Fiat Pulse e Fastback Hybrid cumprem a promessa de maior economia?
SUVs mineiros custam a partir de R$ 125.990 e são os primeiros eletrificados da Fiat
O segmento dos veículos híbridos convencionais (HEV, HEV Flex e MHEV) já vendeu 40.185 unidades no Brasil em 2024. De olho nesse mercado aquecido, a Fiat lançou seus primeiros modelos eletrificados. Pulse e Fastback recebem o sobrenome Hybrid e já estão nos concessionários com preços entre R$ 125.990 e R$ 161.990.
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A Fiat não escolheu a dupla à toa. Pesquisas indicam que os SUVs são o segmento favorito para a próxima compra dos potenciais clientes; que 6 em cada 10 eletrificados emplacados no país são SUVs e que 70% dos entrevistados pretendem comprar um utilitário esportivo eletrificado no futuro. Nada mais natural que os escolhidos sejam Pulse e Fastback.
O que são e como funcionam os híbridos leves?
Produzidos em Betim (MG), os dois são híbridos leves, isto é, não podem andar em modo elétrico. O novo sistema híbrido combina um motor elétrico multifuncional com duas baterias (chumbo-ácido e íon de lítio) de 12V. Ele substitui o alternador e o motor de partida, gerando até 3kW de potência, e está ligado ao virabrequim por uma correia.
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Essa energia extra ajuda a impulsionar o motor a combustão - o já conhecido 1.0 T200 Flex com câmbio CVT que simula sete marchas -, melhora o desempenho dos SUVs e reduz o consumo de combustível (menos 12% no consumo médio do Pulse e de 10% no Fastback) e as emissões de poluentes, já atendendo à fase L8 do Proconve, que começa em 2025.
O sistema Hybrid da Fiat tem quatro modos de operação. A função Start-Stop desliga automaticamente o motor a combustão sempre que o veículo para completamente, como em semáforos ou em congestionamentos, reduzindo o consumo de combustível durante essas pausas. Quando o veículo está em desaceleração, o motor continua funcionando, mas sem injeção de combustível, permitindo que a energia seja regenerada para posterior reutilização.
O modo e-Assist entra em ação para dar suporte nas acelerações e retomadas de velocidade. Durante essas manobras, o sistema utiliza as baterias de lítio e chumbo-ácido para alimentar o motor elétrico, que, por sua vez, gera torque extra ao motor a combustão. Essa assistência reduz o consumo de combustível ao diminuir a carga necessária para o motor de combustão, proporcionando maior eficiência em situações de alta demanda.
O sistema conta com um alternador inteligente que opera em dois modos, ajustando-se conforme o estado das baterias do veículo. Quando as baterias de chumbo-ácido e/ou íon de lítio estão com carga baixa, ele aciona o carregamento, garantindo que o sistema elétrico do veículo funcione de maneira estável.
Quando as baterias estão devidamente carregadas, o alternador mantém a carga elétrica necessária para o funcionamento dos sistemas internos do veículo, evitando sobrecargas e otimizando a durabilidade das baterias.
Por fim, o modo e-Regen é ativado durante as desacelerações, transformando a energia mecânica que normalmente seria desperdiçada em energia elétrica. Essa energia é então armazenada nas baterias de chumbo-ácido e íon de lítio para uso posterior. A capacidade de regeneração do sistema é capaz de recuperar até 25% da energia desperdiçada em veículos convencionais.
Esses modos de operação são visualmente representados em um painel digital disponível nas versões Impetus (com tela de 7 polegadas) e Audace (com tela de 3,5 polegadas). As ilustrações no painel ajudam o motorista a entender e gerenciar a eficiência do veículo em tempo real, promovendo um uso mais consciente e sustentável do combustível.
Versões mais vendidas foram as escolhidas para a eletrificação
A Fiat escolheu as versões Audace e Impetus para estrear a tecnologia híbrida leve. Juntas, representam entre 40% e 50% do mix de vendas dos dois modelos. Entretanto, a fabricante adiantou que, se houver demanda, pode estender o sistema às demais versões e motorizações, incluídos o 1.3 aspirado e o 1.3 Turbo. As versões Audace e Impetus com motorização só a combustão serão vendidas somente até janeiro.
