Fiat Pulse é bom de dirigir? Devo comprar? Avaliamos o SUV em 5 pontos
Com novo motor produzido no Brasil, modelo é o 1.0 mais potente do mercado
Sem dúvida o Fiat Pulse impactou o mercado ao trazer, em especial, uma proposta de custo-benefício extremamente competitiva.
Explorando um nicho promissor para os próximos anos, o Pulse ocupará uma faixa hoje em dia pouco explorada, tanto em termos de porte como de valores, entre os hatches e os SUV compactos propriamente ditos.
Modelos como o Fiat e o VW Nivus, talvez hoje o seu concorrente direto, mostram-se claramente como as opções para quem gosta do estilo visual mais robusto que os utilitários esportivos entregam, com destaque para a maior altura em relação ao solo, entretanto não precisam de um automóvel muito grande.
As dimensões equilibradas da carroceria e o tamanho comedido também fazem de Pulse e Nivus excelentes alternativas para o uso diário, sendo práticos para rodar nas cidades e fáceis de estacionar.
Durante o lançamento do Fiat Pulse, a marca italiana permitiu o contato da imprensa especializada com as versões mais caras da novidade, até por conta delas contarem com o aguardado 1.0 turbo sob o capô. Posteriormente, teremos a oportunidade de avaliar o SUV movido pelo 1.3 Firefly presente nos catálogos de entrada.
Enquanto isso, será que o Fiat Pulse turbo agradou logo na estreia? Confira, abaixo, um resumo em 5 pontos principais:
Conjunto motor e câmbio
Com ótimo torque máximo (20,4 kgfm) oferecido a baixas rotações (desde 1.700 rpm), algo característico de motores com algum tipo de sobrealimentação, já era esperado que o Fiat Pulse 1.0 turbo agradasse nas acelerações e retomadas, o que ficou comprovado em nossa avaliação dinâmica.
Capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos e alcançar 189 km/h de velocidade máxima, o Pulse certamente vai agradar quem faz questão de um carro envolvente ao dirigir.
Assim como nos rivais, como é o caso do VW Nivus, não se trata de um desempenho de tirar o fôlego, mas que garante a certeza de boas respostas mesmo com o modelo carregado.
No quesito mecânico, talvez o que mais nos chamou a atenção ao primeiro contato com o Pulse turbo foi o excelente trabalho de calibração que o time de engenharia da Fiat realizou para unir a transmissão CVT fornecida pela japonesa Aisin com o novo propulsor fabricado em Betim (MG).
A Fiat optou por realizar alguns truques com a transmissão com o objetivo de evitar determinados comportamentos do câmbio que não caem bem para certos consumidores.
Exemplo: se você precisa de alto desempenho, como em uma aceleração prolongada, a tendência de uma caixa CVT é deixar o motor trabalhando em rotações elevadas, enquanto busca otimizar a relação de marcha para que o carro ganhe velocidade rapidamente.
Nesse cenário, entretanto, o fato de o motor ficar “gritando” é algo que não agrada alguns motoristas.
Para resolver essa questão, a engenharia da Fiat fez com que, em um cenário como o descrito anteriormente, a transmissão CVT passe a simular trocas de marchas com maior frequência, passando até uma sensação de esportividade na condução.
Logo, se você ainda tem um pé atrás com carros CVT, vale a pena fazer um test-drive com o Pulse turbo.
Tipo de transmissão notadamente mais eficiente, o câmbio CVT também auxilia o Pulse 1.0 turbo a entregar ótimas médias de consumo, que ficam em até 12 km/l na cidade e 14,6 km/l na estrada, com gasolina. Quando abastecido com etanol, as médias são de 8,5 e 10,2 km/l, respectivamente.
Dinâmica
Coube ao Fiat Pulse estrear a nova plataforma MLA no Brasil, a qual a marca italiana vai utilizar em futuros produtos desenvolvidos localmente.
Com isso, o Fiat Pulse traz conjuntos de suspensões, freios e direção próprios para ele e até o momento não compartilhados com nenhum outro compacto da marca.
A arquitetura recente também permitiu ao modelo um salto em tecnologia e eletrônica embarcada, algo cada vez mais presente nos carros modernos.
Ao volante, os benefícios de uma plataforma recém-desenvolvida são nítidos.
Se a dupla Fiat Argo e Cronos já se mostra bem acertada do ponto de vista dinâmico, o Pulse deixa claro que era possível evoluir ainda mais.
Mesmo com uma altura em relação ao solo generosa (224 mm), o Pulse é competente em manter controlada a rolagem de sua carroceria.
Sem inovar no layout de suspensão (dianteira McPherson e traseira por eixo de torção), novamente a calibração da Fiat para o conjunto mostrou-se muito correta.
Ponto positivo para o ótimo diâmetro de giro de 10,5 m, o que facilita as manobras, e a atuação precisa da direção elétrica, condizente com o tempero mais esportivo do Pulse turbo.
