWeek.nl/Reprodução internet

Trata-se de um utilitário esportivo feito sobre a plataforma do Sandero de terceira geração, que não chegou ao Brasil. O SUV, ainda sem nome, terá frente e traseira exclusivos, assim como o interior. Terá como principais rivais o Fiat Pulse e o Volkswagen Nivus.
A aposta também é que a eletrificação seja a mais simples possível, a híbrido-leve com sistema de 48 volts acoplado ao novo motor 1.0 turbo da marca.

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O mesmo equipamento é esperado na futura picape da Volkswagen que virá para brigar com a Chevrolet Montana, acima da Saveiro que segue em linha e será reestilizada. A nova caminhonete, no entanto, segue distante e não há previsão de lançamento.

Em outras frentes, essas montadoras já trabalham para acostuar o brasileiro aos eletrificados com importados. A Renault vai trazer o Mégane E-Tech enquanto a Volkswagen já aluga ID.4 e ID.Buzz. A Fiat vende o e500 elétrico, além do Jeep Compass 4Xe, um híbrido plug-in.

Fernando Pedroso

Apaixonado por carros desde criança, se formou em jornalismo para trabalhar com automóveis. Realiza esse sonho desde 2006, e participando no AUTOO a partir de 2023