Na versão Audace, Pulse e Fastback trazem ar condicionado digital automático, central multimídia de 10,1 polegadas com conexão sem fio para Android Auto e Apple Car Play, carregador de celular por indução, keyless com partida por botão, rodas de alumínio de 16" (Pulse) e 17" (Fastback) e, neste último, sistema ADAS com frenagem automática de emergência, assistente de permanência em faixa e farol alto automático.
Já a versão Impetus traz o mesmo itens da Audace e mais cluster de 7" com informações do sistema híbrido, teto bicolor, retrovisores com tilt down e rebatimento automático, revestimento interno em couro sintético, sensor de estacionamento dianteiro e rodas de alumínio 17" (Pulse) e 18" (Fastback). A cor azul Amalfi, antes oferecida apenas no Pulse, passa a ser exclusiva para a dupla Hybrid. Veja os preços de cada versão:
- Pulse Audace T200 Hybrid AT - R$ 125.990
- Pulse Impetus T200 Hybrid AT - R$ 140.990
- Fastback Audace T200 Hybrid AT - R$ 151.990
- Fastback Impetus T200 Hybrid AT - R$ 161.990
Em todas, há um acréscimo de R$ 2.000 em relação às mesmas versões anteriores, sem motor híbrido, que serão vendidas até janeiro.
Como andam os Fiat Hybrid?
A não ser pelas informações do sistema no painel, quem dirigir Pulse e Fastback Hybrid não vai notar que está em um veículo híbrido. Os modelos se portam como um veículo a combustão o tempo todo. O único sinal é o ruído do motor 1.0 Turbo de 130 cv, que está reduzido na versão eletrificada. A explicação é que ele é menos exigido, afinal tem o motor elétrico para ajudá-lo.
Contudo, quem acompanha o consumo vai perceber a diferença. O percurso feito com o Fastback foi integralmente em trajeto urbano, no horário de pico da manhã, em uma das regiões mais movimentadas de Campinas (SP) e com ar-condicionado ligado o tempo todo. O computador de bordo do SUV cupê indicava a média de 8,0 km/l de etanol ao fim, uma boa marca em tráfego congestionado.
Com o Pulse, a viagem foi em vias expressas e rodovias e o modelo atingiu 14 km/l, também com etanol no tanque. Ambos têm bom comportamento dinâmico, mais voltado para o conforto. O câmbio CVT que simula sete marchas é nitidamente calibrado para economia e procura manter sempre baixa a rotação do motor, aproveitando o torque.
Detalhe curioso dos dois modelos híbridos é a impossibilidade de desligar o sistema Start-Stop. Entretanto, existe o macete de colocar a ventilação no máximo quando o ar-condicionado estiver ligado. Assim, o motor não desliga.
Vale a pena comprar a linha Hybrid?
Se você gosta de mostrar para o cunhado as qualidades do carro novo, não vai conseguir andar em modo elétrico a caminho do mercado para comprar a carne do churrasco. Mas o painel vai ter imagens bonitinhas para ele ver.
Em relação ao consumo, os dados do Inmetro revelam que o ganho em relação à versão com motor somente a combustão é pequeno. No Fastback, o investimento de R$ 2.000 pode demorar mais de 600.000 km para se pagar.
Entretanto, muitos estados oferecem isenção ou descontos no IPVA. Em Minas Gerais, por exemplo, carros eletrificados produzidos no estado, como é o caso da dupla da Fiat, são isentos. Como a alíquota mineira é de 4% do valor do veículo, estamos falando de quase R$ 6.500 de economia no primeiro ano, no caso do Fastback Impetus.
Fora isso, a cidade de São Paulo permite que eletrificados rodem todos os dias do rodízio municipal de veículos, sem restrição de placa. E ainda dá um desconto de 50% no IPVA, cuja a alíquota também é de 4%.
Durante os próximos anos, mais de 40 novos modelos e 8 powertrains, incluindo opções híbridas e 100% elétricas, serão lançados pela Fiat e as demais marcas da Stellantiscom parte dos R$ 32 bilhões em investimentos até 2030. No grupo, a eletrificação já chegou e veio para ficar.