Vale pontuar que, a partir da versão Audace, o Pulse turbo conta com alertas para trocas de marchas no volante, bem como todos os catálogos automáticos do Fiat recebem o modo Sport, que atua na direção, controle de estabilidade, motor e transmissão.
Já para o uso off-road, vale a menção ao TC+, controle de tração avançado que é capaz de bloquear (por meio do sistema de freios) a roda sem aderência e transferir a força do motor para a roda que ainda está tracionando, aumentando a capacidade do Pulse de superar alguns obstáculos em vias não pavimentadas.
Se não o torna um legítimo 4x4, ao menos o TC+ ajuda o Pulse a se deslocar por alguns terrenos onde os demais SUVs sem um recurso semelhante poderiam ficar pelo caminho.
O TC+ engloba também o ABS Off-Road, que garante melhor frenagem em condições de baixa aderência em pisos como terra, barro e areia.
Espaço e porta-malas
Apesar do entre-eixos do Pulse (2.532 mm) ser pouca coisa maior em relação ao do Argo (2.521 mm), é fato que o SUV oferece uma boa área em sua cabine.
Mesmo dois adultos de maior estatura conseguem se acomodar com conforto no banco traseiro, sendo que, nesse caso, restaria apenas espaço para uma criança entre ambos.
No quesito porta-malas, vale uma explicação importante.
A Stellantis, assim como outras marcas, está divulgando a capacidade do compartimento em litros líquidos, uma mudança em relação ao padrão VDA tradicionalmente utilizado até então.
No novo esquema de medição, o Fiat Pulse alcançou 370 litros para o porta-malas. Apenas como comparação, o compartimento de bagagens do Argo, ainda de acordo com o padrão VDA, é de 300 litros.
De qualquer forma, o Fiat Pulse deixa claro que busca atender um perfil de consumidor específico, talvez ainda solteiro (a) ou um casal sem filhos.
Se você precisa de um modelo com ampla capacidade para bagagens, talvez seja mais interessante migrar para um SUV propriamente dito, como um Hyundai Creta em sua nova geração, por exemplo, que destaca-se pelo bom porta-malas.
Preço
Como foi concebido para ser um modelo intermediário entre um segmento acessível, como é o caso dos hatches, e os SUVs compactos, é mais do que necessário que o Pulse conte com preços competitivos e um custo-benefício favorável. E assim a Fiat o fez.
Segundo a montadora, a tendência é que as versões topo de linha do Pulse contem com uma procura maior e não é sem razão.
No catálogo Audace, tabelado em R$ 107.990, merece destaque o fato do Pulse já contar com o motor 1.0 turbo, câmbio CVT e até mesmo o pacote de assistentes de condução (ADAS). Ele é composto pelo alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência, aviso de saída da faixa de rodagem (com correção ativa) e farol alto com comutação automática.
Olhando para a concorrência, o VW Nivus Comfortline pode até ser mais barato (R$ 105.120), mas fica devendo o pacote de tecnologia e sequer sai de fábrica com central multimídia, algo inaceitável nessa faixa de valor.
Devo comprar o Fiat Pulse?
O Fiat Pulse, assim como o CAOA Chery Tiggo 3x, VW Nivus, entre outros modelos que podem vir a surgir no mercado, vão criar uma situação “desafiadora”, por assim dizer, para muitos consumidores que estão considerando a compra de um novo automóvel no momento.
Em relação a um SUV compacto tradicional, como é o caso de Chevrolet Tracker, Nissan Kicks, entre outros, sem dúvida o Fiat Pulse traz um compromisso entre preço e itens de série muito mais convidativo.
A grande questão é você ponderar se o Pulse vai lhe atender em termos de espaço interno e porta-malas, dois pontos que inclinam a balança a favor dos SUVs de maior porte.
Caso o tamanho do Fiat vá ao encontro das suas necessidades, sem dúvida você terá à disposição um produto mais do que interessante.
Além de trazer uma concepção moderna, o Fiat Pulse vai bem nos quesitos eficiência de propulsão, segurança e tecnologia. Um projeto muito bem estudado e executado, que promete mexer consideravelmente com o mercado ao longo dos próximos meses.
Ficha técnica
Fiat Pulse 2022 Impetus Turbo 200 1.0 12V flex automático 4p | |
---|---|
Preço | R$ 115.990 (10/2021) |
Categoria | Aventureiro compacto |
Motor | 3 cilindros, 999 cm³ |
Potência | 125 cv a 5750 rpm (gasolina) |
Torque | 20,4 kgfm a 1700 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,099 m, largura 1,774 m, altura 1,579 m, entreeixos 2,532 m |
Peso em ordem de marcha | 1237 kg |
Tanque de combustível | 47 litros |
Porta-malas | 370 litros |